(Safira)
Eu corri.
O mais rápido que consegui, cruzei por um caminho entre as pedras, que me levou a um pedaço da praia onde não tinha ninguém, ali eu só soube chorar. Abraço o meu corpo, e me perco, só sabia pensar no quanto estava mal, no quanto a falta dos meus pais me afeta, de tudo que tive que suportar. Eu nem consigo entender como minha vida virou de cabeça para baixo tão de repente.
Chorava pela dona Beatriz, por todo o carinho que teve por mim até hoje. Por me fazer ter esperanças de uma família, apesar da Helena sempre vir com ofensas, eu gosto da família que eu ganhei.
Choro também por estar tendo sentimentos pelo Ricardo, por medo do que isso pode nos levar. Eu não sei se estou pronta para assumir que estou me apaixonando por ele.
Enquanto todos esses pensamentos vinham a tona de uma vez, as horas passavam e quando eu dou por mim, Ricardo aparece extremamente preocupado com uma cara de alívio por ter me encontrado.
Ele começa a dizer coisas como se tivesse propriedade do que é se sentir só, e acaba confessando ser o filho do senhor Denner Bianchi e da senhora Sarah Bianchi, ambos mortos por um acidente de carro, que na verdade foi proposital, e foi para salvar o Ricardo.
Minha reação a isso tudo foi abraçar ele e chorar ainda mais, eu não fazia ideia de como éramos tão parecidos em muitas coisas. Pensava que éramos de mundos diferentes, mas agora vejo o por que tudo nele me incomodava tanto, justamente por que ele tinha o coração igual o meu, em pedaços. Sinto que ele também está chorando, e agora eu vejo somente o Ricardo, não o grande empresário frio e amargo, mas somente o homem solitário e totalmente coberto por sua dor.
Safira: Agora eu te vejo Ricardo. Entendo os por quês que sempre me deixavam com dúvidas sobre você.
Ricardo: E-Eu não sou diferente de você.
Safira: Eu sei disso agora, me desculpe por dizer que não fazia ideia da minha dor.
Ricardo: Eu também pensava que ninguém entenderia, está tudo bem.
Safira: Vamos para o outro lado da praia novamente, o que acha?
Ricardo: Tudo bem por mim.
Voltamos para a área maior da praia, e de repente ele me para e me olha com um olhar sereno, nunca o vi assim.
Ricardo: Obrigado Safira, você tem trago a alegria de volta a minha vida.
Safira: Confesso que você também.
Ricardo: Isso quer dizer algo? Você sente algo por mim?
Safira: Sinto, uma admiração muito grande por tudo que conquistou, sinto um carinho por você pois é sobrinho da dona Beatriz.
Ricardo: Só por isso?
Safira: Por que você é o grande Ricardo Bianchi que não pode ser contrariado.
Ricardo: Eu deixo você decidir hoje, você escolhe, se quer viver na sombra do medo, ou se quer falar a verdade para mim. Prometo te respeitar, em qualquer decisão.
Safira: Eu… Eu estou ainda muito confusa.
Ricardo: Safira, só te peço uma coisa, eu te deixo em paz depois disso. Só me diz se sente algo por mim ou não.
Safira: E-Eu sinto que estou gostando de você mas…
De repente ele me puxa para um beijo, e ali eu me entrego, para o sentimento que estou tendo pelo Ricardo, para encarar tudo, eu ainda tenho medo mas não posso ficar longe dele, isso me mataria mais. Sinto que tudo se encaixa quando nos beijamos, paramos para recuperar o fôlego.
Ricardo: Eu só queria ouvir isso de você.
Safira: Mas vamos com calma tá bom?
Ricardo: Como quiser meu anjo.
Safira: Vamos entrar, está bem tarde. Precisamos tomar um banho.
Ricardo: Juntos?
Safira: Claro que não né.
Ricardo: Não custa tentar.
Safira: Nem em sonho tá, vamos logo vem.
Arrasto ele comigo até a casa e ao entrarmos ele me abraça por trás e todos ficam chocados, mas disfarçam logo para que nós não os percebêssemos.
Ricardo: Trouxe esse mocinha de volta.
Beatriz: Minha querida, onde esteve?
Safira: Estava em um pedaço distante da praia, pensando.
Bruno: Pensando em que exatamente?
Safira: Em tudo, e no quanto eu sou feliz por terem me acolhido.
Bruno: Que bom que pensa em nós, iria ficar chateado se só pensasse no meu primo.
Ricardo: Vê se canta outra ela é minha.
Bruno: Estou vendo isso, não dico surpreso com você primo mas com ela. Tem certeza que não quer ver opções melhores querida?
Ricardo: Olha como você fala em. Sou seu chefe.
Bruno: Não aqui. Mas era brincadeira, eu sabia que essa tensão de vocês era química.
Safira: Não tem tensão nenhuma.
Bruno: Tá bom, e ele abraçado com você não é química também?
Safira: A propósito, Bruno química você tem com a…
Bruno: Não termina, já entendi. Estou me retirando, felicidades aos pombinhos.
Beatriz: Nossa quanto mistério Bruno, de quem ela estava falando em?
Bruno: Não da pra falar agora mãe, preciso fazer uma ligação de emergência, com licença.
Bruno sai mas sussurra um “você me paga” e todos ficam sem entender sua reação, mas acontece que Bruno está envolvido com a Melissa, só que ele não assumiu nada com ela ainda, e tem medo da reação dos pais, já que Melissa é uma Va’zques. Eu já tinha escutado sobre os Va’zques mas não levava fé que são bem distantes e com muitos conflitos. Mas a Melissa é muito bondosa e muito simpática, até a dona Beatriz gosta dela.
Resolvi subir e tomar um banho, e Ricardo me seguiu com a mesma intenção.
Safira: Fique aqui, não vamos tomar banho juntos.
Ricardo: Estou de boa, faremos muitas coisas juntos ainda.
Safira: Quem é você e o que fez com meu chefe?
Ricardo: Eu que devo perguntar, o que você fez comigo, para que eu fique tão hipnotizado por você?
Safira: Eu não fiz nada, chefe.
Me aproximo dele com intenção de provocá-lo, retiro lentamente o nó do biquíni, olhando fixamente para ele, que fica surpreso e com um olhar feroz para mim. Antes que o biquíni se solte eu seguro e sussurro para ele que não sabia do por que ele se atraí tanto por mim, com um sorrisinho eu corro segurando o biquíni, para dentro do banheiro, só escuto um “Você me paga”, já é a segunda pessoa que me diz isso só hoje, se for verdade vou me dar mau.
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Atualizado até capítulo 78
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