Prelúdio

—  Heyah! 

O balançar da Katana foi bem melhor dessa vez, pois o cabo da planta ficou mais reto, porém, sem vida nenhuma. Em poucos minutos, a rosa murcharia. Que potencial latente incrível, foram apenas algumas tentativas em duas horas, e Noemi já possui um corte muito mais afiado que mestres. Esse é o poder do protagonista de shounen? 

— Sensei, e agora, como fui? 

— Incrível, Noemi. Cada vez mais perto do pico, estou impressionado pela sua habilidade com katanas. 

— Arigato, devo isso ao treinamento do meu pai! 

— Perfeito! Não esperava menos dos Onis, principalmente vocês que vêem de uma linhagem tão lendária. 

Me levanto da pedra onde estava sentado, indo até perto da garota que está um tanto quanto exausta. Fecho seu ciclo de mana gentilmente e a agracio com vários tipos de culinária, as quais a conquista de imediato. 

Enquanto senta para comer, Noemi me pergunta de boca cheia:

— Sensei, por que decidiu me treinar mesmo depois da invasão aos Yamazaki? Não seria melhor ter ido os ajudar? 

— Eles já tinham finalizado a situação. Aliás, da casa do Mordred, sou o mais fraco com toda certeza. — Minha afirmação a impressiona. — Consegue entender o nível que estão? 

— Oi! 

— Por isso que, para proteger esse lugar, mais pessoas precisam ficar fortes. E dá pra perceber, mesmo sem meus olhos de oráculo, que você possui um talento nato com espadas e magias de aprimoramento. 

— Por isso fui escolhida? 

— Também pelo seu coração. Gostei de te ver salvando aqueles Nekomatas e os acolhendo assim que voltei do vulcão, foi fofo. 

Nem conto pra ela que fui obrigado a treina-la por causa da Amaterasu-san. Apesar que, só de bater o olho nela, teria a vontade de ensinar alguns truques, afinal, ainda to em busca de alguém que me leve ao limite. No final, saio no lucro. 

— Aliás, só falta uma coisa pro seu corte. 

Interessada, a garota para pôr um momento e me observa. Sacando rapidamente a katana, a banho na energia da vida junto de uma técnica de corte rápida, fazendo uma rachadura no espaço a frente, o que pode ser considerado um “corte”. Pego a flor e entrego na mão de minha aluna, demonstrando que se for colocada na água, irá se manter viva, diferente da flor dela. 

— Isso foi energia divina, não? 

— Se você considera isso divino, então, sim. — Sua curiosidade me cativa, então revelo. — Energia Divina, ou Ether como gosto de chamar, não passa de uma energia da realidade concentrada ao ponto de se materializar. Seja mana, elementos, matéria, o Ether apenas surge espontaneamente de uma grande quantidade acumulada. Em outras palavras, se condensar sua mana em sua arma, irá facilmente fazer o mesmo corte que efetuei, usar o “divino” ao seu favor.

— Acho que... — Olhava seu reflexo na arma um pouco trincada. — Entendi.

Levantava e tomava a frente, visando uma árvore mais a frente, especificamente um galho sem ninho. Fico a observando, surpreendendo-me quando pequenos raios saem de seus olhos e espada, junto de uma grande quantidade de magia. Em um instante, não só o galho, toda a árvore foi cortada perfeitamente, ao ponto de ficar parada no lugar, mas cortada em duas de cima para baixo.

— Tá de brincadeira...

Gargalho enquanto vejo a noite chegar em seu estopim. Em menos de um dia, não, menos de meio-dia. Essa garota é uma prodígio, e por sinal, neta daquele arruaceiro das tempestades! Essa semideusa está preparada pra enfrentar qualquer coisa, ou qualquer um, que venha atrapalhar na sua caminhada.

— É isso, não tenho mais nada o que ensinar.

— O-o que?!

— Esse foi o corte mais perfeito que eu já vi. Além de limpo, manteve a vida na árvore. Noemi, já considerou em seguir o caminho da espada?

— Sim, mas eu...

— Irei conversar com seu pai e seu irmão. Caso permitam, irei lhe apresentar um certo vampiro que pode te ajudar a trilhar esse caminho. Isso se quiser ainda...

