Dez segundos

Ponto de vista — Cassius

Eu estava no meio de uma reunião quando chegou uma mensagem de uma das pessoas que estavam escoltando ela.

— "O pacote saiu com um "amigo", recebemos um recado dela de que estaria tudo bem, para ficarmos mais expostos. Também disse que dormiria fora, mas não acho que tenha avisado ao senhor, chefe".

Quando eu li aquela mensagem, fiquei pensando na ousadia daquela mosquinha em não me dizer nada. Terminei a reunião o mais rápido possível, e pedi o endereço onde ela estava.

Pensei e repensei muitas vezes, por que eu estava indo atrás dela? A primeira coisa que pensei era que ela estivesse como namorada de aluguel, mas não havia mensagens no aplicativo. Minha outra opção foi pensar no seu amigo, que estava com ela na festa. Sinceramente, eu queria ver o que a mosquinha estava fazendo.

— Vai mesmo invadir a casa? — Nem mesmo eles pareciam acreditar.

— Preciso verificar algo.

Foi estranho, por que? Eu sempre me perguntava, mas continuava procurando por ela. Invadi a casa, entrando pela janela, destranquei a porta por dentro.

(Uma janela tão baixa não é ideal para uma casa sem muro...)

Eu entrei, andando lentamente pela casa. Procurei pela mosquinha, mas não a encontrei em lugar nenhum, até que eu escutei um barulho, parecia alguém caindo.

Eu abri a porta do quarto sem pensar muito, me deparando com aquela cena.

— Sinceramente, mosquinha... quando me disseram que você veio sozinha com um homem, eu pensei que você estaria apenas com um "amigo", mas o que é isso agora?

Eu ri, a minha vontade era tirá-la de cima dele imediatamente.

Ela estava de vestido preto e de salto, já imaginava que andaria extravagante sempre, mas ela estava na faculdade, e mesmo assim se vestiu como se fosse a uma festa.

Haviam bebidas espalhadas pelo chão, mas apenas duas abertas.

— Você bebeu? Haha... mosquinha, você disse para todos na empresa que era a minha namorada, agora está tentando me trair com outro? — Me aproximei dela e levantei o seu rosto.

(Não há dúvidas de que ela está bêbada...)

— Me perdoe pelas atitudes dela, levarei Dahlia para casa!

Eu levantei, colocando-a sobre os meus ombros.

— Espera, Cassius, qual a sua relação com a Dahlia?

— Por que pergunta?

— Não posso deixar que a leve assim...

— Não precisa se preocupar, essa garota está comigo!

— Com você? Como assim?

— Atualmente ela está morando comigo.

— O que? Vocês estão juntos?

— Sim. — Eu me virei e saí de lá.

Ela estava se debatendo.

— Solta! Eu não terminei o meu papel ainda!

— Quieta, mosquinha, poderá falar depois!

— Não! Me soltaaaaa! — Ela ficou relutando até chegarmos em casa.

Eu a levei para o quarto dela, e mesmo assim ainda estava agitada. Liguei para alguém trazer um remédio para dor de cabeça, já que imaginava a ressaca que ela teria mais tarde.

— Sinceramente, você chegou a poucos dias, mas já está me dando um trabalhão!

— Seu mesquinho malvado! Eu... não terminei o meu trabalho!

— De que trabalho está falando, mosquinha? Você sabe que já é contratada por mim, certo?

— Contratada? Você não me pediu oficialmente para trabalhar assim...

Eu ri, afinal, foi ela que começou dizendo que era minha namorada, espalhei rumores apenas para os Lombardia.

— Então, se agora eu te pedir para trabalhar como minha namorada de aluguel? Te pagarei bem!

— Dinheiro...

— Sim, você vai ganhar bastante! Mas, você tem que agir com exclusividade, você sabe, não devemos namorar mais de uma pessoa, certo?

Ela se aproximou de mim, parecendo que queria me bater.

— Por acaso não gostou disso?

— Ok, me pague bem! — Ela puxou a minha gravata.

Não sei se ela realmente fazia coisas assim quando trabalhava, ou se era devido à bebida, mas Dahlia realmente estava querendo agir como a minha namorada.

— O que é isso?

— Isso? Vi na tv...

— Sinceramente, que tipo de coisas você anda vendo na televisão?

Ela sussurrou no meu ouvido, literalmente eram séries +18.

— Por que você vê essas coisas?

— Para ter experiência...

— E—Experiência...?

(Ela faz isso com clientes?)

— Mosquinha, você...

— Calado, você agora é meu!

Ela parecia estar viajando completamente, sinceramente, se eu não sentisse o odor, preferiria acreditar que ela estivesse drogada ao invés de bêbada.

— Tudo bem, já chega, vá tomar um banho, e... — Mas, houve algo inesperado.

—Xiii... você fala demais, acho que a "mosquinha" aqui, é você! — Ela me olhou desafiadoramente.

Foi como se nossos papéis tivessem sido invertidos por um segundo, e algo pareceu estremecer dentro de mim.

(Que estranho... por que de repente eu... quero a possuir?)

— O que foi? O gato comeu a sua língua? Isso é uma pena, porque eu adoraria usar ela de outra forma... — Sim, ela ainda estava bêbada, e não parecia realmente tão consciente, mas eu...

Algo parecia estar queimando dentro de mim, mas eu não iria me aproveitar de alguém naquele estado. Foi estranho, por que eu queria essa garota de repente? Todas as mulheres com quem me envolvi, eram definitivamente diferentes dela, mais atraentes, mas nenhuma delas me fez desejar tanto alguém...

— Dahlia, te dou dez segundos para se afastar de mim! — Eu falei sério.

— E se eu não quiser? — Ela continuou me desafiando.

— Então teremos problemas sérios...

— Entende agora? — Logo, ela pareceu estar mais consciente.

— Huh... quero vomitar!

Eu a ajudei a ir às pressas para o banheiro.

Quando ela saiu do banheiro, estava quase caindo pelos cantos.

Tudo que me passava pela cabeça foi aquele momento, então, eu tomei uma decisão que jamais esperaria.

— Mosquinha, a partir de hoje, você pertence a mim, é melhor se lembrar disso!

Mas ela estava mais focada em dormir do que prestar atenção nas minhas palavras.

Eu sorri, pois ainda teria bastante tempo, já que agora ela estava nas minhas mãos.

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