(Ricardo)
Após o almoço, resolvo esperar um tempo antes de ir ao quarto, não sabia como a Safira estaria. Mas quando subo, ela estava no banheiro, então eu rapidamente pego minhas roupas e troco em outro lugar, desço para a cozinha, estava com saudades da comida da dona Flora, eu vou atrás do meu doce favorito desde criança, a cocada baiana da dona Flora, só ela foi capaz de me fazer comer um doce realmente maravilhoso, que me trouxesse tantas lembranças boas.
Ricardo: Minha Flora que saudades de você.
Flora: Oxe menino, não fui a lugar nenhum.
Ricardo: Mas eu fui, e senti sua falta.
Flora: Também senti meu menino. Como tem passado?
Ricardo: Bem, e você ? O que tem aprontado nessa cozinha?
Flora: Nada demais, quando soube que vinham, eu simplesmente passei a noite cozinhando isso para você meu menino.
Ricardo: Não acredito, a famosa cocada?
Flora: Mas é claro que sim, você é o único que sempre me pediu o mesmo doce todos os anos, como iria esquecer disso.
Ricardo: Quanto amor em Flora, tô até me sentindo importante.
Flora: Deixe de besteiras, e venha comer ande.
Ricardo: Sempre cuidando como minha mãe.
Flora: Sempre filho.
Começo a comer a cocada, e confesso que estava morrendo de vontade de experimentar novamente a sensação que é comer esse doce. Me traz um ar de infância, e de alegria, que a muito tempo não sentia.
Ricardo: Agora acho que já deu né, vou ir a sala todos devem estar lá.
Sigo para a sala, lambendo os dedos, e realmente todos estavam lá. Mas o que me chamou a atenção foi o olhar da Safira para mim, como se estivesse atraída pelo que viu. Podia jurar que o meu abdômen definido e minhas tatuagens foram completamente analisadas por ela. Mas estava até que com uma boa roupa, blusa branca aberta e short preto.
Decidiram por ir logo a praia e chegando lá, começou o show de exibicionismo da Helena, eu sei que ela tem um corpo de invejar qualquer mulher, mas eu não gosto de oferecidas e nem de mulheres fúteis, e veja só, Helena é as duas coisas. Eu nem sei onde estava com a cabeça, quando dormi com ela uma noite em que ainda morava em Burton, antes de me mudar para Inglaterra. Foi apenas uma noite de tanta insistência dela, e de tanto que eu bebi no dia, acabou rolando o sexo. Mas eu estava sóbrio o suficiente para não beija-la e nem iludi-la. Eu tenho uma regra que guardo comigo, sem beijos durante o sexo e em hipótese alguma deixar de transar sem camisinha. Por isso levo as minhas comigo, não quero o que chamam de herdeiro, ainda mais vindo de mulheres como Helena. Mas desde então ela não saiu do meu pé, que ridículo essa situação com ela, ainda mais por que é da minha família.
Mas se tem uma mulher que não só me atrai e que eu sei que é diferente de todas, essa mulher se chama Safira, além de foder com meus pensamentos, ela é linda, frágil, delicada, inteligente, honesta, entre muitas outras qualidades. Não precisa ser tão esperto para enxergar isso, só precisa mesmo conviver nem que seja um pouquinho com ela, para entender o que digo.
E para piorar minha situação, ela veio a praia esbanjando o seu corpo gostoso, puta que pariu, que mulher é essa. Está muito gostosa nesse biquíni, que eu não estou conseguindo conter meu menino dentro das calças, que merda, prendo a respiração ao mesmo tempo que a analiso por inteiro, mas esqueci que não tem só eu ali, o pau no cu do meu primo também está, Bruno não sabe o ódio que eu tenho quando ele a olha.
Por enquanto não posso fazer nada, mas quando isso tudo for meu, quero nem saber se é parente ou não eu vou arregaçar quem tentar dar em cima dela. Parece que a mocinha viu minha cara para o Bruno, além dela minha tia também, então com toda esperteza da dona Beatriz ela tira Safira de lá.
Eu não sou besta vou ir junto, mas esqueci que ainda não despachei uma mala feito a Helena, que pé no saco essa mulher. Chegando na água, próximo a Safira e tia Beatriz, percebo a alegria que as duas tem uma com a outra, o que estraga é a insuportável da Helena, de novo um pé no saco, ofendendo a tia, por conta de uma brincadeirinha que fiz, ela consegue deixar o clima péssimo, e isso fez com que Safira se afastasse. Na verdade depois disso, Safira só ficou longe, tanto de presença quanto de mente. A vi sentada na beira da água e resolvi ir até ela, nessa hora era somente eu e ela, claro os outros estavam mais atrás e a praia não estava vazia, mas quem liga, para mim era eu e Safira novamente.
