Acordei cedo pela manhã, tomei banho e fiz minha higiene pessoal. Após me enxugar, vesti uma roupa comportada e recatada. Quando a porta foi destrancada, a última pessoa que eu queria ver entrou no meu quarto, trazendo uma bandeja de café da manhã.
— Bom dia, Elisa. Trouxe seu café da manhã.
— Agora virou empregado da casa? Ou veio só encher meu saco?
— Sua raiva por mim não vai te levar a lugar algum, maninha. Tome seu café da manhã para que fique bem cuidada. E a propósito, seu casamento com Don é depois de amanhã, ou seja, você tem três dias a contar de hoje. — disse ele, saindo do quarto.
Olhei para a bandeja no criado-mudo. Mesmo com todo o ódio que eu sentia, acabei me sentando na cama e tomando o café com bolo.
Minha mãe entrou no quarto e sentou-se à beira da cama.
— Bom dia, minha princesa. — disse ela, olhando para mim.
— Bom dia, mamãe. Meu casamento é daqui a três dias. — falei tristemente.
— Filha, seu pai e eu nunca quisemos uma vida assim para você. Ele nunca quis que você se envolvesse nos assuntos da máfia. — disse minha mãe. — Por esse motivo, nunca importou-se de te ensinar algo relacionado.
— E não adiantou tanta proteção, mamãe. — respondi, colocando a xícara de volta na bandeja.
— Mesmo assim, nunca deixe que ninguém tire esse sorriso de você, nem que apaguem esse brilho lindo que você tem no rosto, minha princesa. — disse ela, me abraçando forte.
— Obrigada, mamãe. Eu te amo, te amo muito, e sentirei muitas saudades. — disse, chorando.
Mamãe me deixou sozinha no quarto. Eu sabia que Don Montanari era um homem muito rico e bonito. Já ouvi muitas pessoas falando sobre ele. Diziam até que ele era um homem muito sério e misterioso. Mas, mesmo com toda a beleza e riqueza do mundo, casar-se com alguém é algo sério, um passo que precisa ser bem pensado. No meu caso, fui obrigada, sem ter chance de escolha, e ainda por cima, casar sem um pingo de amor.
...🌼 Três dias depois......
Agora estou dentro do carro. Montanari mandou me buscar em casa, com minhas malas e tudo. Hoje seria o maldito casamento, e eu não tinha para onde escapar. Viajamos por quase uma hora e meia até a casa dele, que fica longe de tudo. Quanto mais o carro se aproximava do lugar, mais lágrimas eu derramava. Lágrimas de ódio, por Matheus fazer essa desgraça na minha vida.
Assim que chegamos, o condutor estacionou o carro em frente à mansão. Saí e fui recebida por uma mulher de cabelos grisalhos. Ela me guiou até o quarto, e assim que entrei, vi uma equipe de maquiadores profissionais à minha espera e um vestido de noiva perfeitamente esculpido em um manequim.
— Que ótimo. — pensei.
Vesti o vestido com a ajuda de duas mulheres que estavam ali para ajudar. O vestido era lindo, mas exagerado para o meu gosto; preferia algo mais simples. Daqui a um mês, eu completaria 18 anos, e meu presente era esse.
"Vida estragada com sucesso."
Depois de arrumar o vestido, fiquei de pé para não amassá-lo. A equipe de maquiagem veio e fez meu rosto. Não demorou muito para que tudo estivesse pronto. Eu já estava preparada para a minha tortura.
Caminhei para fora, com toda a calma do mundo. Entrei na limusine, que considerei outro exagero. Preferia ir de jumento, para matar Montanari de vergonha e fazê-lo desistir dessa ideia absurda. O carro começou a andar e, dessa vez, não pude chorar para não borrar a maquiagem. Queria chegar bonita na igreja, mesmo que contra a minha vontade.
O carro parou em frente à igreja. Havia muitas pessoas desconhecidas para mim, mas conhecidas pelo meu futuro marido. Talvez ele até tivesse pago aquelas pessoas para estarem ali, o que não seria surpresa.
A música nupcial começou a tocar. Agradeci mentalmente a Deus que o véu cobria meu rosto. Olhei para os lados e vi minha mãe sentada na frente, ao lado do cínico do meu irmão. Definitivamente ele não tem vergonha na cara.
Continuei caminhando até Don Montanari. Ele era realmente bonito, como diziam, mas seu olhar era intimidador e penetrante, como se enxergasse minha alma. A cerimônia seguiu conforme o esperado, e o tempo parecia se arrastar. E então, finalmente escutamos:
— Estão casados. Enfim, o noivo pode beijar a noiva. — anunciou o padre. Meu coração congelou no mesmo instante.
Montanari abriu um sorriso e descobriu meu rosto. Me encarou por alguns segundos, enquanto eu mantinha minha postura, ereta e séria.
— Deveria sorrir, afinal é nosso casamento. — sussurrou.
— Infelizmente não estou feliz, não tenho duas caras. — comentei baixinho.
Ele apoiou suas mãos quentes em minhas costas, me apertou com raiva e me beijou, amassando meus lábios. Todos na igreja começaram a aplaudirem.
— Não se apaixone. — me avisou, sorrindo para os paparazzi que estavam ali tirando fotos.
— Por que eu me apaixonaria por você? Me dê só um motivo. — Sussurrei entre dentes.
— Porque beijo bem? — sorriu calmamente.
— Se eu me apaixonasse por todos que já beijei, estaria casada com todos eles, porque beijam melhor que você. Acredita? — sussurrei com ironia.
— Não creio. — respondeu ele.
— Pois creia, estou falando a verdade. — Eu disse, sentindo-o apertar a minha mão.
Saímos de mãos dadas até o lado de fora, entramos no carro e seguimos para a mansão. Eu sabia que estava começando uma vida que não queria. Sou tão nova para ver minha vida destruída, mas deixei que isso acontecesse.
No trajeto até a mansão, o silêncio no carro era denso, quase palpável. Eu podia sentir o olhar penetrante de Ethan sobre mim, como se estivesse avaliando cada movimento, cada respiração.
— Você tem ideia do que está prestes a enfrentar? — sua voz quebrou o silêncio, rude e direta.
Engoli em seco antes de responder, tentando manter minha compostura diante da brutalidade de suas palavras.
— Não pedi por isso. Não pedi por você. — minha voz saiu mais firme do que eu esperava.
Ele virou o rosto na minha direção, seus olhos escuros faiscando com uma mistura de curiosidade e desprezo.
— Não importa o que você pediu ou deixou de pedir. Está aqui porque foi decidido. — sua voz era como um aço cortante.
— Você acha que pode simplesmente decidir meu destino assim? — minha incredulidade escapou, minhas mãos apertando o tecido do vestido.
Um sorriso irônico apareceu em seu rosto, um sorriso que não alcançava seus olhos duros.
— É exatamente isso que estou fazendo. Se não entendeu ainda, vai entender com o tempo. — seu tom era ameaçador, deixando claro que minhas opções eram limitadas.
O resto da viagem foi feito em silêncio, cada minuto parecendo uma eternidade enquanto eu tentava processar o que estava por vir.
Estava literalmente fodida.
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Elizabeth Fernandes
Se ele acha que vai domar ela ta enganado vai ser ao contrário
2025-03-15
0
Irene Saez Lage
cruzes quem tem um irmão assim não precisa de inimigos oh céus
2025-03-01
0
Nicole Rossales
ele ainda não pode 🌚
2025-02-12
0