Capítulo 8

(Ricardo)

Era quase seis, quando o relógio despertou e eu já estava a vestir meu paletó, hoje resolvi ir de blusa cinza, gravata, paletó e calça preta, além do sapato que também era preto.

Desço para o café, mas sou surpreendido por uma ligação.

Safira: Olá senhor bom dia, desculpe lugar a essa hora, espero não ter acordado.

Ricardo: Olá mocinha, bom dia. O que manda, não me acordou querida.

Safira: Eu queria dizer que irei me atrasar, tive um contratempo. Mas prometo entregar o relatório até as 10hrs.

Ricardo: Esse contratempo tem nome Safira? Preciso lembrá-la que é o seu segundo dia?

Safira: Não senhor, não precisa. Mas é por uma boa causa, sim o contratempo tem nome, mas não é o que está pensando. Você saberá quando eu chegar na empresa. Sinto muito senhor.

Ricardo: Tudo bem mocinha, vou me apegar ao fato que prometeu entregar as 10hrs o relatório, e também terá que me explicar sobre ele. Não se atrase.

Safira: Obrigada senhor, eu não irei me atrasar. Tenha um bom dia.

Ricardo: Igualmente senhorita.

Perdi um pouco o apetite, por que fiquei preocupado com o tal contratempo, ela não poderia ter ao menos me falado onde iria? Isso me causa uma angústia no peito, não posso perdê-la e não posso negar que Henrique é capaz de tudo para me atingir, então fico ali parado pensando no que fazer, e tive uma ideia. Ligo novamente para ela.

Ricardo: Safira, está em casa?

Safira: Sim senhor, ainda não saí.

Ricardo: Ótimo, já está cansada de saber que tudo comigo é uma moeda de troca, então você pode atrasar com uma condição.

Safira: Ah, você não cansa disso senhor?

Ricardo: Não, você tem que entender de regras e de quem manda. Aliás, deve pagar por ficar me chamando de senhor fora do trabalho. Você já sabe como é que eu cobro né?

Da pra sentir seu rosto vermelho do outro lado da linha.

Ricardo: Não se preocupe minha querida, a condição é que Xavier irá levá-la, e sem contrariar ouviu?

Safira: As vezes acho que você gosta de mandar em mim e gosta de me ver obedecer.

Ricardo: Justo. Ele irá buscá-la em quinze minutos.

Safira: Não tenho escolha então, até mais sen… Ricardo.

Ricardo: Até mais mocinha.

Desligo e estou mais tranquilo, dou a ordem a Xavier e o mesmo já atende meu pedido de prontidão. Ele não é só meu motorista, ele é treinado em luta e anda armado, além de mim, ele se especializou justamente em Jiu-Jitsu, e aprendeu a atirar, ambos temos permissão para usar uma arma.

Aproveitei que dispensei Xavier e fui com meu carro para empresa, chegando lá resolvi umas papeladas e tive reuniões, na minha agenda tinha marcado a reunião com a Safira, a respeito dos arquivos, conforme combinado.

A Safira estava na reta final da faculdade, e justamente nesse dia ela teria de ir a tarde para lá, pois precisava cumprir com seus compromissos. Então, necessariamente hoje seria uma excessão tê-la pela manhã.

Não sei o que ela estava planejando para a reunião que teríamos, mas decidi por ser em minha sala, e pedi que Sofia não nos incomodassem nesse período, eu queria também passar um tempo com ela, mesmo que fosse por uma hora. Deixei tudo pronto com a Sofia, e fui para minha sala. Pouco tempo depois, a exatas 10hrs é anunciada a chegada da Safira.

Permito que ela entre e lá estava a cena mais incrível do meu dia, essa mulher se superou, estava de vestido tubinho vermelho, com os cabelos soltos com ondas, um batom da cor do vestido e sapatos pretos com as solas vermelhas. Parecia uma dama de vermelho, e eu fiquei fascinado ainda mais por ela, mas me contive pois não posso perder a postura, afinal eu sou o chefe.

Ricardo: Bom dia novamente senhorita, sente-se.

Ela deu o seu mais doce sorriso e me obedeceu.

Safira: Bom dia senhor, tenho novidades.

Ela fala mostrando a papelada em sua mão, e eu nem havia percebido que entrou com esses papéis, preciso manter o foco e a sanidade.

Ricardo: Então, o que tem para mim?

Safira: Bom senhor, se me permite dizer, encontro um caso misterioso a favor de um réu que era culpado, estranhamente ele foi inocentado mesmo tendo provas a favor de sua prisão.

Ricardo: Sim, de fato é bem verdade isso. O que mais descobriu?

Safira: Descobri que esse homem da qual se trata chama-se Henrique e faz parte de sua família, mesmo seu sobrenome não sendo o mesmo.

Ricardo: Sim, o que mais?

Safira: Descobri que ele pagou para que o antigo advogado do senhor, rasurasse as provas.

Ricardo: Então foi ele, Eleonor Teodoro. Dada as circunstâncias, já esperava. Só queria ter a certeza.

Safira: Já está ciente desse caso senhor?

Ricardo: Sim, envolve a morte de um membro dessa empresa, por isso a dedicação em investigar sobre.

Safira: Senhor, pelo que vejo é muito mais sério do que parece, esse membro teve um atentado, mas investiguei sobre e a sua morte foi para salvar o filho, provavelmente era sócio desta empresa.

Ricardo: De fato, sim ele é.

Safira: Também descobri o envolvimento de uma terceira pessoa, nos relatos das testemunhas, tinha um homem de blusa azul e calça preta, de cabelos longos e barbas por fazer, esses relatos me levaram até uma pessoa, um tal de Érico Rossini.

