Cotidiano

Fazem exatamente dois semestres desde que me juntei a família mais esquisita e acolhedora que já conheci, o esquadrão de soluções, ou como gosto de chamar, Família Problema. Parece que só por existirmos, acontecem coisas que comumente seriam impossíveis ao olhar dos outros.

E nesse dia, fui chamado para a primeira reunião pré missão minha, e fui lá sentar na minha cadeira numa távola redonda em formato menor. Ao meu redor, estavam todos os Unelure, que apenas aguardavam em silêncio as palavras de Mordred. Logo, fiz o mesmo...

— A nossa missão vai ser uma rápida, dependendo da gravidade da situação. 

Com um pequeno aparelho, um grande mapa se abria no formato de um holograma mágico, podendo ver exatamente p que estava acontecendo em tempo real. Na ilha a nosso Nordeste, existe Roma, um grande Império que fez acordos e se tornou o grande ponto de referência no mundo inteiro. Aparentemente, hoje é um dia especial, pois as famílias reais de cada Reino se juntarão para o reafirmar da paz depois de cem anos. Marcos César II, o atual imperador, é o grande anfitrião desse festejo, mas tem algo estranho ocorrendo na ilha… 

— Mais e mais criaturas selvagens tem surgido ao redor da capital, adentrando de uma forma desconhecida. Fomos solicitados pelo imperador para uma varredura no lugar e garantir a segurança das realezas. — Virava sua cabeça para seus melhores amigos. — Luke, Miriam, vocês ficarão com o Norte das bestas. Se encontrarem quaisquer evidências do que pode estar acontecendo, por favor, me enviem de imediato. 

— Entendido. — Concordavam em sincronia. 

— Harlot, cuide do Leste. Joann, o Oeste. Eu fico com o Sul. 

— Captado. 

— Não haverá falhas, jovem mestre. 

Então, todos os quatro pontos principais já foram designados. Espera, e eu?! 

— Boris, quanto a você, quero que fique de olho no centro. 

No centro? Mas, guardas e soldados já estarão de prontidão lá. 

— Principalmente na reunião que ocorrerá. De todos nós, tu és o único que pode facilmente se infiltrar e identificar potenciais problemas. — Demonstra um pequeno sorriso. — Sei que é um trabalho e tanto, mas posso contar contigo? 

— Como bem quiser. 

Nisso, todos nós levantamos e seguimos o ruivo enquanto preparamos para a missão. Todos colocam armaduras e escondem suas armas em alguma parte do corpo, enquanto arrumam alguns objetos mágicos. Quanto a mim, coloco minhas soqueiras fofas e uma roupa mais furtiva, visto que já está de noite e a lua minguante dança no céu com as estrelas, meras figurantes para destacar seu brilho. 

Chegamos na sala principal. Pegando alguns gizes, surge um círculo de magia espacial, ou melhor, um teleporte, para o local de nosso trabalho. Da primeira vez, quase vomitei com a matéria passando rapidamente de um lugar para outro, e depois de algum tempo com essa tecnomagia, eu continuo tendo ânsia. Como alguém se acostuma com essa sensação? 

Espero que um dia seja tão durão quanto meus amigos de raças fortes, que fazem isso quase todo dia. Se eu fizer uma vez ao mês, já é muita coisa. 

— Certo. Aqui nos separamos, para não gerar confusão. — Apenas com o sinal de Mordred, todos saem, com a minha exceção. — Boris, se sentir uma ameaça iminente a sua vida, não tenha vergonha de recuar. A vitória é menos importante que sua existência, não se esqueça disso. 

— Entendido, Filósofo Noturno. 

— Filósofo o quê? 

Nesse momento, desapareço em meio à noite, tornando-me uma pequena ave de quatro olhos nativa da região e pousando nos tetos das casas, observando atentamente o grande festival que ocorria nas ruas. Crianças e adultos se divertiam com máscaras, um banquete era feito para toda a massa, junto de feiras e feiras que se faziam em diversos pontos da cidade. Depois de tanto voar, sento-me na forma humana no topo de um prédio, admirado com as luzes de diferentes cores da cidade e quase não percebendo meu pequeno comunicador tocando. 

Com a imagem de um dragão desenhado a mão de forma infantil, junto do nome "Irmãozão", identifico que é Luke. Piadas internas a parte, ele realmente parece um irmão mais velho para mim. 

— Alguma novidade na área, Boris? 

— Além das feiras e do banquete, nenhuma. Já derrotou algum monstro? 

— No momento, três. A Miriam está na frente, com quatro. 

— Você vai conseguir ganhar dessa vez, tenho certeza. 

— Agora estou inspirado! Bem, tome cuidado e me avise quando conseguir algo. 

