Henrique.
Margarete levou a minha irmãzinha para o quarto e cuidou dela, eu por minha vez fiquei conversando com Arlete na cozinha, ainda mexido pela morte de meus pais, eu sentia que poderia começar a chorar novamente.
Por mais que eu a Arlete estivéssemos dançando muito o prazer e o alívio que a dança me trouxe durou apenas até um pouco depois da janta.
Coloquei as mãos em meu rosto e afirmei.
— Ai, Arlete será que essa dor não terá fim nunca?
Olho para a minha amiga no fundo, de seus olhos, e ela entendeu as minhas palavras e consequentemente a minha dor.
Se aproximou de mim me puxou da mesa e me abraçou.
Os braços da Arlete me passa aconchego, um aconchego de irmã e naquele aconchego me sinto protegido, como eu queria que esse aconchego não chegasse ao fim nunca eu poderia ficar abraçado a Arlete para sempre, o mundo poderia parar que ali naqueles braços eu quero ficar.
— Henrique com o tempo tudo vai passar, a morte de seus pais é recente e aconteceu muita coisa com você.
— E o medo de você perder a Nayara te deixou com uma alta descarga de adrenalina.
Sim, eu estava sob o efeito de uma descarga de adrenalina, admito por isso eu optei por dançar.
Mas agora que já passou essa adrenalina eu me sinto mal e desamparado.
Arlete me libera do abraço e caminhamos em direção à sala lá nos sentamos e conversamos mais um pouco.
— Henrique o melhor que tem a fazer agora é descansar, você jamais esquecerá a tragédia que aconteceu com seus pais, mas conforme os dias forem passando essa dor será menor, até que um dia não existirá mais a dor e sim o sentimento de conformação.
Arlete segura minhas duas mãos olha nos fundos de meus olhos:
— E eu estarei aqui para te dar apoio e serei sempre uma boa ouvinte quando quiser conversar.
Sorrio triste para Arlete e lágrimas descem no meu rosto.
— Calma meu amigo, logo passa essa dor e logo não haverá mais a dor e sim a resiliência, eu acredito Henrique que você vai passar essa dor com sabedoria, não digo que irá ser fácil, pois nada nessa vida é fácil, mas você vai conseguir passar por tudo isso querido. Confie em mim eu sei o que eu digo e confie em si.
Arlete me dá outro abraço e quando nos libertamos percebemos que a Margarete chegou na sala.
— A Nayara dormiu Henrique.
Ela está resiliente, embora sofra muito pela morte dos pais ela me disse que não vai parar a sua vida por conta da morte dos pais que eles se foram mais ela está aqui e tem que seguir adiante mesmo sem eles.
A Nayara sempre se demostrou ser mais forte que eu e desde muito pequena ela encara as situações difíceis de frente.
Eu já sou mais emotivo e talvez isso me prejudique no futuro, mas o que posso fazer eu sou assim, nasci assim, e eu acho que essa é a minha qualidade e meu defeito.
Cansado de um dia estafante resolvo ir para o quarto de hóspedes, lá tomo um banho, a vantagem de se estar na casa de quem tem dinheiro é que a maioria dessas casas tem um banheiro no quarto, e no quarto de hóspedes que vou dividir com a Nayara não é diferente, entro tomo um banho relaxante e deixo sair de meu corpo toda a energia negativa que está em mim por conta da tragédia que aconteceu com meus pais naquele acidente de ônibus.
Choro no banho tudo o que tenho para chorar, deixo sair toda a possivel magoa que meus pais deixaram em
mim por terem me deixado sozinho.
Esse acidente não foi justo, mas quem diz que a vida é justa, infelizmente acontecem percalços que podem nos ferir mais e outros que podem ferir menos, e esse acidente que aconteceu não foi um percalço foi uma bomba que caiu em minha cabeça e na cabeça de minha pequena irmã Nayara.
Eu queria ser tão forte quanto minha irmãzinha é, mas definitivamente eu não sou, e não é por falta de tentar, pois eu tento ser forte, mas eu sinto que todas às vezes que tento ser forte acontece algo que me prova o contrário que eu sou fraco, meramente fraco simples assim.
Acho que para mim me fortalecer eu tenho que admitir que eu sou fraco.
Pois é preciso muita coragem para admitir que se é fraco, e coragem eu tenho em admitir.
— Eu sou fraco digo em voz alta para mim mesmo — Eu sou fraco e não tenho problema nenhum em admitir, e nem sei que algum dia eu vou mudar.
Eu admito essa.fraqueza para mim mesmo na esperança de me fortalecer e acredito que esse pode ser um começo.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
Jessy Navarro
Amandooo.
2023-06-02
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