Capítulo 14

Enquanto Montanari não vinha, e parecia estar se divertindo com a amante loira oxigenada, eu peguei uma taça de Uísque, tomei um gole, e depois repeti por mais uma cinco vezes em seguida. Peguei mais uma taça, e sai dali para o jardim.

Somente sai para espairecer um pouco, queria ficar em um lugar tranquilo, sozinha.

O que posso reclamar de Etan Montanari? Meu irmão me meteu nesse buraco, e aqui eu tenho que ficar. Esse foi o meu destino, o destino que meu irmão escolheu pra mim. Todas as mulheres nascida na máfia, tem um destino como esse ou pior. Porém, quando meu pai estava vivo, ele sempre falava pra minha mãe, que jamais daria minha mão pra casar com um capo ou Don, ele deixaria que eu mesma escolhesse o meu destino.

E ele teve que morrer, e deixar meu irmão na frente. E na primeira oportunidade, o idiota me vendeu como um pedaço de carne. Matheus é meu irmão, mas eu não consigo perdoá - lo pelo que ele me fez. Vendeu minha liberdade, minha inocência, meus sonhos. Ele acabou comigo.

Enxuguei as lágrimas que ameaçam cair dos meus olhos, e tomei novamente um gole de minha bebida, observando o vento frio mexer com as roseiras, eu fechei os olhos e aproveitei aquele cheirinho suave, que saiu delas.

Eu precisava daquilo, precisava daquele momento sozinha, só pra mim.

— Olha se não é a garotinha perdida. — disse uma voz abusada e eu já sabia quem era.

— Ah é você. — falei, sem me dar o trabalho de olhá - la.

— Podemos falar por alguns segundos? não vou tomar seu tempo. — disse, sentando - se ao meu lado.

— Fazer o que né? pode falar. — eu disse, olhando pra ela, seu batom estava intacto, talvez ela e Montanari haviam se beijado, e ele retocou, vai saber.

— Eu me chamo Keyla Durantes. — disse ela. — Você não ficou surpresa, em me ver aqui, dá pra ver em seus olhos, e sei que não gosta de mim, nenhum pingo.

— Que bom que você observou, eu sou transparente. — falei. — se eu vou com a cara de alguém, eu demonstro e se não vou, também demonstrarei.

— Eu tenho muita pena de você Elisa. — disse ela

— Ah é? e porque tem pena de mim, segundo você. — olhei pra ela com indiferença.

— Porque Ethan, não é um homem carinhoso, não é um homem com quem uma mulher queira casar - se, e você casou. Teve o azar de casar com ele. — disse ela descaradamente. — E também tem a questão, de que ele ama outra mulher, vai ver que por isso te trata tão mal.

— Como sabe que ele me trata mal ? — perguntei irritada.

— Foi o que ele me falou, quando estávamos conversando na área vip, enquanto ele me contava, rimos a beça. — ele gargalhou.

— Que ótimo pra você, não é? — perguntei.

— Pois é, foi engraçado.— disse ela. — Me disse que nunca vai gostar de uma pirralha como você. — riu ainda mais.

— Quer saber Keyla, não me importo com o que você diz ou deixa de dizer. sabe porque ? porque mesmo que eu seja uma pirralha, como você disse, eu não saiu feito uma idiota, correndo atrás de um homem que não me quer, e que é casado. — falei fazendo ela ficar irritada.

— Não cante a vitória querida Elisa, porque Ethan é meu, e eu não vou descansar até destruir você e tirá - la do meu caminho.

Peguei minha bolsa em cima do banco de madeira, e caminhei pela grama, em direção a festa. Assim que eu passei pela porta, meu corpo se esbarra em um peitoral forte, suas mãos me seguraram pela cintura.

— Tá tudo bem? parece pálida. — perguntou ainda me segurando.

— Estou ótima. — falei me afastando de seus toques.

— O que houve com você? Porquê está tão arredia? — perguntou olhando pro jardim, por cima da minha cabeça.

— Pergunta pra sua amante chamada Keyla. — falei tentando passar por ele. Mas fui parada, porque ele segurou meu braço.

— O que houve Mia cara ( Minha querida) — perguntou cerrando o punho.

— O que você quer que eu te conte Ethan? Por qual parte você quer que eu comece? pelo que você se juntou com ela na área vip, e sorriram de mim, enquanto me chamavam de pirralha? ou melhor, que tal falarmos da parte que você me trata mal? você me bate e depois corre pros braços de sua amante e fala pra ela. — eu o encarei com os olhos estreitos de raiva. — Me fala, por onde começamos ?

Senti os braços de Ethan apertarem mas meu braço, mas depois ele me solta. Suas mãos estavam trêmulas de puro ódio, uma nuvem negra formou - se em seu olhar.

Ele me encara.

— Que tipo de homem, você pensa que eu sou esposa? Posso ser como eu for, mas não sou moleque. — disse ele. — Odeio que me desobedeça e ela foi longe demais, ainda por cima mentiu, contou tantas mentiras que me enche de ódio.

— Então me fala, porque custou tanto na área vip? Estava com ela, não era? — perguntei olhando no fundo dos seus olhos.

— Tava, não vou mentir. — disse ele. — Mas eu apenas deixei claro, que não queria que ela se envolvesse mas em minha vida, e principalmente mexesse com você. Foi apenas isso que falamos. Mas não se preocupe, vou resolver esse assunto com aquela Dannazione ( Maldita). — disse ele, furioso. — me espera aqui já volto.

Vejo Ethan se afastasse de mim, caminhando para o jardim, com ele estavam seus seguranças.

Eu caminhei até o barzinho, pedi uma bebida e comecei a tomar, olhando o movimento ao meu redor.

Depois daquela conversa com Keyla, minha cabeça estava dando voltas e mais voltas. larguei a bebida de mão, e me juntei às pessoas no meio do salão, e comecei a dançar novamente, somente pra me distrair um pouco.

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