Contenção

Um soco com toda minha força deu início ao nosso último duelo, fazendo todo o labirinto cair por terra. o minotauro, sorridente como a criança que sempre foi, erguia seus machados ao alto e abencoava-os com os raios de seu nome. em troca daquela linda apresentação, faço a minha própria, retirando minha solene adaga amiga para um confronto especial.

Em meio aquela situação, que havia começado Repentinamente, lembro-me bem das etapas que me levaram até aqui, conseguindo reviver cada momento...

Algum tempo atrás...

Investidas e faíscas saindo do embate entre lâminas mantêm a nossa formação para encarar a besta descontrolada, deixando com que Noemi apare as magias elementais, Ryou zele pelo aprisionamento através de seu controle pela água e todo o restante foque em os proteger. 

Os golpes pesados vindo do grande machado fortificado do Minotauro superavam minha defesa constantemente, fazendo com que sempre perdesse uma parte significativa do braço transformado nas mais resistentes feras que conhecia. A força de uma calamidade é incomparável, até mesmo os golpes da Lua Prateada de Mordred não são tão doloridos.

— Vai!

Sincronizados, as amarras de água enrolam os braços de seu alvo para trás, dando uma abertura longa o suficiente para um corte de cima para baixo, trazendo consigo raios quais abriam uma parte da pele do atingido, juntamente da neve que ficava em nossos pés. A água, condutora do outro elemento, fazia questão de eletrocutar os braços, fazendo marcas que logo sumiam com a regeneração avançada.

Recuamos completamente, tendo mais um momento em meio ao loop de ações para respirar. O sangue manchava o branco enquanto meus braços voltavam a forma original e se curavam no processo.

— Já foi a quinta vez, Boris. Deixa que...

— Não. — Corto os pensamentos da Raposa. — Eu sou o único que aguenta essas porradas. Sua magia vai ser anulada no momento em que aquele machado as encostar, afinal, tem um devorador de mana embutido bem no centro.

— E se conseguirmos quebrar?

— Perdemos um tempo para fazê-lo bambear, não vale a pena.

— Se continuar desse jeito, até sua regeneração vai ser vencida, primo. — Avery nos encobertava numa cortina silenciosa — Por que seu esquadrão está demorando tanto?

— Queria saber mais que você, porém… 

 Contudo, não importou o quanto tentamos dar-lhe novas cicatrizes, o máximo que acontecia era aquele pequeno intervalo. Se continuasse daquele jeito, hora ou outra, alguém iria ficar exausto. E foi exatamente o que aconteceu… 

— Gente… — Ryou, no meio do aprisionamento, deixava um pouco de sangue escorrer de sua boca. — Acho que não…  consigo… 

Sua forma híbrida forçada pela metamorfose havia expirado, fazendo com que voltasse a sua forma de um pequeno dragão, sendo segurado por Yakko. Contudo, pela pequena falha, Noemi é acertada em meio do ar, descarregando seus raios no Machado para o quebrar completamente antes de cair na neve com uma ferida grave em todo seu torso. Os primeiros socorros de Avery são o suficiente para a estabilizar, mas aquele era o máximo em que poderíamos manter a formação. 

Até mesmo eu, com o tanto de experiência contra essas aberrações, estou começando a ficar cansado. Esses jovens provaram seu valor ao aguentar esses seis minutos interruptos, é uma marca que mesmo aventureiros fortes não alcançam. 

— Susan, Yakko, Susie, ffoquem suas magias para fora daqui! 

— Só um pouco de tempo é o suficiente! 

— Ótimo, eu vou segurar o que eu conseguir. 

Ficava mais defensivo, abrindo os braços enquanto vinha aquele Jinxie, mestiço de monstro, vindo numa investida com ambos os chifres. 

Meu coração palpita em alta velocidade, a adrenalina em meu corpo passa como um furacão, enquanto aquele medo da morte sempre passa pelo meu corpo, fazendo os arredores ficarem lentos. Um piscar parece um fechar de olhos eterno, demonstrando cada parte da minha vida… 

Quando era pequeno, comendo pizza com minha família. 

Minha viagem pelos mares depois de toda desgraça no clã, junto da minha prima e integrantes memoráveis. 

O encontro com Mordred e sua Trupe, junto dos dois anos que aconteceram até então, cada evento mais louco do qual fui jogado junto deles… 

Abro meus olhos, pronto para fazer o que for necessário. Mesmo com medo, ainda preciso cumprir meu trabalho aqui. 

— Vem. 

Em um instante, o pouco de roupa que ainda tinha era rasgado pela transformação híbrida, tornando meu corpo maior e forte enquanto adicionava as partes ferais, trazendo assim um pouco da era jurássica para a luta. 

Segurando os dois chifres da criatura, utilizo um impulso de ar para alçar um voo que nos leva acima das nuvens, surpreendendo quem estava perto devido aos detritos causados. Chegando no ponto mais alto que podia, troco minha forma, derramando meu sangue no céu para poder alterar rapidamente, caindo com toda minha força, um verdadeiro Patagotitan causando a extinção da terra com suas caças.