Começo a conversar mas acabamos discutindo, e ela tentou sair mas eu senti que não estava bem, então a puxei e a abracei. Sinto um molhado em meu peito, após eu dizer algumas palavras de carinho a ela, eu sei que a vida da Safira virou de cabeça para baixo, sei bem como é perder nossa base na vida, sei decifrar sua dor, pois é a minha também, só que a diferença é que eu enterro bem no fundo do coração para que ninguém tenha acesso.
Depois de uns minutos abraçados, nos demos conta de que não estávamos sozinhos, nos aproximamos do resto da família e começa um interrogatório, da Helena e do Bruno, os pais deles os repreendem, mas não adianta muito, a Helena fez questão de ofender novamente a Safira, que por impulso a esbofeteia, confesso que gostei da cena. Helena tenta revidar mas eu a seguro e a puxo para longe a arrastando pela areia da praia, quando finalmente fico a sós com ela, começo a soltar tudo.
Ricardo: PORRA HELENA O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?
Helena: O que foi primo eu não fiz nada você viu, FOI AQUELA VADIA QUE…
Ricardo: CALA SUA BOCA, não ouse terminar essa frase. Você não comanda a minha vida Helena, não temos nada ouviu nada, nem nunca teremos.
Helena: Essa vaca está em nosso meio Ricardo, não percebe que…
Ricardo: Helena, eu não gosto de você, não sinto nada por você, nem nunca senti. Foi um momento, foi uma noite, então para de criar coisas na sua mente que não existem.
Helena: Não tem como, você sabe que eu sou apaixonada por você desde que éramos adolescentes. Ninguém vai tirar você de mim.
Ricardo: Foda-se seus sentimentos, eu não estou nem aí. Helena me deixe em paz, eu tô avisando, se encostar um dedo na minha Safira eu acabo com você.
Helena: sua? SUA!? Como assim SUA SAFIRA PORRA?
Ricardo: EXATAMENTE ISSO QUE OUVIU MINHA, EU ESTOU APAIXONADO PELA SAFIRA CARALHO.
Helena: O que!? Aquela merda? Mentira, diz que é MENTIRA ISSO DROGA.
Nesse momento Helena entra em desespero e parte para cima de mim, gritando e tentando me agredir.
Helena: EU ME GUARDEI PARA VOCÊ, EU TIVE UMA PRIMEIRA VEZ COM VOCÊ BEBADO E ME MACHUCANDO POR QUE EU QUERIA VOCÊ, FIZ DE TUDO PARA QUE ME NOTASSE, EU SABIA DO QUE GOSTAVA DE BEBER E COLOQUEI COISA DENTRO DA SUA BEBIDA PARA QUE EU PUDESSE AO MENOS TER A CHANCE DE UM FILHO SEU. COMO OUSA FAZER ISSO COMIGO DEPOIS DE ANOS ME DEDICANDO A VOCÊ…
Ricardo: Chega Helena, tudo isso só prova o quanto você é desequilibrada e o quanto é fútil, se guardou para um homem que não te ama, colocou bebida para ter um filho de alguém que nem se quer te nota, você não se dar valor e quer que eu veja em você alguém para estar ao meu lado? Você não passa de uma oferecida, isso que você diz ter por mim, é somente ganância e desejo por poder, você não ama ninguém além do seu status na mídia, você é mesquinha e deve aprender a tratar os outros como seres humanos de verdade. Então me poupe dessa cena ridícula.
Helena: Você não merece o meu amor por você. Não merece nada, é um inútil como seu pai, que nem para viver ele prestou.
Ricardo: Sai agora da minha frente sua puta, SAI AGORA PORRA. Antes que eu não responda por mim.
Helena arregala os olhos ao ver meus punhos fechados, e sai correndo para casa. Eu estava a ponto de fazê-la engolir cada palavra dita sobre meu pai, quem ela pensa que é para falar alguma coisa dele? Papai como é difícil me distanciar de mulheres como Helena, e mais difícil ainda de me aproximar da mulher que dominou meus pensamentos.
Depois de um tempo, horas para ser mais exato eu retorno a casa, e sou surpreendido.
Beatriz: Graças a Deus meu filho, o que houve com você? E cadê Safira? Pensei que estivesse com você.
Ricardo: Comigo tia, mas por que? Como assim ela sumiu?