Ricardo: Isso é surpresa, como soube?

Safira: Tenho um amigo da polícia, ele é bem honesto e eu confio muito.

Ricardo: Está louca? Essas informações não podiam sair daqui.

Safira: Eu sei senhor, eu inventei uma história, ele acreditou.

Ricardo: Que tipo de história? E quem é esse seu amigo?

Safira: Inventei que era ex desse cara e ele me devia. Senhor ele se chama Bernardo Rodrigues.

Já havia escutado sobre esse Bernardo, ele que salvou minha tia do pior, já que o mesmo está a fim da Helena. Me parece ser honesto e bom, já puxei a ficha dele, então fiquei mais tranquilo quando ela disse de quem se tratava. Além do mais, ele sempre me fez favores, não tenho o por que desconfiar dele.

Ricardo: Muito bem, o que mais descobriu?

Safira: Descobri que esse Érico tem envolvimento em outros atentados, e que presta serviço para o Henrique, os dois formam parceria em uma empresa.

Rodrigo: Faz sentido, mas e as provas?

Safira: Tenho provas de testemunhas, câmeras e ligações. Foram todas grampeadas na época e rastreadas.

Rodrigo: Está em mãos?

Safira: Sim, senhor. Tudo comigo.

Ricardo: Você foi excelente. Parabéns.

Safira: Tem mais uma coisa senhor. Um áudio dos momentos finais de vida do homem chamado Denner Bianchi. Eu não quis ouvir senhor, pois a mesma está destinada ao filho dele, então eu apenas trouxe para lhe entregar. O senhor com certeza deve saber quem foi seu filho.

Ricardo: Sim, de fato eu sei de quem se trata, muito obrigado.

Safira: Disponha senhor.

Naquele momento eu só conseguia pensar nas últimas palavras expostas em um áudio pelo meu pai, e no quanto significou pra mim saber que a Safira correu atrás disso para entregar ao filho, que mal sabe ela que sou eu.

Ricardo: Safira, não tenho dúvidas do seu potencial. Reúna o máximo de provas que tiver e vamos entrar com um processo contra essas pessoas, então sigilo total, confio um pouco em você agora, o bastante para acreditar que não falará disso com ninguém, nem mesmo com minha tia ou o Bruno.

Safira: Sim senhor, confie que eu não pretendo desaponta-lo.

Ricardo: Então você tem o meu voto de confiança.

Safira: Obrigada senhor. Bom, essas foram as questões que queria tratar com o senhor.

Ricardo: Tem mais uma coisa.

Safira: O que é senhor?

Não me contive com sua pergunta, então eu vou de encontro a ela que está no outro lado da mesa, quando estou próximo a ela, eu a puxo contra meu peito, e seguro seu rosto para que olhe em meus olhos.

Ricardo: Você está belíssima hoje minha Safira, não só os seus olhos me chamaram a atenção mas os seus lábios, tudo em você na verdade, é lindo.

Safira: S-Senhor, o que está fazendo?

Ricardo: Estou cometendo a maior loucura que eu poderia se quer pensar em fazer, mas não consigo me conter, você é tão linda. Meus olhos só veem os seus agora.

Então por um impulso, eu a beijo, nossos lábios se tocando me faz imaginar estar em outra situação com ela, nos amando. Mas me contenho com seus beijos, a mesma resiste no início porém quando cede, uma explosão de desejos se apoderam de nós, estamos nos beijando intensamente. Eu deslizo minha mão sobre seu corpo, e a sinto arfar e se arrepiar, ela não faz ideia do quanto me dar prazer vê-la assim, começo a abrir o zíper de seu vestido, e ela toma um choque e me afasta. Ela tenta falar algo mas está bem ofegante, seus olhos passeiam pelo meu corpo e quando ela ver um certo volume em minha região arregala os olhos.

Safira: S-Senhor isso não podia ter acontecido.

Ricardo: Eu discordo, acho que não devíamos ter parado.

Safira: Mas eu sou sua funcionária, e nem nos conhecemos direito.

Ricardo: Jura, não vê o que causa em mim? Por favor mocinha, não seja má comigo.

Safira: Acho melhor eu ir.

Ricardo: Acho melhor não me recusar da próxima vez, por ora pode ir.

Ela já estava saindo, mas nem percebeu que o zíper ainda se encontrava aberto, eu a chamo e ela para de costas para mim, então eu afasto seus longos cabelos pretos, dou um beijo em sua nuca e fecho o zíper. Ela pigarreia e sai correndo, isso é fofo nela confesso, como se fosse inocente.

Me recupero do momento em que acabei de participar, e resolvo ouvir o áudio do meu pai. Nele tinha instruções importantes de como acabar com o império do Henrique e do seu pai, além é claro que uma despedida, confesso que não chorava a muito tempo, a última vez foi enterrando o meu pai e a minha mãe, e agora sinto que em todos esses anos, eu havia perdido parte deles, e ouvir a voz do meu pai, depois de tanto tempo, me reconfortou.

Aquele dia me destruiu, pelo menos parte dele, eu já não conseguia raciocinar então mandei que Sofia cancelasse meus compromissos, e que Xavier buscasse a Safira, e fui para o lugar onde chamo de lar.

Já estando lá, procurei afago no uísque, já que não tinha ninguém comigo, mas recebi uma ligação da minha tia me convidando para jantar.

Resolvo ir, depois de tanta insistência da dona Beatriz, vou tomar um banho e vestir uma roupa menos formal, uma blusa preta, uma calça jeans clara e tênis preto.

Só quero ver a cara da Safira ao me ver lá, estou doido pra saber como ela irá agir, então decidi dar partida no meu mustang e ir de encontro a casa da minha tia, veremos o que irá acontecer.

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