— Thanatos, amor, se acalme e me explique o que aconteceu. — Eu sei que não era fácil para ele se acalmar, ainda mais quando envolve sua filha.
— Não sei. Thelma me ligou dizendo que estava algo errado. Quando cheguei lá ela estava babando muito, com dificuldade de respirar e queimando em febre. Eu não sei. Não sei. Por favor, Sarah. Não deixe minha filha morrer. — Thanatos implorava. Ele não era o tipo de pessoa que perdia o controle das suas emoções com facilidade.
— Farei o meu melhor, amor. Onde ela está? — Não vou negar que estava nervosa também, era a vida de Beatriz que estava em minhas mãos.
— Na sala. Coloquei ela no sofá. Letícia está com ela. — Thanatos me olhava surpreso. Talvez tivesse medo que eu não reagisse por conta dos últimos dias.
— Vamos lá. — Falei indo em direção à sala.
A cena que encontrei era bem pior do que eu pensava. Beatriz havia vomitado quase toda a sala. Sua barriga estava estufada. Claramente respirava com dificuldade. Seu olho se movia de um lado a outro. Sua mão parecia está com espasmos. Ela parecia mais pálida do que o normal.
— Letícia, verificou a pressão dela? — Perguntei me aproximando e ajoelha do lado da menina.
— Não, ela é tão nova. Achei que não era necessário. Fiz errado? — Letícia ainda era bastante inexperiente quando se trava de atendimento de urgência.
— Farei isso. Me passe todo equipamento da sua bolsa. Preciso saber como estão os sinais vitais dela. — Orientei Letícia, que me passou a bolsa.
Como imaginei. A pressão dela está baixa. Sua febre está de 39. Quando pensei que não podia ficar pior, o nariz de Beatriz estava sangrando, antes dela começar a se debater em uma convulsão.
— Sarah! — Thanatos gritou desesperado.
Aplique a medicação para parar a convulsão, mas era apenas paliativo, o problema real não era aquele. O que será que está acontecendo? Beatriz não tem doença alguma, uma criança super saudável. Passei novamente os olhos pela menina, notei que a barriga dela estava ainda mais estufada. Decidi investigar por ali.
— Letícia, preciso que você recolha um pouco do vômito dela e entregue no hospital para analisa. Thanatos, ligue para Marisa, diga a ela que precisamos da autorização para o exame e que seja urgente. Também preciso do posto de saúde, lá tem ultrassom, certo? — Orientei todos.
— Não, está quebrado. Não há nada funcionando no posto de saúde. — Letícia disse enquanto recolhia o vômito.
— E agora, se você precisa o que faremos? — Thanatos perguntou.
— No hospital tem ultrassom portátil, peça que Marisa empreste. Deve demorar um pouco para você ir e voltar. Enquanto isso, vou tentar estabilizar Beatriz. — Orientei todos, que correram cada um para sua função — Beatriz, meu amor, você está me ouvindo? Consegue me responder?
Não havia resposta. Ela nem sequer me olhava. Será que era algo no seu cérebro? Mas porque a barriga dela estaria desse forma? Muitas perguntas sem respostas, fiquei pensando enquanto tentava controlar sua pressão, febre e seus espasmos, mas o que me preocupava mesmo era a falta de respostas.
— Não era melhor levar ela para o hospital? — Thanatos perguntou.
— Seria, mas ambulâncias normais não sobem no morro. Seria perigoso coloca ela em um carro. Não sabemos exatamente o que ela tem. Pode ir na clínica e trazer oxigênio? A oxigenação dela está baixa. — Pedi ao Thanatos.
— Então vou conseguir uma ambulância. — Thanatos disse correndo para fora de casa com o celular no ouvido.
Beatriz não respondia por mais que chamasse, ela também parecia não está sentindo qualquer reação. Isso não é bom. O que ela tem com toda certeza afetou seu cérebro, mas não veio de lá o problema ou a menina não estaria com a barriga tão estufada. Quanto mais eu pensava nisso, ficava ainda mais confusa.
— Aqui está. — Thanatos me passou o oxigênio, coloquei na mesma hora em Beatriz — Consegui uma ambulância, mas deve demorar certa de trinta minha. O que acha que ela pode ter?
— Sendo sincera, tem diversas possibilidades, minha preocupação maior é que seja algo que afetou seu cérebro, Beatriz não responde e não aparenta ter qualquer reação. Seu corpo pouco reage aos estímulos, mas me pergunto o que poderia afetar a barriga e o cérebro. — Expliquei, mas estava mentalmente pensando em todos os sintomas, como buscasse uma resposta.
— Sarah, pensa. Você com certeza sabe a resposta. — Thanatos se ajoelhou do meu lado segurando a mão da filha.
O que poderia ser, peguei um papel, comecei a colocar todos os sintomas, seria mais fácil assim para chegar a resposta. Ela tem sialorreia, convulsão, nistagmo, mioclonia, epistaxe, dispnéia, pirexia, hipotensão, letargia, sangramento espontâneos e aumento do abdômen . Será que deixei algo de fora? Não. Foi isso. O que causaria todos esses sintomas?
— Envenenamento! — Gritei ao perceber finalmente do que se tratava — Thanatos, peça para Marisa testar o vômito buscando em venenos. Precisamos levar ela para o hospital urgente. Não podemos esperar a ambulância subir. Vamos!
Se eu estivesse certa, por conta da falta de estrutura que havia no morro, que resultou na demora para o diagnóstico, a vida de Beatriz estava em risco. Cada segundo contava.
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Atualizado até capítulo 120
Comments
será quem vez isso foi o Diego que não gosta dela ? 🤔🤔🤔😢
2024-01-06
5
Joselia Freitas
Quem será que fez uma maldade dessa com ela 😞🤔
2024-01-04
2
Marisa Araujo
muito boa estou amando muito nervosa tomara que ela fique boa logo
2023-06-02
6