— Entendido, desligando… 

O comunicador desliga, e o coloco no armazém espacial que possui de volta. Passa-se um tempo, comigo trocando constantemente de forma e máscara no meio da população, fazendo com que ninguém me perceba como intruso, podendo então ver mais de perto as entradas pro enorme palácio imperial no meio da cidade, que abria os portões para a chegada de carruagens das mais diferentes formas, tamanhos e cores. Sabendo que provavelmente teriam alguma guarda mágica, percebo o momento perfeito para adentrar o palácio. Com poucos movimentos, o tabuleiro se fecha, conseguindo atravessar a ponte no suporte de uma carruagem, na forma de um felino preto com tatuagens mágicas. Como nenhum dos guardas liga para minha presença, achando que sou de algum dos visitantes, adentro aquele espaço de beleza e arquitetura inacreditáveis de forma rápida e inofensiva. 

Verifico todo o enorme lugar onde me encontro, vendo tanto salas comuns como a cozinha e dormitórios, quanto às salas de treino, arsenais, sauna e uma que prefiro não comentar o que seria. Marco-as num mapa mental dentro de meu cérebro, indo à sala de encontros, onde estarão os reis, rainhas, imperadores e imperatrizes de cada país daqui a alguns minutos. Pretendia ficar em algum canto da sala, mas para melhor visão do ambiente, fico nos apoios de lustres e cortinas. Analiso todo o lugar com meus sentidos apurados e técnicas de reconhecimento, e confirmo a segurança do lugar, usando meu comunicador para avisar os demais sobre as condições. Pelo que vejo, todos estão ocupados matando monstros selvagens, mas ao menos estão se divertindo e compartilhando as fotos da guarda de Roma. Fofos. 

Escuto o abrir das portas, junto de passos pesados e uma discussão de casal acontecendo, uma bem simples e idiota, mas que sempre acontece. 

— Mulher, já falei que não vou arrumar ainda mais meu cabelo! Olhe bem, meu espetado está perfeito do jeito que está agora! 

— Silêncio e abaixe-se, ou irei faze-lo ajoelhar para que eu termine de arrumar sua aparência, Imperador. 

— Há, até parece que… 

Uma magia baseada na presença e determinação do usuário é lançada contra o gigante imperador de Roma, que cai de joelhos e assim tem seu cabelo ajeitado. A mulher, de estatura baixa e traços de lobo, o beija depois da situação e sai da sala desfilando. 

— Ah, como é difícil ser dominado por mais de uma esposa. E depois dizem que sigo o caminho dos conquistadores. 

Ah, é verdade. O imperador tem sete esposas. Tenho certeza que os deuses permitiram poligamia para poderem trair suas mulheres sem, na teoria, ser traição. Safados, pilantras, canalhas. Tadinha da minha amiga Hera, mesmo sendo fiel, tem aquele traste dos relâmpagos como marido. 

Em poucos minutos após a situação inesperada, surgem a realeza de cada país, com as que mais chamam atenção sendo as que conheço, e uma que me lembra muito meu amigo vampiro. 

Faraó Nilte, a encarnação de Anúbis, uma amiga da viagem que tive pelo Egito e uma governante idolatrada por todos. 

Rainha Quedb, a mais forte berserk, com sua liderança e poder único no formato de uma beleza feminina estonteante, ela unificou a Terra dos celtas e se tornou muito amada, das duas formas, por seu povo. 

Imperador Shun Li Huang, um dos meus melhores amigos, e o grande descendente de Qin Shi Huang. Dizem as lendas do povo que ele desceu dos céus e trouxe prosperidade e paz assim que encostou na terra, mal sabem eles os perigos que passamos. 

E por fim, uma bela moça de vestes negras e azuis, cabelos ruivos com pontas pretas e olhos amarelos. Pelo que vejo, é de uma das raças que menos tenho afeto, as fadas. Pelo que falaram assim que chegou, essa é a Rainha Morgana. Não duvido nada de ser algum outro familiar de Mordred, pela semelhança e pelo nome Arthuriano. 

Isso significa que existem mais esquadrões? Interessante, minha escolha foi a correta a se fazer, entrando nesse mundo insano de missões perigosas em lugares diversos. Um paraíso pra quem gosta de adrenalina e curtir paisagens, como euzinho aqui. 

Fico de bobeirola, escutando as estranhas conversas da alta sociedade e mal me importando com seus esquemas ou contrabandos, não me afetando, pouco dou bola. Fico bastante tempo absorvendo informações inúteis e comendo alguns docinhos que trouxe, além de ficar passando tudo no grupo enquanto curtia as fotos novas que chegavam e discutia algumas evidências encontradas, como alguns círculos de invocação e sacrifícios espalhados pelas redondezas. Como Miriam tem mais conhecimento, de forma geral, ela acabou entendo o ciclo de ataque das bestas e concluiu que um mandante, junto de capangas, estaria fazendo sacrifícios para semi-infernais, criaturas criadas a partir de sangue demoníaco e um desejo caótico de destruição, mas não completamente tomadas por ódio, atacarem sem parar as fronteiras. Uma pena que quem está as protegendo é, tipo, a elite da elite. Teriam chances contra mim, mas não tão altas também, pois sei como exorciza-los. 

