A Noiva Do Drácula

A Noiva Do Drácula

O Justiceiro da noite

A luz amarela do abajur em cima da cabeceira da cama de casal reluzia o brilho intenso dos cabelos ruivos de Sofia, que dormia vestida em uma camisola de cetim branca. Augusto, um moreno de cabelos encaracolados de 24 anos, deitado ao lado da jovem de 23, dispunha-se a admirar a beleza da namorada. E logo a desperta:

— Amor, acorda... — Ele sussurrava no ouvido da ruiva.

Ela acorda aos poucos encontrando os olhos cor de mel do namorado.

— Já tá preparado pra nossa viagem? — Ela pergunta se espreguiçando, dá um beijo na testa do namorado e levanta da cama.

— Viagem?! — Ele pergunta surpreso, pondo os pés no chão.

— Hoje é nossa viagem de dia dos namorados, Guto! Lembra? — Ela recorda trocando a camisola por uma calça legging e uma blusa branca.

— Lembro sim! Vamos? — Ele pega as malas que estavam jogadas no chão e carrega até uma ranger Rover estacionada na porta do enorme casarão, pondo as bagagens no porta-malas.

Sofia, depois de passar uma maquiagem básica, desloca-se do quarto até o carro, mas antes de entrar, dá um selinho em Augusto e adentra no veículo, se sentando no banco ao lado do motorista. E logo é a vez do moreno acomodar-se no interior do automóvel, pegando no volante e pisando no acelerador.

O destino? Cancún. A estrada ia ser longa. Sofia retira o cinto, aconchegando-se no banco e empurra-o para trás, virando assim uma cama improvisada no carro. Pega um livro no porta-treco do carro e abre na primeira página. Augusto estava tranquilo. Fitava a ruiva com um sorriso no rosto. Ela não era de ler, mas naquela situação, ele sabia que ela ficaria entediada.

Augusto, ou Guto, como todos o chamam não poderia estar mais feliz. Havia conseguido passar no concurso para perito criminal e encontrou Sofia, a namorada perfeita. Eles começaram a namorar no ano anterior, depois de 6 anos que estudaram juntos no curso de medicina. E agora, finalmente tudo estava dando certo.

Horas se passam, e Sofia cochila no banco. O livro que antes segurava nas mãos agora cobria seu rosto.

Guto sorri da ruiva. E para no sinal vermelho, mas pela freada brusca, o livro que antes estava no rosto de Sofia foi parar aos pés de Guto, no pedal. O moreno se abaixa para pegar a obra do chão e no momento em que volta a sua posição novamente, vê uma carreta vindo de encontro ao carro. Guto tenta desviar, mas o caminhão estava se locomovendo de forma desequilibrada na avenida. Ouve o seu coração bater de maneira descompassada em seu peito. A carreta desvia, mas acerta em cheio o lado esquerdo do carro, fazendo-o sair da estrada, e despencar no barranco, capotando várias vezes até cair de cabeça para baixo. Na colisão, Sofia foi lançada para fora do carro ainda no acostamento, acertando a cabeça em uma pedra, se encontrando completamente ensanguentada na terra. Guto bate a cabeça no volante e fica preso no banco, totalmente retorcido pelo impacto.

Sofia faleceu na mesma hora e Guto teve as pernas deslocadas, após ferros atingirem seus membros inferiores.

No hospital, Guto foi alertado que perdeu o movimento de suas pernas e precisaria usar cadeira de rodas por sua vida toda. Ele se pegava chorando todas as noites antes de dormir.

O peso de tudo o que viveu veio de repente. Sofia veio e foi embora muito rápido. Guto ainda teria que aprender a viver sem Sofia e sem suas pernas agora.

1 ano depois...

Guto aos poucos ia melhorando das sequelas do acidente. Fazia tratamento todos os dias para fortalecer suas pernas. E agora podia se locomover bem, fez tratamento e todo tempo seus pais e sua irmã cuidaram dele durante sua recuperação. Quando nenhum deles estava por perto, Guto aproveitava para rodar pela sua casa, se adaptando aos poucos e conseguindo locomover as pernas. Nas consultas médicas, o doutor elogiava a grande progressão de Guto em ter progredido muito mais do que o imaginado. E como um milagre, ele felizmente consegue andar normalmente com suas pernas.

Algum tempo depois a licença de Guto acaba e ele pode voltar a ativa, como perito criminal.