O estrondo na terra gera um enorme cratera, criando um ambiente de luta corpo-a-corpo qual me imponho, trocando socos com aquela criatura que um dia chamei de amigo.

— Asterius, acorda cara! — Seguro suas mãos e lhe dou uma cabeçada. — Esse não é você!

Tudo que recebo são socos com eletricidade e rugidos descontrolados. Minha raiva cresce, assim como meu tamanho, o suficiente para dominar a luta por mais um tempo, aguentando qualquer dor infligida até o momento que sinto a grande quantidade de mana sendo utilizada. Vou da forma hibrída para a completa, afastando o inimigo com um encontrão utilizando a cauda, para voltar a forma humana e me reunir com os demais, dessa vez, acabado. Não é normal utilizar tanto da minha alma e corpo num tempo tão curto.

— Tá todo mundo aqui? — Pergunto, restaurando minhas mãos. — A calamidade vai nanar por um tempo, é o máximo que consigo fazer nessa situação.

— Cadê a Susan?! Ela deixou a Susie comigo e saiu, eu não entendi o que aconteceu!

Meus olhos são aprimorados em instantes enquanto caço a centelha da bruxa mais velha, me permitindo ver sua intenção ao chegar mais próxima da calamidade com seu cajado. Um círculo mágico de cinco níveis se abria enquanto a bruxa citava o encantamento para o selamento em seu próprio corpo. As veias saltam para fora com tamanha idiotice, por que ela vai fazer isso?!

— SUA IMBECIL!

Grito enquanto saio do círculo, entendendo seu plano, correndo para interrompe-lo. Mesmo longe, sou capaz de criar impulso para me jogar montanha afora, deixando a gravidade agir para chegar no local a tempo de segura-la pelo capuz com meus dentes afiados de alossauro, a colocando nas minhas costas para aguentar a pressão da próxima porrada que levaria em instantes, uma aprimorada com eletricidade e aumento físico. A pouca armadura que cobria Asterius caia assim como minhas forças, voltando a ser um humano, sendo protegido por uma barreira vindo do mesmo círculo mágico da bruxa, apenas mudando o símbolo no meio.

— Por que você só atrapalha?! — Lágrimas caiam de seu rosto. — Essa era a oportunidade perfeita pra nos livrar desse problema!

— Sacrificando sua vida no processo?! Você é idiota por acaso?! — Levanto-me, usando um golpe de pura pressão com acerto crítico em Asterius — A sua irmã ainda está amaldiçoada, o amor da sua vida finalmente está próximo de ti, ela que pode destruir a maldição do jeito mais seguro, quer realmente jogar tudo isso fora por puro orgulho?!

Seu silêncio me respondia como ninguém. Ela não é uma idiota, só está desesperada, como todos os outros. E eu aqui, pensando em recuar nessa urgência toda. 

— Susan, volta pro círculo de retorno. — Mais uma vez, minhas forças voltavam diretamente da minha alma, meu braço ficando fortalecido pelo próprio espirito. — O único Executor atuando aqui sou eu, então cai fora!

Ficava em sua frente, serrando os dentes conforme a energia da calamidade aumentava com seu rugido, uma aura assustadora que cada vez ficava mais forte. Contudo, minha determinação estava acima de qualquer medo bobo naquela hora, principalmente depois que...

— Congele.

A fina neve que ficava nas partes mais baixas tinha se tornado uma tempestade, com mana correndo livre pelo ar, acertando com tudo o torso da calamidade, ficando congelado para depois ser acertado por espinhos do elemento que perfuravam de dentro para fora.

— Já esqueceu que não resolve tudo sozinho?

— Se você acha...

Avery vinha com Yakko, formando uma equipe de pura magia, comigo sendo o único sem essa maldição. 

— Cadê os pirralhos?

— Deixamos junto dos demais, no topo da montanha. Luke já está na contenção de batalha, Mordred está em Camlann, exausto, e Miriam com Joann e Harlot estão vindo para o auxílio.

— Tsk, que saco. — Dou uma risadinha, vendo que não está tão fácil quanto imaginei. — Eu não consigo mais mudar de forma. Vai ter que ser na base humana mesmo.

— Faz um tempo desde que não o vejo usando aquelas técnicas, Boris. — Balançava seu cajado, iniciando seu encantamento.— Seria justo eu mostrar algumas magias que aprendi nesse tempo para compensar as curiosidades. 

Os machucados se fechavam com o latente calor de meu corpo, uma evaporação do sangue já fora de circulação concebia uma fumaça forte enquanto meu corpo, alma e espírito de fundiam, dando projeção a um corpo extremamente forte, resistente e regenerativo, porém muito mais exaustivo. Meus punhos ficavam com as marcas do tempo, dando início ao periodo em que estaria naquela forma. 

— Dez minutos. 

— Caralho, não estava esperando por tudo isso. 

— Não iria ficar parado todo esse tempo. 

Tomo uma posição mais ofensiva, contando com o apoio das magas atrás. 

Hora de mostrar como um Caçador realmente briga. 

— Vou botar um pouco de bom senso nessa sua cabeça, Asterius! 

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