Padre Max
Olho para a Isadora, e vejo o exato momento que ela empurra o cara com tudo, e tenta a todo custo de defender dele, mas ele devolve o empurrão com mais força a fazendo ela cair sobre a barraca da pescaria.
Não vejo mais ninguém a minha frente, e saio empurrando todos que estão na minha frente, mesmo me sentindo mal em tocar cara um dele para afastar, eu não posso deixar que esse maluco a machuque.
Assim que eu chego perto dela, estendo a minha mão para ajudar ela a se levantar. Ela se levanta tremendo de medo. Olho pra o homem que a empurrou bem sério.
— quem é você, e o que pensa que está fazendo?
— ela é minha padre, não se meta nessa, a mãe dela me vendeu ela, e eu só vim buscar a minha mercadoria.
— não irá levar a Isadora daqui, ela agora está na igreja, e ficará até completar a maioridade, nem tente nada ou eu...
— vai chamar a polícia padre, pode chamar, mas... Meterei fogo na rua igreja, se tentar impedir de eu levar minha virgenzinha.
Ergo o meu corpo em forma de proteção, colocando ela para trás de mim, sinto minha bata sendo puxada, dessa vez ela não me toca, só toca a vestimenta. Eu não deixarei que ele e nem ninguém faça mal a ela.
A festa toda para, e todos olham para nós, a irmã Maria vem até nós e entra no meio de nós dois.
— vai embora jovem, a Isadora não irá a lugar nenhum, ela é protegida da igreja, não queira a furia de Deus sobre você.
— não ah quem vá me impedir de levar ela hoje, nem mesmo o dono dessa favela podre, pois a minha é mais forte, e se eu tiver que montar um guerra por ela, eu montarei.
Assim que ele fala essas palavras, várias armas são engatilhadas em cima dele, ele só sorrir, como um demônio que não tem medo da morte.
O dono do morro chega com suas gírias mirabolantes, e deixa o alerta que a garota está sobre a proteção do morro, e que ele não vai levar ela para lugar nenhum, até que eu dê a permissão que ela saia.
Ele se vira olhando para o Daniel, que ergue a cabeça em forma de combate, já estou vendo uma guerra se aproximando.
— pode não ser hoje, nem amanhã, mas posso garantir que essa princesinha, virá morar comigo. — ele se aproxima de mim, e fala baixinho — e ainda vou meter fogo nessa sua igreja de merda. Até mais padre.
Ele olha para trás procurando por ela, que está totalmente coberta com o meu corpo.
Sinto ela soltando a minha batina, e quando olho para trás, a vejo abraçada com a irmã, e quando eu volto a olhar para frente, e ele já está indo embora.
Pego na mão da Isadora, sem nenhuma repulsa, e a levo para dentro da barraca dos bilhetes, e praticamente a empurro para dentro.
— vai para dentro da igreja, e não saia de lá. Não quero mais você andando pela festa, melhor ficar lá dentro e segura do que arrumar confusão aqui fora.
— eu não arrumei nada, eu estava só...
— VÁ PARS DENTRO AGORA!
Vejo seus olhos se enchendo de lágrimas, e sem retrucar, ela olha para a irmã Maria, e entra na igreja quase correndo.
Sei que fui duro com as palavras, mas se eu não fazer assim, ela não vai entender que é para a segurança dela, não dá para ela ficar do lado de fora com os perigos que a querem.
Se a mãe dela estiver no meio da festa, também tentará levar ela junto, e isso não dá para eu ficar evitando sempre, ainda mais com tantas ameaças vindo desses dois.
Uma diz que sou pedófilo, que quero abusar da filha dela, e dará de tudo para pegar ela de volta, o outro ameaçou levar ela, e vai colocar fogo na minha igreja.
Vou até o Daniel, e conto para ele sobre isso, se ele vim meter fogo na igreja, todos iremos morrer queimados, principalmente se ele escolher o dia em que a igreja estiver cheia.
— pode ficar sussa padre, vou deixar uns homens meus aí, e ele não vai chegar perto não tá ligado, vou falar também para o dono do comando, ele não chega mais nem perto dessa rua. Bora continuar a festa.
Fiquei meio zonzo com suas palavra, mas pude entender o que ele quis dizer. Digo para continuar a festa, e volto para a barraca dos bilhetes, rezando para as horas passar logo e acabar com isso tudo.
Eu preciso conversar com a ela, explicar do porque gritei com ela. Estou muito nervoso, tive que passar no meio de toda essa gente para tirar ela das garras do seu predador, e ela ainda quis me questionar.
Horas depois a festa acaba, fica na responsabilidade das irmãs fazer a contabilidade e a limpeza da rua, e entro.
Vou até o quarto dela, bato na porta, mas ela não abre e não responde, tento abrir a maçaneta, mas ela travou a porta de novo.
Mas dessa vez eu não vou subir janela não, se ela quer ficar presa, ela que fique.
Parece que passou um trator em cima de mim. Vou para o meu quarto e tomo um banho, vou descansar, pois amanhã terá a missa a noite, e eu preciso ficar bem para poder pregar.
Acordo no meio da noite com muito frio, isso é até cômico, levando em consideração que o Rio de Janeiro está fazendo 30 graus.
Minha garganta parece está tampada, minha cabeça dói, e meu corpo dolorido. E sei que estou com febre, pois essa não é a primeira vez que sinto isso, todas as vezes que eu me meto no meio da multidão, eu fico desse jeito.
O jeito é esperar passar como todas as vezes, mas dessa vez parece que não vai embora sozinha, e eu fico cada vez pior.
Isso era tudo que eu precisava nesse momento... Ficar doente, agora quero ver, como ir pegar a missa estando desse jeito.
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Atualizado até capítulo 94
Comments
Carla Vitória
Sou baiana e, quando a temperatura cai de 36°C para 27°C, já preciso de blusa, meias, calças, touca, dois edredons.
2025-01-12
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Eliana Regina da Silva
Nossa a a mãe da Isadora trata ela como se ela fosse uma mercadoria!!
2025-01-28
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Carla Vitória
Esse perdeu a noção do perigo ao falar isso na frente de todos.
2025-01-12
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