Meus pais sempre pensaram na família na totalidade, e pensava mais em nós no que neles próprios.
Ao terminar de ler o testamento de meus paizinhos o advogado se levanta para ir eu e as mulheres o acompanhamos até a porta.
Vejo o advogado partir e guardo entre as minhas coisas o cartão que será dado para a Nayara quando ela completar dezoito anos.
Nos meses que se passaram eu via a minha irmã crescer e amadurecer e eu sentia que a minha irmã cuidava de mim, quando eu ameaçava cair ela me segurava. E para me segurar bastava um sorriso inocente da pequena Nayara.
Nayara é minha luz e juntos fomos crescendo a achando forças para continuar um no outro, na lembrança de nossos pais e eu fui me apegando no preceito do budismo me amei primeiro como o meu pai disse no sonho que eu tinha que fazer e assim fui deixando a vida me levar.
Ingressei com afinco nas aulas de dança que Margarete me pagou e eu e Arlete fomos nos destacando no tango e eramos muito requisitados em eventos e festas de celebridades não só na Argentina como em outros países.
Algum tempo depois a Nayara manifestou o desejo de aprender a dança e eu e Arlete a ensinamos, ela já estava com quatorze para quinze anos, e mostrou ter o Dom para dançar o tango.
Nessa mesma época a Margarete descobriu um câncer muito agressivo no útero que entrou rapidamente em metástase, Arlete estava próximo de se casar com Dominico um rapaz empresário, então ensinou Nayara a se maquiar para parecer mais velha para que em seu lugar seguisse cumprindo os nossos contratos, já que seu futuro marido iria se mudar do país e ela não poderia ficar indo e vindo de avião unicamente para dançar comigo.
O único evento depois que descobriu a doença que Margarete compareceu foi o casamento de Arlete, onde minha parceira fez a despedida da dança e apresentou a Nayara minha irmã como sua substituta.
Um mês depois que descobriu o câncer Margarete faleceu e em seu leito de morte me fez prometer que eu ia cuidar da sua filha Nayara.
A casa a Margarete colocou no nome de nós três: Arlete, eu Henrique e minha irmã Nayara e fizemos ali a nossa escola de dança que hoje está crescendo, eu dou aulas e me parto em dois para honrar o meu compromisso em ser o coreografo das bailarinas de auditório.
Nayara cresceu na dança e somos muito requisitados até hoje em eventos e festas de casamento e de aniversário.
Aqui em meu pais o tango é arte.
Nayara também dá, aulas de dança e juntos administramos as aulas na escola que foi fundada na casa de nossa protetora Margarete.
Arlete cuidava da direção e um ano depois que ela se mudou da Argentina ela abdicou da casa e deixou apenas em meu nome e no nome da Nayara.
Às vezes ela viaja da Ussia para a Argentina, para nos visitar e juntos nos divertimos muito. Dominico me considera seu cunhado e muitas e muitas vezes me pede conselhos de como agir amorosamente com a Arlete já que convivi parte da minha vida com ela.
Claro que eu aconselho afinal Arlete é como se fosse a minha irmã gêmea, nos entendemos muito bem e trocamos confidências.
De coração aberto um para o outro.
Conforme o tempo foi passando a Nayara ficou de maior e já não precisava rebocar o rosto com a maquiagem e podíamos dançar o tango e nos manter tranquilamente, sem o medo da justiça achar que eu estava a corrompendo moralmente.
A escola que abrimos nos é uma ótima fonte de renda e eu e a Nayara nos desdobramos para dar aulas e administrar essa escola de dança especializada em tango.
O advogado de meus pais se tornou nosso advogado e ele quem cuida da parte econômica da acadêmia.
Quando não conseguimos, mas dar conta sozinhos contratamos mais professores de dança é dessa parte de pagar os salários e extras que nosso advogado cuida, o advogado dos meus pais se tornou nosso homem de confiança.
Assim eu e Nayara podemos trabalhar em paralelo com a escola para obtermos uma forma de deixar a vida mais confortável.
Minha irmã mora na casa de nossos pais e eu com meu namorado:
— Que namorado? Henrique?
— Eu sou seu marido, seu amigo seu amante seu tudo.
Rio da lógica de Marcelo, mas se for analisar como ele analisa é exatamente isso que somos um para o outro.
Resumi um pouco da minha história para contar se não eu ia passar a vida inteira contanto o foco agora e a história de vida de Marcelo que é linda, ele é uma alma iluminada que se descobriu e foi para nós dois uma descoberta linda.
A minha história de vida eu encerro aqui, pois quero deixar a dor e o passado enterrados para viver uma história de amor ao lado do Marcelo.
Marcelo olha para o relógio:
— Amor vamos trabalhar tenho muito a ser feito na universidade.
Saímos e eu o puxo para mim e lhe dou um beijo apaixonado e intenso um ótimo jeito de começar a jornada de trabalho e uma ótima despedida.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
Da Silva Lopes Clinger
fofa a história tudo bem equilibrado até aki estou gostando
2023-11-13
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