Isadora
Ele sai de cima de mim na força do ódio, faz um sinal para eu não falar nada, e vai para o banheiro correndo, para não ser pego. Um padre tarado, essa é a primeira vez que eu vejo, ou ouço falar.
Me levanto e chuto a bermuda e cueca dele para debaixo da cama, para a irmã não ver isso se ela entrar no meu quarto. Ajeito a minha roupa e abro a porta, e lá está a irmã Maria, a minha salvadora.
— boa noite menina, esqueci de te avisar, o padre falou que vai conversar com algumas pessoas aqui do morro do jacaré, para eles juntarem algumas coisas, tipo roupas e sapatos e te darão como doações tudo bem?
— obrigada irmã, nem sei como pagar por isso, minha vida aqui vai ser uma maravilha — digo a última frase na ironia, pois se o padre ficar vindo invadir o meu quarto, não sei o que eu vou fazer.
— não precisa
pagar nada menina, só seja uma boa moça e Deus vai sempre te abençoando, boa noite menina, durma com Deus.
— Boa noite irmã durma com Deus também, e mais uma vez obrigada por tudo, você está sendo muito boa comigo, mas só você.
— não se preocupe com o padre, logo ele vai ser legal com você também, é só o jeito dele, por tudo que passou, mas quando te conhecer melhor, você verá que ele é um bom homem. — bom homem, é, isso ele deve ser mesmo, mas para padre, tá bem forçado.
Boa moça, como ser boa moça com ele aqui? Ela vai embora e eu fecho a porta.
Na hora o padre sai do banheiro rindo de toda a situação. O que mais cedo não tinha nenhum sorrisinho, hoje ele está todo solto, o que não gostava de abraços, estava todo pegajoso, parece até outra pessoa.
— pensei que me entregaria pra irmandade, isso só prova que você gostou do que eu estava fazendo, e queria que eu continuasse, podemos continuar de onde paramos, ainda estou a ponto de bala.
— não, eu não gostei, agora vai embora. Não vai acontecer nada disso padre, o que você pensa que eu sou?
Ele sorrir e se aproxima de mim, e fala bem perto do meu ouvido, enquanto seus dedos percorrem entre os meus seios por cima da roupa.
— tem certeza que quer que eu vá embora? Sei corpo está dizendo outra coisa.
— vai embora... — repito tentando afastar dos arrepios que ele está causando em mim. Ele sorri chegando seu rosto para mais perto do meu.
— eu vou, mas quero que saiba que voltarei, você está aqui agora, está protegida sobre o meu domínio. — ele deposita um selinho na minha boca e sai.
Fecho a porta assim que ele passa. Controlo a minha respiração e abaixo a minha cabeça.
Passo a mão na porta para trancar para ele não voltar, mas a porta não te chave. Que legal, ele terá acesso ao quarto a noite toda.
Abro a porta de vagar, e pego o exato momento que ele está saído do seu quarto, totalmente impecável, com uma camisa polo vermelha e uma calça jeans no tom escuro, nem parece que é padre.
A pergunta é, para onde ele irá uma hora dessa? E porque ele age de duas formas tão diferentes? De manhã é o senhor não me toque e de noite é o senhor que toca em tudo.
Será que eu terei sanidade o suficiente para aguentar isso? Ou será que eu irei fugir daqui também? Meu Deus, por que o Senhor me trouxe para cá?
Sei que foi por algum propósito, mas me dá uma luz aí por que eu não sou advinha.
Volto para o meu quarto e me deito na cama, e com as lembranças do que quase aconteceu aqui, eu demoro para pegar no sono.
Meu corpo ainda sente todas as sensações, e como se ele ainda estivesse aqui. Até o seu cheiro ficou no quarto. Adormeço pensando nele.
De amanhã acordo com a batida na porta, e quando eu vejo é a irmã Maria me chamando para tomar café, ela me entrega a minha roupa já lavada e passada.
— muito obrigada irmã, você é um amor, não sei como agradecer. As minhas roupas eu lavava na casa da minha mãe, e não tinha ferro pra passar, elas estão tão fofinhas.
— lavamos aqui na máquina, o padre ganhou uma e nós ajuda muito, vai tomar um banho e vá para o refeitório, estaremos te esperando.
Tomo meu banho e me visto, e saio para tomar café. Me sento na mesa e a irmã me serve.
Poucos minutos ele aparece, e aparece novamente com o padre que me salvou, aquele que parece não gostar de abraço.
Só pela sua cara feia fechada da para saber que é ele, já que o outro tem cara de safado. Como uma pessoa pode ter dois tipos de emoções em um corpo só?
Eu vou ter que perguntar para a irmã Maria o que ela sabe desse homem, ele não me parece muito bem das ideias não.
A gente pensa que o padre por ser religioso, o mais próximo de Deus seja um santo impecável, mas esse aqui?
Ele é o santinho pecador.
Me lembro do que ele fez, e ele me faz perguntas se como não soubesse das respostas, eu posso ser o que for, burra, besta, trouxa, mas doida de não se lembrar das coisas que eu faço, isso eu não sou não.
Mas antes que eu diga o que ele fez comigo, a irmã Maria me interrompe, e me chama para acompanhar ela, meio relutante eu vou, porque ia fazer ele se lembrar rapidinho de tudo que aconteceu naquele quarto.
Me levanto deixando ele lá sozinho com os olhos curiosos, e acompanho a irmã Maria até uma sala, parece o lugar de oração, com vários banquinhos encostados na parede.
— menina, me conta. O padre fez alguma coisa com você? — sinto angustia em suas palavras, é como se ela estivesse com medo de ele ter me feito algo, mas como ela sabia, se ela mesmo me disse que ninguém me faria mal aqui dentro?
Mesmo querendo contar tudo para ela de uma vez, eu preciso saber quem é esse padre Max, e porque ele tem dois tipos de personalidade, um durante o dia e o outro durante a noite.
— quem é ele de verdade?
Ela passa a mão na sua roupa, e se senta me puxando para junto dela.
— vou te contar tudo para que você fique esperta, mais isso é segredo menina, não pode contar para ninguém.
Balanço a minha cabeça, esperando a bomba vim.
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Atualizado até capítulo 94
Comments
Eliana Regina da Silva
Eita que o padre é gostoso!!
2025-01-28
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Wilma Lima dos Santos
Esse safado pega as fiéis 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2024-12-05
1
Thauana Macario
nossa senhorinha kkkkkkkkkkkkk
2025-03-21
0