Padre Max
Não sei como eu vim parar no meu quarto, me levanto da cama, pelo menos dessa vez eu estou vestido.
Vou ao banheiro fazer a minha higiêne, e desço para ver como estão as coisas, espero que a mãe da Isadora não a tenha levado.
Seria muito triste para uma menina da idade dela ter seu corpo tocado assim, sem a sua permissão.
Vejo a irmã Maria com um semblante de preocupação, e pergunto para ela o que está acontecendo.
— ah padre, é o senhor.
— e quem mais seria? Cade a Isadora e o que está acontecendo?
— a menina está no quarto dela, entrou que nem um foguete indo direto para lá, mas não me falou nada.
Pelo menos ela não foi com a sua mãe. Peço para a irma preparar a refeição, e como está tarde, eu ainda tenho que levar a comida para os doguinhos.
Termino de comer, e saio como todas as noites para dar comida a eles. Enquanto eu espero eles virem, fico ali pensando como ela saiu das garras da mãe sozinha?
Pois ela parecia tão amedronta, como a mãe não a levou depois que eu desmaiei?
Os cachorros vem, e eu lhes sirvo a comida e o carinho que eu sempre faço. Entro na igreja e peço para a irmã fazer um prato de comida para ela, vou levar e perguntar o que aconteceu depois que eu desmaiei.
Subo com o prato e bato em sua porta, toco na maçaneta e abro a porta, ela está se olhando no espelho de costas, mas assim que me ver, abaixa o vestido e se senta na cama, como se estivesse me escondendo algo.
Desconfiado, levo o prato até ela e coloco no criado mudo.
— o que aconteceu?
— nada.
— o que estava olhando no espelho?
Ela levanta seus olhos de fúria para mim, e eu fico sem entender o porque, já que ela não fala nada.
Digo para ela comer, e pego a cadeira e me sento.
— que conversar no confessionário de novo? — ela balança a cabeça negando. — como a sua mãe foi embora e não te levou?
— eu disse que não ia, contei para o policial que ela queria me vender para o traficante, e eles me deixaram ficar.
Ela conta de cabeça baixa, olhando para o prato. Ela termina de comer sem dizer mais nada, já vi que ela não vai me contar o que está acontecendo com ela. Então pego o prato e saio do seu quarto indo até a cozinha.
Olho para as irmãs que estão pega o refeitório, e saio de lá indo para a minha salinhas. Preciso organizar a missa de domingo, e não posso ficar com os problemas das pessoas na cabeça, principalmente as que acham que eu vou adivinhar alguma coisa.
Volto para o meu quarto já tarde da noite, e assim que eu me deito, já vou dormindo.
Enfim chega o final de semana, a própria população da comunidade ajudou a enfeitar a rua e a igreja, todas as barracas estão arrumada, e o dono do morro mandou fechar as ruas para não ter entrada e saída de carros.
Esses dias a Isadora tem ficado afastada de mim, mesmo quando eu tentava chegar perto, ela dava um jeito de sair de fugir.
E eu fico me perguntando o que foi que eu fiz para ela, pois não me lembro de ter machucado e nem falado nada de mal.
A festa enfim começa, mas eu como todos os anos fico afastado, não gosto de ficar no meios de muitas pessoas, isso chega a me dar fobia.
Fico dentro da igreja, atrás da barraca dos bilhetes, aqui as pessoas compram com dinheiro, e pagam as barracas com os bilhete fornecidos para cada barraca.
Crianças correndo para cima e para baixo, uma banda tocando música alta, chega a me dar dor de cabeça, mas precisamos dessa verba para manter o templo, e fazer as doações de cestas básica para algumas pessoas carente do morro.
Todos me chamam para ir para fora, mas eu digo que não posso sair. A maioria que vem comprar os bilhetes são mulheres, e elas fazem questão de se empinar no balcão, só para que eu veja seus peitos pulando para fora se suas roupas. Para mim isso é um inferno, era para ser uma homenagem ao São João, mas parece mais um bordel.
Vejo a Isadora andando pela festa, ela faz amizade fácil com todo mundo, abraça a todos, principalmente as crianças. Ela parece que tem a mesma idade deles.
Ela os leva para pescaria, se servindo de babá para que os adultos possam se divertir, e não precisar se preocupar com mais nada.
Mas, de longe eu percebo toda a movimentação, e vejo um dos caras se aproximando dela, e chegando por trás.
Ela pula com o susto, e tenta afastar ele para longe. Mas percebo que ele a encurrala.
Saio da barraca, e vou caminhando de vagar até lá, mas o pouco contado que eu tenho com as pessoas se esbarrando em mim, já me dá uma coceira grande, é como se elas estivesse cheia de espinhos, me furando.
Quando estou quase alcançando ela, sou barrado.
— oi padre, quanto tempo. — sou parado no meio do caminho por uma das fiéis quase esfregando os peitos na minha cara.
Ela toca no meu peito, e eu tiro suas mãos de mim com nojo, a mulher eu casada e me trata como um objeto sexual, tenho repulsa a isso. Me livro dela me afastando, querendo voltar para a barraca vou caminhando para trás.
Como vou ajudar uma pessoa que precisa de ajuda, sendo que eu também preciso?
Ela vem caminhando igual uma fera selvagem, e eu esbarrando nas pessoas por trás, me afastando cada vez mas.
Será que ela tem medo do marido dela? Será que ela não tem medo de ser xingada na rua de adúltera?
— olha, o seu marido está vinda, e não está com a cara boa não.
Ela se vira para trás, e nesse momento eu volto para a barraca, me escondendo atrás dela. Até olhar para frente e sentir o meu sangue queimar...
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Atualizado até capítulo 94
Comments
Eliana Regina da Silva
Ahhh padre!!Sabe se nada inocente!!
2025-01-28
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Carla Vitória
Boa pergunta!
2025-01-12
0
Carla Vitória
Se eu te contar, padre, você não vai acreditar.🫣
2025-01-12
1