Assim que chegamos na mansão, fomos recepcionados pela mesma governanta que me recebeu quando cheguei aqui. Adentramos o hall de entrada e seguimos para uma grande mesa. Era uma mesa enorme, repleta de pratos, talheres e estava lindamente decorada. Algumas pessoas foram chegando e se sentando, inclusive meu irmão. Minha mãe não estava presente e eu senti sua falta. Ela era a única pessoa que eu queria que estivesse ali, para me dar um abraço e me dizer que tudo isso era apenas um pesadelo.
Mas eu não a julgo. Ela tem os seus motivos para não querer estar no meio disso tudo. Nunca compactuou com esse casamento, então não tinha motivo para compartilhar da minha tristeza, afinal, eu não estava feliz. Não casei por escolha própria, não casei por amor, fui forçada a isso.
Todos estavam em seus lugares, somente eu permanecia em pé, enquanto todos me observavam. Sentei-me contra a vontade, enquanto Montanari parecia querer me devorar com os olhos. Seu olhar carregava uma mistura de raiva; certamente desejava que eu fosse uma esposa submissa, esperando que eu fizesse tudo à sua maneira. Mas veremos se ele me suporta.
Montanari permaneceu de pé e iniciou um discurso repleto de palavras complicadas, que estavam até me dando sono; certamente a comida que as cozinheiras haviam preparado esfriou, com tanta falácia.
— Hoje foi um passo muito importante para mim e para minha digníssima esposa. — disse ele, esperando que eu me levantasse. Mas como eu disse: "Ele não manda em mim", continuei sentada.
Ele me olhou visivelmente irritado, mas sua expressão logo mudou, mostrando um sorriso falso para aqueles que estavam ao redor da mesa de jantar.
— Levanta agora mesmo. — ordenou entre dentes, seus olhos exibiam uma ira profunda.
Enquanto ele me olhava, um calafrio percorreu minha espinha, e então eu me levantei, mostrando um sorriso falso.
Mais uma vez, um discurso sem fim começou. Todos ergueram suas taças de champanhe e brindaram, e finalmente sentamos para sermos servidos com um prato delicioso.
— Que tédio, tudo isso por causa de um casamento? — reclamei, sentindo-me entediada.
Àquelas pessoas parecia que não tinham nada a falar, só discutiam sobre negócios e dinheiro.
— Posso subir para o quarto? — perguntei, embora não devesse ter pedido.
— Não. — disse ele calmamente, voltando a conversar com o homem ao seu lado.
Meu irmão estava completamente envolvido no meio deles; parecia que ele não estava arrependido, como afirmou estar alguns dias atrás.
— Quero sair daqui, quero me trocar, quero descansar, e eu vou sair daqui com ou sem a sua permissão, marido. — falei com desdém.
O maldito segurou uma das minhas mãos por baixo da mesa e apertou com tanta força que quase desmaiei, mas me segurei, pois não queria que todos vissem a careta feia que eu faria.
— Quando eu disser para você que não, é não. Ou quer que eu desenhe para você, esposa? Eu te garanto que não serei gentil ao demonstrar. — soltou minha mão, e eu pude sentir um alívio.
A maldita festa continuou. Levou um longo tempo para que terminassem as conversas vazias, sem sentido para mim. Aproveitei que ele havia me deixado sozinha, peguei um copo de vinho e caminhei até o jardim; eu precisava espairecer um pouco.
Me sentei em um banco de madeira, próximo a algumas roseiras dali, e observei as estrelas, admirando o silêncio do lugar. A lua estava cheia, estava linda. Fechei os olhos, soltei a respiração e me permiti sentir o vento frio batendo contra o meu rosto.
Até que ouço alguns passos atrás de mim e uma voz feminina fala comigo:
— Ei, garota. — disse, me puxando do banco.
— Quem é você? Como ousa me tocar dessa forma? — perguntei já irritada.
— Olha só, que irritada. — sorriu. — Olha, menina mimada, eu sou a mulher que Montanari ama, e todas as noites é em meus braços que ele acaba, não pense você que só porque casou com ele, que vou sair da vida do meu homem, entendeu? Porque é isso que ele é para mim. "Meu homem". — repetiu a última palavra.
— Claro, você é uma amante frustrada que não aceita a derrota. — falei, rodeando ela, enquanto eu falava. — Só podia ser. — gargalhei. Você conhece aquela música que toca por aí? "Amante não tem lar"? Inacreditável como as pessoas fazem uma música à altura das situações, e essa com toda certeza foi feita para você. — Falei, deixando-a ainda mais irritada.
— Não cante vitória antes do tempo. Nos veremos muito, mimada. — disse, saindo dali.
Soltei a respiração pesada que eu estava prendendo, voltei a sentar no mesmo banco, peguei a taça vazia do vinho que eu estava bebendo e a lancei sobre uma pedra à minha frente, quebrando-se em pedaços.
— Minha querida esposinha, eu estava te procurando. — disse Montanari, com sua voz odiosa.
— O que quer? — perguntei logo, olhando para ele.
— Deveria estar na festa, minha querida, e não aqui fora.
— Acho que onde quero estar, não é da sua conta. Fico onde me der na telha. — respondi.
— Ei, esposa, abaixe o tom para falar comigo — disse irritado. — Ou as coisas aqui, não serão boas para você, Ragazza. — acrescentou friamente.
— O quê? Vai me matar com sua arma? Faça isso, seria melhor morrer do que morar com você. — cuspi as palavras nele.
Ele agarrou meu braço com brusquidão e me trouxe para perto de si.
— Continuo repetindo, me respeite ou as coisas aqui ficarão feias para o seu lado.
— Você não manda em mim. — falei, com todo ódio que eu sentia, o desafiando.
— Eu mando em você, porque no momento em que eu coloquei esse anel no seu dedo, e você me aceitou como esposo, na frente de 500 pessoas, eu sou o seu Dono, e você fará tudo o que eu pedir, amor.
— Não sou sua propriedade, e não tenho dono. — falei, puxando meu braço de seus apertos.
— Você é minha e ponto final, meta isso na sua cabeça. — vociferou.
— Vai se föder. — falei, andando na sua frente.
Senti as mãos fortes agarrarem meus cabelos, e os puxou com tanta força, que senti dor, muita dor. Montanari aproximou seu rosto do meu, tão perto o suficiente que eu senti seus lábios próximos aos meus, mas não senti nada, apenas asco.
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Cleria Teixeira De Sousa
ela está fazendo papel e umas vagabunda como qualquer uma desaas histórias
2025-02-21
0
Luisa Nascimento
Declarada a guerra de titãs. Que vença o mais sábio!🗡️🗡️
2025-04-08
0
Salete Schmitt
ela é rebelde e ele é um ogro 🤭😂😂
2024-12-07
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