Sua animação é perceptível quando uma pequena chama sai de seus chifres, junto dos olhos que demonstram tamanha determinação. Pego todo o pano do lanchinho e o jogo no meu inventário oculto, a chamando para voltar a vila naquele horário mesmo. Não é como se uma fera selvagem fosse um problema, ainda mais com a aura maligna ativa. Amei aprender essa técnica com Mordred, ela utiliza sua presença misturada com o instinto selvagem para fazer uma aura ameaçadora para qualquer ser vivo ao redor, menos quem escolher. Ai, mistura isso com o fato de eu ter o instinto selvagem de todo e qualquer coisa viva, e tenho uma habilidade roubadíssima para lidar com monstros não evoluídos.

Evolução, meus amigos! 

Enquanto voltamos tranquilamente até a vila, onde Avery e os demais nos esperam, sinto estranhas presenças percorrendo o monte. Algumas somem no meio do caminho, mas a maioria se defem intacta. Oh droga, não é o Mordred, nenhum deles tem aquela presença imponente que eles têm. 

— Avery, comando Select Start A B! 

— Entendido! 

Adoro quando usamos esses códigos que ninguém entende. Ela simplesmente ergue uma barreira com todo o processo de encantamento e explica a situação para o general Shiba. No meio tempo, explico o que aconteceu pra Noemi e a instruo a ficar preparada para caso algo aconteça comigo, o que não irá, mas é bom deixar uma medida protetiva caso alguém passe. 

Mexo no inventário e saio correndo até mais abaixo no monte, enquanto uso um dos meus aparatos para entrar em ressonância com a mana de Mordred, fazendo uma linha de comunicação entre nós dois. 

— Ae morcegote, tu tá perto de chegar? 

— Então, a gente deve tar na metade ainda. Paramos pra fazer um lanche enquanto subimos, por que? Já tá com saudade? 

— Sim, eu to com saudade. Mas é por causa que tem nego subindo pelo lado oposto aqui. — Pego o aparato e mando uma foto que se instala como uma memória no alucard de quinta categoria. — O que que eu faço? 

— Olha, dá uma bisoiada e tenta pedir pra recuarem. 

— Em caso negativo? 

— Da um jeito neles. 

Abro um pequeno sorrisinho. Adoro a sinceridade do meu Lorde! 

— Entendido. Desligando aqui, vê se chega pro festival!

— Farei o que puder! 

Desligo o celular e jogo no inventário, descendo cada vez mais até as presenças um tanto quanto destrutivas opostas. Chegando mais perto, a minha roupa muda subitamente, como de alguém de cima soubesse o que tá pra vir. Com minhas peças de roupa ficando completamente negras e obtendo um casaco com pelos, relembrando meu tempo no inverno do norte, vou ao encontro de uma legião de gente burra. Sério, quem escala do lado oposto cara? Tão achando que é bode da montanha agora é? 

Enquanto o exército continua a seguir seu caminho, vejo sua crueldade na minha frente, ao ver diversos yokais sendo usados de Reféns e alguns mortos atrás, servindo como alimento para uma máquina estranha que não cheira nenhum pouco bem. Bom, vamos com a aproximação então… 

Chego mais perto, saindo das árvores que estão cobertas por neve, lançando um olhar mortal no general deles. Tendo roupas de samurai comum e tendo características de ghoul, percebo também a marca real em sua armadura. Droga, a guerra realmente vai começar no pior momento possível. Bem, fazer o que, a gente já tem nosso lado. 

— Vão me explicar o que querem, ou iremos apenas deixar tudo de lado e partir pra briga? 

— Esse idiota nem sequer vai ver o que o acertará! 

Eles riem pois falaram na língua espiritual, algo bem difícil, contudo, alguns treinos e estudos de épocas me adaptou facilmente a essa língua. Então devolvo:

— Parece que vamos pela segunda opção. Vou deixar começar, venha! 

Todos param de rir no momento em que abri minha boca. Digo mais, os Yokais parecem um tanto quanto esperançosos. Mesmo que não tenha sequer sentimentos por vocês, por serem meros estranhos, não vou deixar fazerem nada com vocês, por estarem no meu caminho. Se puder ajudar, ajude, certo? 

Tenho um pequeno vislumbre do futuro, onde o meu oponente aparece atrás de mim com um teleporte e ataca com uma Odachi, aquelas espadas orientais mais longas, então evito de perder a cabeça simplesmente desviando e contra atacando com um soco na costela,onde a armadura não protege direito. 

Após aquele ghoul se exaltar, perdendo seu raciocínio lógico e vindo para cima tranformado numa aberração da natureza, o finalizo criando uma pequena foice e a cravando em sua mente, apenas para cortar sua cabeça ao meio colocando meu peso no cabo da arma, garantindo seu exorcismo ao jogar sal e um papel com símbolos, fazendo seu corpo se desintegrar. 

