capítulo 11

Eles entraram e ela foi direto ao banheiro, e Breno foi conversar com o Bruno.

— Ocupado?

— Nenhum pouco, estou sempre pronto para ouvir você. Então conseguiu conversar com ela?

— Conversamos um pouco, mas quando falei sobre a gente ficar ela já saiu fora.

— Eu vou conversar com ela, talvez não se sinta segura para tentar algo com alguém novamente.

— Ela parece ser tão legal, inteligente, como alguém pode machucar uma pessoa assim?

— Babacas machucam pessoas extraordinárias.

Suzane abriu a porta e entrou. Olhou para os dois.

— Estou atrapalhando?

— Não meu amor, estávamos conversando sobre uma pessoa.

— Eu volto depois, assim vocês podem conversar a vontade.

— Imagina, pode ficar, não tem problema.

— Eu só vou pegar meu celular, e não vou atrapalhar vocês.

— Eu tenho uma coisa para você lá no carro. Mas, se for comer na frente do Breno vai precisar convidar ele. É o favorito dele.

— Então deixa lá, não gosto de dividir esse tipo de coisa.

— Gula é pecado.

— Quem disse que degustar lentamente uma barra de chocolate ao leite é pecado. Cada pequeno pedaço desmanchando na boca, é maravilhoso.

— Na sua boca ele deve derreter melhor ainda.

— Você não vai desistir?

— Não mesmo.

— Bruno devia colocar um pouco de juízo na cabeça do seu irmão.

— Juízo ele tem, mas se eu estivesse no lugar dele, e tendo certeza que não tem compromisso, não gosta de ninguém, eu tentaria. Se ele quer ficar com você é porque gostou de você. Devia dar uma chance.

— Viu, se eu fosse você, escutaria o seu melhor amigo.

— Vantajoso para você, ele é seu irmão.

— Mas acima de tudo eu sou seu amigo, e você é como uma irmã para mim.

— Bruno não dá.

— Breno depois conversamos, eu quero falar com a Su, só um pouquinho.

— Tudo bem, depois terminamos de conversar.

Breno saiu e deixou ele ali. Bruno olhou para ela, e chamou para sentar entre as suas pernas. Suzane sentou, e ele abraçou ela.

— Você sabe que eu sou seu amigo e que gosto muito de você como uma irmã. Só quero o seu bem, e penso que está na hora de você voltar a se relacionar com alguém. Não é porque você já teve um relacionamento lixo, que todos os outros serão. Você cresceu, amadureceu, evoluiu. Veja tudo o que já conquistou, você tem um bom emprego, tem a sua casa, tem carro, não depende de ninguém para nada. Você é linda, inteligente, muito educada, carismática, está sempre bem vestida, é muito cheirosa, é alguém que eu gostaria que fizesse parte da vida do meu irmão. Vocês dois merecem muito ser feliz. Eu sei que talvez em relação a essa parte você ainda esteja insegura. Mas tenta se abrir um pouco mais para isso.

— Aí Bruno, eu não consigo, só em pensar que eu posso acabar passando por tudo aquilo novamente, tira o meu foco. Não sei se conseguiria confiar em alguém nesse ponto. Apesar de ter superado o passado, ainda ficaram marcas. O seu irmão assim como você parece ser alguém bem legal, mas não quero misturar as coisas.

— Su, só essa vez. Tenta, sei lá, fica com ele hoje e depois vocês descobrem o que acontece. Sei lá, talvez o beijo não combina, ou você não gosta. Só tenta, não vai ficar sem um pedaço se for tentar. Por mim, por você, por ele, pela minha mãe que ficaria muito feliz se você fosse nora dela.

— Aí Bruno você me coloca numa posição bem difícil.

— Não vou falar o que pensei, caso contrário eu vou perder a cunhada antes de ganhar.

— Tá bom Bruno, eu aceito ficar com o seu irmão.

— Onde? Que horas?

— Sei lá. Bruno ninguém pode saber tá bom.

— Tá bom. Pode ser depois que todos forem dormir?

— As meninas vão embora hoje, vamos ficar somente nós dois.

— Nós dois, então pode ser depois que elas forem embora. Eu posso ir junto, e a casa fica só para vocês.

— Bruno não começa de graça.

— Eu vou falar com o Breno, para saber que horário ele pretende ir. Assim que tiver a resposta eu aviso você. Cunhadinha.

— Para com isso.

Bruno beijou o rosto dela e saiu. Suzane ficou pensando se tinha feito certo.