PARA O AMOR NÃO EXISTEM MEDIDAS

PARA O AMOR NÃO EXISTEM MEDIDAS

capítulo 1

O dia está perfeito, e eu confiro o horário para ter certeza de que não vou chegar atrasada ao trabalho. Pontualidade sempre.

O trânsito parece parado, mas está como sempre, anda, para, mas já estou acostumada.

Trabalho numa loja de grife, ganho bem. Estou pagando meu apartamento, meu carro, e me dou o luxo de comprar o que quero.

Não, eu não sou uma dessas aí que vivem ostentando. Até mesmo que não teria dinheiro que chegasse.

Gosto de uma boa roupa, um lugar legal para sair com os meus amigos, gosto de pagar pelas coisas que quero. Hoje tenho total liberdade, de me achar a "mina" que aquele cara queria pegar, mas não vai.

Já fui muito desvalorizada no meu antigo relacionamento. Nunca correspondi aos padrões de beleza, tenho 25 anos, 1,65 cm, peso 80 kg. Mas isso não significa que eu não faça algum exercício físico, que eu não tenha uma boa alimentação. Não faço dietas, aprendi que isso não vale a pena. Apenas me alimento bem.

Aprendi a valorizar o meu corpo, e descobri que me amar antes de qualquer pessoa é muito gratificante. Amor próprio, quando descobrimos de verdade o que isso significa, tudo muda.

O meu ex elogiava as meninas com o corpão sarado, as que viviam dentro daquelas roupas minúsculas para poderem mostrar o corpo. E me criticava diariamente, tinha vergonha de sair comigo. Nos separamos quando descobri a traição dele. Não sei quem era a menina, e nem quero saber, isso não importa.

Chego na loja, estaciono o meu carro, e uma das vendedoras já está a minha espera.

— Bom dia Suzane!

— Bom dia Isabela!

Entramos, e começamos a conferir se está tudo em ordem. Tenho um pedido para receber mais tarde. Vou até a minha sala, ligo o computador e volto para garantir não haver nada fora do lugar. As outras três vendedoras entram pontualmente. Cumprimento a todas com um bom dia. Ambas correspondem.

Não existem preferidas, somos uma equipe e trabalhamos em conjunto. Procuro resolver qualquer problema entre elas, após o expediente. Eu sou gerente, mas nem sempre fui. Comecei como vendedora, aliás dei muita sorte. Tinha meus 20 anos, e a minha ex patroa, que é cliente da loja, conseguiu esse emprego para mim. Trabalhava de faxineira na casa dela, mas ela detestava me ver naquela profissão. Sempre gostei de estudar, e queria fazer faculdade. E fiz, administração. Graças a ela, estou a 5 anos aqui. Mas se tiver que limpar o chão da loja, tirar pó, organizar prateleiras, atender, seja lá o que for, eu farei. Não existe trabalho ruim, ainda mais quando o seu salário cai todo dia 5 na sua conta.

O movimento da loja era bom, a partir do dia 20 normalmente era mais calmo, mas sempre tinha algum movimento.

Sempre observei o comportamento das meninas. Por se tratar de uma loja ,que normalmente é para pessoas de um padrão alto, sempre vai alguém com um padrão menor. As vezes uma mãe que juntou aquele dinheirinho suado, para poder dar uma camiseta melhor para o filho. Independente de classe social, sempre exigi respeito com todos os clientes.

É horrível chegar num lugar e ser avaliado pelo que se tem. Já passei por isso, e não quero que nenhuma pessoa que entre na nossa loja se sinta assim.

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Comments

Paty Helena

Paty Helena

comecei 20/2/2024

2024-02-21

2

Graciete Barbosa Silva

Graciete Barbosa Silva

pensamento lindo nobre

2023-05-05

7

Ver todos

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