capítulo 9

Breno esperou se afastarem da casa, para fazer a pergunta que não quer calar.

— Bruno o que aconteceu entre você e a Márcia?

— Nada demais, essa garota é falsa, uma bela amiga da onça.

— Mas você está irritado com algo nela, o que aconteceu?

— Quando conheci ela, já era "amiga" da Su. Não dava bola para as atitudes dela, pois não me afetavam em nada. Até o dia que ouvi uma conversa dela, eu fiquei com nojo dessa garota e você não faz ideia. A vontade que eu tenho é de chutar ela. Fica se achando a linda, maravilhosa, como se fosse tudo isso, sem caráter isso sim.

— Vai falar o que aconteceu ou não?

— Não posso, envolve outra pessoa.

— Pela raiva que você está, só pode ser a Suzane. O que você descobriu?

— A Su ela já foi casada, com um traste aí. Ele vivia humilhando ela, mas ela acabou descobrindo uma traição dele, e se separou. E adivinha quem era a amante do desgraçado? A Márcia, a "amiga" que frequentava a casa dela. Sem falar que eu ouvi ela falando mal da Su.

— E ela sabe que a Márcia era a amante do ex marido?

— Não, ela nem quis saber. Pegou as coisas dela e saiu de casa. Como já estava trabalhando há um ano na loja, ela comprou um apartamento e está pagando.

— Isso faz quanto tempo?

— Quatro anos.

— Ela não saiu com mais ninguém depois disso?

— Não, ela teve momentos difíceis até ficar estabilizada. Eu não conheço esse cara, mas se encontrasse com ele, ia dar um soco na cara dele.

— Bruno fica calmo, você não é de violência. Faz o seguinte esquece isso por hoje. Na próxima não chama essa garota. E se ela ficar na minha volta não dá bola. Eu resolvo. Vamos voltar e fica calmo.

— Vou tentar.

— Vamos caminhar mais um pouco?

— Só se for para voltar, nada de caminhar.

— Preguiçoso.

Breno apenas riu. Eles voltaram para casa. Bruno viu que a Su estava sozinha.

— Breno, eu vou entrar por aqui. Aproveita.

Breno foi até ela, e sentou na poltrona.

Suzane olhou e não viu o Bruno.

— E o Bruno?

— Ele entrou pela frente.

- Ele está mais calmo?

— Está, já conversei com ele.

— Está acontecendo algo que eu não sei?

— Não é nada, esquece isso. Ele só está irritado.

— Eu não tinha visto ele tão irritado.

— O Bruno é muito tranquilo, ele é da paz. Mas ele está muito irritado com a Márcia.

— Eu notei isso já tem alguns dias. Espero que tudo se resolva. Eu vou até lá, talvez ele precise de algo.

— Suzane espera, eu queria falar com você.

— Tudo bem, o que foi?

— Posso sentar do seu lado?

— Pode.

Breno levantou, e caminhou na direção dela. Suzane pensou que fosse algo a respeito do Bruno.

— Sobre aquele dia...

Ele foi interrompido pela conversa da Flor com a Márcia.

Breno desistiu de falar. Ele levantou e saiu. Suzane percebeu que a conversa não era sobre o Bruno.

Elas ficaram ali conversando. Breno foi para a biblioteca, sentou em uma das poltronas e ficou pensando. Quando teria a oportunidade de conversar com ela.

Bruno voltou para a área da churrasqueira, quando chegou lá viu que o Breno não estava, somente elas estavam ali. Ele aproximou-se da Suzane, e perguntou pelo Breno.

— Su, e o Breno?

— Ele entrou, não estava com você?

— Não.

— Procura ele, já está tudo pronto.

— Poderia ir atrás dele, eu já cansei de caminhar.

— Eu vou, preguiçoso da minha vida.

Suzane levantou e foi procurar por ele, olhou em todos os cômodos da casa, deixou a biblioteca por último. Não imaginou que ele fosse estar lá. Ela abriu a porta e ele estava com um livro nas mãos. Muito concentrado na leitura.

— Se não tivesse vindo chamar você para almoçar, jamais tiraria a sua concentração.

— Tenha certeza, de que só a sua presença já tira a minha concentração.

— Não tenho essa intenção.

— E precisa ter, uma mulher bonita como você, tiraria a concentração de qualquer um.

— O que está lendo?

— O morro dos ventos uivantes...

— Clássico da literatura inglesa, escrito por Emily Brontë.

— Amante da leitura?

— Digamos que leio sempre que tenho um tempinho.

— Já leu esse?

— Já.

— O que acontece?

— Não vou contar o que acontece, descubra.

— Se não gostar do final?

— Nem todos gostam do final.

— O que prefere, os começos, os meios, ou os fins?

— Do começo, pois se não gostar do que iniciei a ler, eu desisto.

— Mas, e se o meio e o fim for incrivelmente bom?

— Então terei julgado o livro, antes de conhecer o seu conteúdo por completo.

— E foi isso que fez comigo?

— O que eu fiz?

— Não me deu a oportunidade de mostrar o que tenho de melhor.

— Breno, eu disse que não tenho interesse em conhecer ninguém. Não julguei você.

— Eu só queria conversar um pouco com você, te conhecer.

— Bom já me conhece.

— Suzane eu quero ficar com você.

— Breno vamos almoçar, você deve estar com fome.

— Não muda de assunto, você não tem namorado. Qual problema de alguém querer ficar com você.

— Você só quer ficar comigo, porque sou amiga do seu irmão.

— Por favor né, você é muito mais que isso. Eu nem sabia que você era a amiga do meu irmão. Eu vi você lá na academia, e passei a semana toda observando você. Quando escutei a conversa de que você iria para aquele bar, eu fui para poder ver você, foi quando fui até a sua mesa. Eu fiquei uma boa parte do tempo olhando para você, e você nem me notou. No sábado eu fui até a academia, pois pensei que estaria lá. Eu descobri hoje que você é a amiga do Bruno que ele vive falando.

— Tem fotos minha na sua casa. Tem fotos no face do Bruno, não teria como você não saber.

— Eu não curto redes sociais. Eu juro que não sabia que você era a amiga do Bruno. Não tenho porque mentir.

— Tudo bem Breno. Vamos almoçar, você vai agora, ou depois?

— Vou com você.

Breno percebeu que ela iria mudar de assunto sempre. Ele largou o livro na poltrona e acompanhou ela.

Suzane chegou com ele, e a Márcia ficou observando em silêncio. Bruno notou uma expressão séria na cara dela.

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