— Sobre o caso que vem acontecendo na Terra dos Yokais, já possuem alguma informação confirmada, César? 

Essa pequena frase me chama atenção, fazendo com que fique atento lá de cima. 

— Nenhuma, fazem meses desde que os Nobu não me mandam nenhuma carta. A última coisa que me mandaram, foi um mensageiro com a frase "O assunto interno não deve ser interferido por nenhum estrangeiro" de forma grosseira. Bem, eles que se lasquem com suas próprias ações! 

— Concordo plenamente. Uma ameaça tão grande quanto uma suspeita de anomalia é algo preocupante para qualquer um, e mesmo assim, restringem um caso grave desses como "Assunto interno".

Mando toda a conversa gravada para os demais. O primeiro a responder é o ADM, Mordred;

— Anomalia?! Isso é realmente grave! 

Luke: — Esses babacas Incorrigíveis irão matar o próprio povo deles. 

Miri: — Acho que já encontramos nossa próxima parada. 

Sir Joann: — Apenas se o jovem mestre achar necessário. 

Vinhozada: — Claro que é necessário. Esse assunto vai além das legislações de qualquer ilha. 

Madame: — Nesse caso, irei preparar os meus agasalhos e também as yukatas. Miriam, depois pode me ajudar? 

Miri: — Claro! Boriszinho, você também ajuda com meus livros? 

BSZ: — Como sempre, pode contar comigo. Vou ver o que mais arranjo. 

Vinhozada: — Entendido. Tem alguns javalis estranhos vindo aqui, depois a gente se fala. 

Fecho o comunicador nessa parte e volto a prestar atenção, me esfregando no lustre para me ajeitar enquanto isso. Os cabeças de cada raça voltam a falar de assuntos chatos e então fico entediado, pulando do lustre para lugares com menos iluminação para me disfarçar e cair perto da porta, assim deixando o lugar com a certeza de estar seguro e andar pelo palácio uma última vez. 

Em meio a viagem felina, encontro um ser bem suspeito, que apaga uma das criadas e logo depois assume sua forma para poder entrar na cozinha. Preferiria o enfrentar de frente, porém minha função não permite isso, então, ao ver uma guarda passando, chamo sua atenção com meu miado e logo percebo a forma da Tiefling em minha frente, uma das esposas do Imperador, essa eu conheço bem. A abençoada por Bellona e Marte, a deusa da guerra encarnada, Filamona. A levo até a cozinha e chego perto da impostora, a qual tenta me chutar e logo é indagada:

— Jullieta, você não adora gatos e tem uma conexão ultra forte com eles? 

— Claro, senhorita. 

Ao tentar se aproximar de mim, mio e saio até a porta, mostrando minhas garras e meu rabo espantado. Filamona logo percebe a farsante, e o que sucede é uma sequência de espancamento que se passasse na TV seria censurado em diversos países. Depois disso, a levo até a Julietta original, a qual acorda e me acaricia com seus dons mágicos com os felinos, para ser acolhida em um reconfortante abraço daquela mulher de amplo poder. Após meu trabalho concluído, saio do palácio da mesma forma que entrei, percebendo já estar quase de manhã.

Me transformando na minha forma humana quando chegava perto de Mordred, o dou uns tapinhas nas costas e uso das minhas técnicas para dividir energias com ele, para poder ficar mais acordado. 

— Obrigado, Boris. 

— De nada patrão. — Confiro meu comunicador, que tem mais de duas mil mensagens. — O que descobriram desde que parei de mandar vídeos? 

— Muitas coisas. Em suma, já capturamos quem estava querendo dar um golpe de estado e finalizamos um demônio de alto rank.

— Parabéns. — Bato palmas de forma irônica — Então podemos voltar para casa?

— Claro! Inclusive, queria te parabenizar pelo trabalho, foi ótimo!

— Obrigado. — Fico um pouco contente. — Vamos nos reunir com os outros e...

Um furdunço atrapalha minha fala, chamando a atenção de nós dois, que ficamos encarando o lugar de onde vem tantas vozes com falas extremamente pejorativas, até que Mordred toma a frente e avança em alta velocidade. Uma pena pra ele que sou ainda mais veloz, chegando no lugar em poucos passos fantasmas. Observamos de longe duas mulheres, uma grande e uma pequena, correndo de uns caipiras com tochas e armas mágicas. Como sempre, o vampiro toma a frente, usando sua capa com encantamento mágico para defende-las de ataques vindo de todos os lados. Um verdadeiro cavalheiro.