Ele se dirige a delegacia, e logo na porta de entrada é abordado pelo detetive Christopher, seu colega de trabalho e melhor amigo.

— Fala aí, Guto! — Ele cumprimenta Guto com um "toca aqui" na mão. — E as pernas? Cuidado pra elas não ganharem vida própria! — Chris brinca com um toque nos ombros do amigo.

Os dois sorriem.

— Quem sabe se elas não ganham vida própria e eu posso fazer tudo o que eu quiser, hum? — Guto continua na onda do amigo

— Por falar nisso, adivinha quem acabou de ganhar liberdade! — Chris alarma.

— Não me diga que aquele bêbado de uma figa foi solto?! — Guto questiona estarrecido. Quase soltado fumaça pelos ouvidos.

— Pois é... — Chris passa a mão no pescoço e respira fundo antes de falar. — O julgamento dele não deu em nada e ele acabou de ser solto...

— Ele vai ter o que merece, você vai ver! Vou fazer ele pagar pelo que fez! — Guto afirma com os punhos cerrados e passa por Chris pisando fundo de raiva até seu escritório.

João Otávio Medeiros foi o responsável pelo acidente de carro de Guto e que vitimou Sofia.

Mesmo após o seu julgamento, um ano depois do ocorrido, Otávio ficaria impune por não estar em plena capacidade mental no dia do acidente. Dirigia alcoolizado e isso foi motivo suficiente para não prende-lo. Ou melhor, o seu poder aquisitivo. Filho de um dono de conglomerados, possuía riqueza para dar e vender e assim foi o que sucedeu em seu julgamento: A compra do Juiz responsável pelo seu caso.

E óbvio que Guto não iria deixar isso passar impune. Augusto subiu os degraus do prédio, até o último andar, se direcionando para o terraço ao ar livre do edifício. Andou até a ponta da sacada, posicionando-se de pé em cima da mureta que se localizava na borda do edifício.

O moreno observou o movimento dos carros na avenida lá em baixo. A altura dali de cima media em torno de 20 metro ou mais. Uma queda dali, e seus órgãos seriam jogados para fora do corpo.

Guto abre os braços para o ar e estufa os peitos, ao gritar.

— Ah! Ah! Por quê?! Por quê?! Por quê Sofia?! Por que me deixou?! Me leva junto com você! — O moreno gritava dali de cima de forma que sua voz projetava-se aos quatro ventos.

— Hei! O que você tá fazendo?! Desce daí, seu idiota! — Chris logo aparece chamando a atenção do amigo.

Guto desce da mureta e lágrimas começam a cair por seu rosto.

— Não sei o que fazer sem a Sofia... — O moreno diz enquanto enxugava as lágrimas que insistiam em descer de cabeça baixa. — Eu tô desmoronando sem a Sofia aqui, amigo... — Guto confessa levantando a cabeça ao encarar Chris.

— E o que a Sofia faria no seu lugar? — Chris pergunta acendendo a lâmpada da cabeça de Guto. Tudo na mente do moreno de repente clareou e fez sentido.

Sofia não iria chorar pelo leite derramado, ela iria atrás de vingança. Augusto reflete.

E assim, o moreno já sabia o que fazer em seguida.

                  [...]

Guto espera anoitecer e de madrugada, enquanto todos estão dormindo, anda pela casa na ponta dos pés para não produzir ruídos e põe uma máscara preta de gavião no rosto. Sai de casa munido de uma faca e segue em direção da casa de João Otávio.

Ele pula o muro da casa e consegue entrar pela janela, quebrando o vidro. E entra no quarto e vê Otávio se levantando da cama, partindo para atacar Guto.

Mas sem que aquele tenha chance, o moreno, sem pensar ataca primeiro atingindo várias facadas em João, e acerta em cheio nos pontos vitais dele, e usando de suas habilidades médicas, Guto toma cuidado para não afetar nenhuma artéria, de modo que não havia tido derramamento de sangue.

João falece silenciosamente e sem derramar nenhuma gota de sangue do seu corpo.

Sentindo-se satisfeito por ter completado a sua vingança, guto não queria mais parar. Aquela foi uma sensação incrível. Se sentiu novo em folha outra vez desde que Sofia se foi. Vingar outras vítimas seria seu próximo passo. Assim, nascia o mais novo justiceiro da noite na cidade.

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E foi isso por hoje, galera! Curtam e comentem se gostaram! Até o próximo capítulo! ❤️

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Personagens:

Augusto Magno

Sofia Moreira:

Christopher

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