Beatriz: Só voltou Helena a um bom tempo, e está trancada no quarto. Safira e você ainda não haviam retornado, mas pensei que pudessem estar juntos, então não quis incomodar.
Ricardo: O que aconteceu quando eu sai?
Beatriz: Voltamos a casa mas ela não veio junto, o Bruno até chegou ir ver, mas ela não estava. Quando a Helena voltou, ela não disse uma palavra sobre o que aconteceu, perguntamos sobre vocês para ela, mas a mesma disse não saber.
Ricardo: Que merda tia, eu não acredito nisso.
Saio correndo da casa, e pelas horas já estava escurecendo, vou na direção oposta a que eu estava, por que provavelmente pode ter sido para lá que ela tenha ido. Meu coração está acelerado, eu não consigo nem imaginar algo acontecendo com ela.
Procuro perto de bares e quiosques e nada de encontrá-la, pergunto as pessoas sobre ela, nada. Começa a bater um desespero de onde ela possa estar, e se está bem, eu não sei mais onde procurar por ela, e isso tudo já deu mais de uma hora.
Avisto um caminho de pedras, resolvo arriscar e ir até lá, quando atravesso, a vejo abraçada em seu corpo e pelo que parece chorando muito, a minha reação foi correr até ela, e abraçá-la.
Ricardo: Porra Safira, tive medo de te perder.
Safira: O-O que faz aqui?
Ricardo: Estive como um louco procurando por você minha vida, não faça isso novamente.
Safira: Por que não me deixou sozinha!? Está tudo bem, estou acostumada com isso.
Ricardo: Você nunca estará sozinha, por que está falando isso?
Safira: Por que mesmo que eu sinta algo por você, vai ter um momento que irá ir embora, como todos fizeram de alguma forma.
Ricardo: Esqueceu que eu não sou igual as pessoas, e seus pais não foram embora por que quiseram, foi algo maior Safira.
Safira: Mas você não entende o que é estar só.
Ricardo: Veja bem, eu entendo sim. Sei o que é viver sozinho, e sei o quanto sofre.
Safira: Como pode saber, se tem tudo o que sempre quis?
Ricardo: Por que eu trocaria tudo o que tenho, para ter a chance de ao menos me despedir dos meus pais, acho que já deve conhecer o senhor Denner Bianchi, mas a minha mãe não ouviu falar, se chama Sarah Bianchi, e você sabe bem o que aconteceu com eles.
Safira: N-Não pode ser, v-você é o filho deles? Mas como? Por que não me disse nada?
Ricardo: Por que não queria que interferisse na sua busca, fora que eu tinha medo de revelar os meus motivos para colocar o Henrique e o Francisco na cadeia.
Safira: Nem sei o que dizer eu sinto muito.
Ricardo: Eu sei que sente, fez de tudo pelo filho de pessoas que nem conheceu. Você é maravilhosa Safira, e eu entendo bem você.
Safira: Por isso foi morar na Inglaterra?
Ricardo: Um dos motivos foi esse sim, eu não suportava olhar para tudo e ver eles.
Safira: E agora como se sente?
Ricardo: Já estive melhor, mas estou bem.
Safira me abraça e repete o quanto sente muito, acho que a metade de seu coração despedaçado se encaixou no meus cacos, eu sei que isso só acontece uma vez na vida, esse sentimento forte que vem como um soco no estômago, daqueles que quase fazem você perder o sentidos, esse sentimento que te sufoca se não colocar tudo para fora, é aí que vem os carinhos e as declarações.
Eu a muito tempo não me sentia assim, com vontade de amar alguém, e essa fodedora de pensamentos com certeza é alguém que vale a pena amar.
Não sei o que me espera disso tudo, mas sei que nesse momento, minhas lágrimas se embolaram com as dela, eu só sabia pensar no quanto meu coração estava ferido, e o quanto ela era o remédio para tudo isso. Meu pai me deixou um legado, mas o pior deles foi dizer que era fraco por amar, estou começando a entender que o amor realmente nos fortalece, antes não queria viver, agora não tenho mais controle sobre mim, nesse exato momento meu coração escolheu, ele escolheu bater por ela.
Estava entregue, o grande Ricardo Bianchi, entregue a uma mocinha, tão linda como um anjo e tão valente e forte, e agora posso afirmar com todas as letras que, suas lágrimas me ensinam o amor…
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Atualizado até capítulo 78
Comments
leitora por amor
Essa é louca obsessiva mesmo ,hem!🤦🏻♀️🙄
2024-05-14
2
Verilane Pereira
que lindo 💓😍
2024-01-11
0
Thayana Lima
😍
2023-09-28
2