É só um casamento de fachada, não?

Quero agradecer muito a @Michele pessanha por sempre estar me pedindo atualizações, fico feliz em continuar postando mais! (◍⁠•⁠ᴗ⁠•⁠◍⁠)⁠❤

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Distraída e sem rumo, Lorena caminhava pela calçada até parar em uma boate ali perto.

Ela entra no local bastante movimentado, cheio de luzes, músicas tocadas pelo Dj, e vários corpos se movendo no ritmo das melodias eletrônicas.

Lorena se senta em uma cadeira alta e pede uma bebida para um funcionário atrás do balcão.

— Prontinho. Morango e whisky para a senhorita. — O funcionário diz servindo a taça para Lorena.

O funcionário entrega uma bebida cor de rosa, com um palitinho e uma azeitona na taça.

— Obrigada.

Lorena limpa uma lágrima enquanto bebia.

— Essa bebida é perfeita para dias tristes. — O funcionário se solidariza com Lorena.

— E pra dias em que acontece tudo do jeito que você quer, mas você não está feliz?

— Será que aconteceu tudo como você queria mesmo? Felicidade e tristeza são duas coisas que não andam juntas, amiga.

O funcionário, se desloca dali para atender outro cliente, deixando Lena pensativa.

Será que ele está certo? E se a Nanda e o Guto não estiverem namorando, e for só uma paranoia da minha cabeça? Por que eu me interesso tanto sobre isso? O Augusto tem livre escolha e pode fazer o que quiser, então eu deveria esquecer e focar em mim. É isso.

Na mesma hora, Lena sente alguém tocando seu ombro. E vira de frente, se surpreendendo ao ver Cadu, sorrindo aos quatro ventos.

— Cadu, que coincidência!

— Na verdade, não foi coincidência.... Eu te vi andando meio triste na esquina vindo pra cá... E vim saber se você está bem ou precisando de algo...

— Obrigada por cuidar de mim, você é um ótimo amigo, Cadu. E não é nada demais, é que hoje foi o dia de me extravasar mesmo.  

— Ok, acredito em você, mas se precisar de alguma coisa, eu vou estar aqui, tá?

— Maravilha. O tempo de extravasar já foi, agora eu preciso ir, pra não chegar tarde em casa.

— Sem problemas, aceita uma carona?

— Aceito.

Cadu e Lorena voltam de moto para o casarão. Os cabelos aos ventos, e em alta velocidade, Cadu pilotava a moto levando Lena na garupa. Ela se segurava firme na cintura de Cadu, e este sorria com a atitude inesperada dela.

Logo, eles chegam no casarão e Lena desce da moto, entregando o capacete para Cadu. 

— Obrigada pela carona. E se quiser vir amanhã, estarei te esperando.

Cadu se aproxima de Lena, e cochicha ao ouvido dela:

— Estarei aí cedinho, me espere. Olha só, se você precisar ou quiser um ombro amigo, você pode me ligar, tá? 

— Te agradeço muito. De verdade. 

Lena de imediato abraça Cadu, que fica sem reação, mas aproveita para abraçar ela ainda mais forte e acaricia as costas de Lena, como se a tivesse confortando. 

Os dois se desagarram e Cadu dá uma piscadela para Lena antes de colocar o seu capacete e dá partida na moto, saindo em alta velocidade. 

Guto espiava tudo pela janela da sala.

Ao abrir a porta de casa, Lena bate o rosto no peitoral de Guto, em pé a sua frente, com uma cara de poucos amigos.

— Desculpa, não te vi. — Ela diz depois de perceber Guto.

Lena desvia de Guto, virando de costas e passando direto por ele rumo às escadas.

— Quem era? — Guto questiona, mesmo com ela já distante dele.

Lena para de caminhar e se vira para olhar para Guto.

— De quem você está falando?

— Quem era o cara que acabou de sair na moto?

— Ninguém, só um amigo meu.

— Só um amigo? Ele não parece ter boas intenções com você.

— Ah é? E desde quando você se importa?

— Desde agora. 

— Olha só, vou esclarecer as coisas aqui. Você cuida das suas coisas e eu cuido das minhas.

— Isso é impossível, Lorena. Nós somos casados, tudo que te atingir, vai me atingir também, porque estamos juntos. 

— Você sabe muito bem que esse casamento é de fachada, não é?

— Só pra você, pra mim não.

Lena cora. 

“Quer dizer que Guto sentia algo por mim? E Fernanda? Os dois não estavam juntos?” Lena refletia.

— O que você quer dizer com isso?

— Quero dizer que eu já tinha te escolhido bem antes da gente casar. Depois de tantas mulheres que meu pai já me apresentou, eu não queria qualquer uma. E você foi a melhor de todas. Foi a que eu escolhi.

Lena murcha. Ela tinha quase certeza que ele dizer que gostava dela. Mas suas esperanças foram por água abaixo ao escutar que só foi mais uma mulher na lista dele, como se estivesse em uma relação diplomática. É o que Lena sentia.

— Por acaso eu sou gado, e fui comprada em um leilão? 

— Claro que não!

— Mas é assim que eu me sinto.

Lena vira de costas e sobe as escadas correndo, enquanto Guto a seguia.

— Lena, espera! 

Já no corredor do andar de cima, Lena andava a toda velocidade enquanto Guto a passos largos e rápidos consegue alcançar Lorena, a impedindo de entrar no quarto, segurando o braço dela, o que faz ela se virar para Guto lançando-lhe um olhar furioso. E ele logo a solta.

— O que você quer? 

— Só quero que você não me interprete errado. O que eu quis dizer é que você é especial pra mim. Você me lembra muito a Sofia… A sua personalidade é igual a dela. E eu só quero te proteger, me entende? 

— Sofia era a sua ex? 

— Sim. Ela era única. Não sei se consigo amar de novo como eu amei ela. Já tentei mas não consigo esquecer ela, Lena. — Ele diz com os olhos cheios de lágrimas.

— Todo mundo supera, você também vai. Tenho certeza.

Lorena acaricia as costas de Guto de leve e ela retira as mãos de imediato, quando se dá conta da grande aproximação entre eles. 

— Acho muito difícil eu conseguir superar, mas obrigado.

— Então por que você se casou, Guto? 

— Porque se não fosse com você, seria com outra mulher. Papai não iria descansar até encontrar alguém pra eu casar. Mas dentre todas as outras, prefiro que seja você a minha mulher.

Ao ouvir aquilo, Lena estremece, mas disfarça. 

— Obrigada por ter me escolhido então. É isso que você quer? Que eu agradeça? 

— Não, quero outra coisa. 

Guto se inclina e se pondo na mesma altura dela, beija a bochecha de Lena, que logo cora.

Ele foge e entra no seu quarto, e Lena vai para o seu aposento sorrindo pelo ato inesperado de Guto.

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