— Boris!

— Não fale mais uma vez.

Vou andando com as mãos nos bolsos, criando barreiras ao nosso redor com minha técnica de “Criação realista”, além de forçar os caipiras a recuarem um pouco exercendo uma aura assustadora acompanhada de uma pequena pressão gravitacional. Apenas bufo enquanto recuamos lentamente, sem nada mais falar, com ambas as damas que ficam perdidas com nossa presença. 

Assim que Mordred vai com elas na floresta, uma distorção temporal acontece em minha frente, perceptível devido a minha alta assimilação com Ether, então fico um pouco para trás e volto até a vila que os caipiras ficam. Vejo que preparam ataques contra mim, e que não possuem crianças no local. Perfeito...

— Vou mudar a história um pouquinho em troca de nossa ajuda, seja lá qual Deusa for. Algum problema?

“N ã o. Apenas as leve para seu destino...”

A resposta vem quase instantaneamente, com uma pressão exorbitante no meu corpo, algo que consigo aguentar tranquilamente. Junto as minhas mãos, fazendo com que um elemento criado a partir da minha própria vontade se manifeste, as chamas dançam na minha palma, até formar uma pequena esfera que cresce lentamente.

— Temam e agradeçam. — Deixo a esfera acima das nossas cabeças. — as suas vidas não serão retiradas, mas este lugar irá rejeita-los para sempre.

o que sucedeu, foi a criação da segunda estrada das cinzas.

— Ai, que vontade de vomitar... — Falo depois de sentir o baque da troca temporal. — Mordred, tá aí?

— Sim, e junto delas...

Duas bruxas, com roupas bem medievais e antiquadas pro nosso tempo. Uma, possui cabelos loiros e olhos roxos, já a pequena, possui cabelos escuros e olhos azuis. Chego perto delas, que parecem bem mais calmas, e estendo minha mão.

— Eu sou Boris, aquele é o Mordred. — Dou um sorriso antes de continuar. — E recebemos uma missão divina, levar vocês para seu destino.

— A gente recebeu? — Ele vê minha reação descontraída enquanto chego perto e passo as informações da Deusa com um peteleco na testa. — A gente recebeu!

— Eu sou Susan, e essa é Susie. — A grandona se apresenta. — Nós podemos conversar isso em algum outro lugar, se não for pedir muito...

— Dá para perceber sua exaustão e pavor, bela moça. E se recebemos uma ordem divina, nada é pedir muito!

As guiando, Mordred vai ao encontro dos demais para detalhar a inesperada nova tarefa. Enquanto isso, sinto um Konte muito forte e vou até ele, observando um demônio querendo invadir os portões de Roma, sendo parado por Filomona. Como nossa missão atual é manter a paz nesse estado, então devemos completar do melhor jeito.

— Saia voando com meu impacto, Bulla Promovetur!

Uma enorme quantidade de magia é gasta para fazer um estrondoso ataque que faz o demônio ficar mais fraco, desfazendo seu cavalo e atacando com uma lança de chamas, incendiando tudo em volta, adicionando uma pequena e nova cicatriz para o corpo da donzela de guerra. Antes que a situação piore, chego rapidamente perto do demônio, parando seu ataque consecutivo e tocando levemente em seu torso, dizendo seu nome verdadeiro e fazendo uma espiral máxima em seu corpo.

Em segundos, o demônio é exorcizado e desaparece em sangue e chamas. Caramba, hoje eu estou meio vilanesco, que divertido. Ainda mais depois de semana passada, que fiquei com titulo de herói pra uma das guildas que o Mordred administra como chefão...

— Quem é você?

Ah, verdade, tem a primeira esposa do imperador aqui.

— Apenas um humano de passagem. — Vou até perto dela, utilizando da força adquirida do demônio exorcizado e gastando tudo para a cura completa da general. — Tome cuidado com esses demônios extravagantes. Salomão teve um trabalho para os aprisionar. Mas não se preocupe com seu invocador, deve ter sido um iniciante idiota que morreu no processo.

Aconselho, andando em direção para onde vamos retornar para Camlann, a mansão de Mordred. Enquanto isso, limpo o pouco sangue que sobrou em minhas roupas, tirando tudo e ficando ileso como deveria ser para não gerar suspeitas. 

— Como sabe disso?

— Fácil...

Dou um sorriso enquanto me despeço jogando uma arma nova para que não possua mais problemas e possa curtir sua vida normalmente, como eu e muitos outros desejam.

— O demônio era muito fraco para ser os que enfrento.

E com a missão completa, volto a minha família, os cumprimentando e teleportando para casa.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!