Vendo a fé abalada de seus subordinados, que tremem mais que bamboo seco quando precisa segurar o varal de roupa, minimizo os incidentes com uma ameaça simples:

— Seguinte rapaziada, vocês poupam os reféns e eu vou poupar vocês. Troca justa, né?

Eles saem correndo, largando suas armas e os yokais para trás. Graças a Deus, eu não tankaria tanta gente de uma vez, Ufa! 

Vou até os reféns e vejo o que posso fazer em seus machucados, usando alguns rituais para amenizar suas dores, já que magia não é comigo. Os junto em um pequeno grupo, visando uma melhor cooperação e coordenação de rebanho até a vila. Contudo, no momento em que estamos prontos para partir, dos céus, vejo um enorme projeto de pedra e fogo reunidos. Uma bola de fogo, daquelas invocadas com magia de nível quatro pra cima. 

Antes que chegassem neles, me preparo para segurar completamente o dano, no entanto, uma lança é jogada até o chão, brilhando intensamente em verde esmeralda, fazendo com que a própria terra responda ao seu chamado, formando uma enorme proteção de solo terrosso e vinhas divinas. A bola de fogo acerta em cheio, criando um tornado de chamas ao redor antes de cessar completamente a mana. Suspiro profundamente, olhando para trás e vendo aquela figura pomposa de cabelos loiros e traços de dragão. 

— Sempre nas melhores horas, ein Luke?! 

— Apenas o necessário, Boris! 

Fazendo um bate aqui, ambos nós ficamos felizes com nosso reencontro. E os Yokais, ao observarem todo o esplendor do Dragão de jade, ficam perplexos e esperançosos. Caramba, ô gente cheia de esperanças por nada. Qualquer coisinha, ui ui esperança. Sabem sobreviver sozinhos não? 

De qualquer forma, depois de nos juntarmos novamente, sendo escoltados por Luke, chegamos a vila e converso com o general para acolher estes outros exilados, algo que aceita de bom grado, visto o quão fácil e rápido se adaptaram ao ambiente e as pessoas, sendo extremamente cooperativas com os Onis. Após toda a burocracia que tive de fazer para que fosse oficializado, vou saindo e transmorfo-me num gato para passar despercebido até meus amigos e família. Antes de voltar a ser humano, percebo que havia uma reunião em torno da minha prima e de Noemi, e também que a Susie continua bem perto do Ryou. Rapaz, bichin rápido, quando crescer vai trazer bastante problema.

— De qualquer forma, é isso que quero que saiba, Lorde Mordred. 

— Compreendo. — Uma expressão de confusão estava estampada no morcego. — Dupla Memória, huh? Sempre ponderei sobre isso, mas pensei que era apenas uma mania… 

— Bem, minha função esta cumprida. Ademais, é melhor sempre estar pronto para o pior, ou melhor, Lorde Mordred. 

— Muito obrigado por sua ajuda, Avery. Minha irmã fez certo ao lhe mandar aqui. 

Algum assunto de Unelure pra Unelure? Na verdade, o mais interessante é saber que a rainha das fadas, quem adotou minha prima em sua equipe, é a irmã do meu cria castlevania paraguaio. Bem, deixo de lado, visando alguns pontos mais altos e que possam me dar uma bela vista do que esta por vir. No alto da árvore anciã por perto da vila, consigo exatamente o que quero, percebendo um pequeno problema. 

— Rapaz, se vão atacar com essa quantidade… 

Um enorme exército estava marchando para subir a montanha, algo que deve levar cerca de dois dias, ou seja, podemos curtir o festival antes de sairmos pra batalha. Em meio a inúmeros lutadores e guerreiros, um em específico olha diretamente pra mim, com olhos negros e Iris vermelha, tendo uma altura enorme e carregando dois machados, tendo chifres e uma roupa anormal nesse lugar. Não tenho dúvidas, a calamidade dessa vez… 

— Hahaha! 

Minha forma começa a voltar ao normal enquanto mando meu presente como um dos anfitriões. Seguro firmemente uma das lanças do meu arsenal, embuindo-a em Ether, e disparando entre as nuvens enquanto observo sua trajetória até o meio de todo aquele exército, fazendo vários raios caírem e diminuir suas forças, adicionando um dia para nossa contagem. Contudo, a calamidade nem sequer foi arranhada. Sim, é ele quem vai me levar ao limite, tem de ser.

— Isso vai ser muito divertido.

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