Capítulo 3

Não sei o que será de mim agora, não ver mais minha mãe, não a abraçar ou ouvir sua voz gritando toda vez que me atrasava. Eu só tinha ela, era meu Porto Seguro, e agora a perdi. Parte de mim se foi com ela, eu sei que preciso ser forte, mas não consigo. Minha mãe, meu mundo, tinha ido embora.

Dona Beatriz me abraça e as lágrimas começam a escorrer, choramos juntas. Felipe me acolheu com um abraço e pude ver que também estava com olhos cheios de lágrimas. Tanto um quanto o outro lamentaram a perda, o hospital inteiro se comoveu, afinal ela sempre foi maravilhosa com as pessoas, todos lamentaram muito.

Não tive como chorar muito, precisei correr com a papelada e o funeral, tive ajuda da dona Beatriz, ela foi um anjo. A mesma fez questão de que fossem reunidos em sua casa, todos as pessoas que solidarizaram com a morte da minha mãe e também os parentes, meus avós desabaram quando receberam a notícia e precisaram de atendimento médico, mas estão bem. Beatriz fez uma recepção em sua casa, enquanto estávamos esperando a liberação do corpo da minha mãe.

Eu me sendo em seu sofá, e sou servida pela Beatriz que se preocupa comigo. Sou grata a ela por tudo que fez.

Sua família, também me acolheu muito, ela tem dois filhos, a Helena e o Bruno. Mas acho que a Helena não gostou muito de mim, já que sua mãe se dedicou mais em me ver no hospital do que a ela, já que suas condições eram fora de perigo.

Eu até que a entendo, mas sou egoísta demais agora para recusar o carinho da dona Beatriz e do senhor Emanuel.

Horas depois, chegou a notícia de que poderíamos ir ao velório e realizar também o enterro.

Então tive que ver a minha mãe em um caixão, estava o tempo todo abraçada ao Felipe e dona Beatriz, eles foram fundamentais nesse período, e sou grata a eles.

Agora é oficial, não a terei de volta, não a verei de novo. O caixão é fechado depois de um tempo, e começam os preparativos para o enterro. Minha mamãe, minha guerreira, se foi. Te amo mamãe, por toda a minha vida.

…………………………………………………………………………………………

ALGUNS MESES DEPOIS…

Estou em uma casa diferente, mas a mesma em que estive antes de enterrar a minha mãe, passaram seis meses depois de sua morte, e fui convidada a morar com dona Beatriz, em sua casa.

Eu com muita relutância aceitei, pois assim não ficaria sozinha. Então eles montaram um quarto para mim, onde era o de hóspedes, e eu passei a morar com eles. Quem não gostou nada foi Helena, pois me evita sempre que pode. Eu para ser sincera não tive muita escolha, já que não conseguiria manter a casa onde morava com minha mãe. Então eu a vendi, e quando iria procurar por um apartamento, recebi a proposta da dona Beatriz e aqui estou eu. Mas ajudo sempre nos afazeres e prometi que será por um tempo, assim terei mais calma na escolha do meu novo lar. Eu voltei com a faculdade, e tive apoio dos meus dois melhores amigos.

Hoje fui convidada para ir ao jantar da família da Dona Beatriz, e decido ir. Comprei um vestido rosa de cetim bem acinturado com uma fenda na perna, coloquei um colar que ganhei da minha mãe de pedras rosas, prendi uma parte do cabelo e deixei fios soltos no rosto, além de ter feito uma maquiagem um pouco mais elaborado com um batom rosa. Me senti linda e mais disposta hoje, não vou negar que estive mal, mas tenho pessoas me ajudando a seguir em frente.

Desço as escadas e todos estavam na sala, exceto Helena que decidiu não ir.

Bruno: Está linda irmã Safira.

Safira: Obrigada meu bem, você também está maravilhosamente lindo.

Eu e Bruno criamos uma conexão de irmãos, isso me deixou muito tranquila, pois ele foi como um irmão mais velho pra mim, já que tinha 26 anos. Ele é lindo, tem olhos verdes e cabelos castanhos mais acobreados, forte e não tão alto, mas na altura ideal. Os olhos puxaram os da mãe, verdes como os dele. Ele vestia um terno preto com blusa branca e gravata preta, calça social bem ajustada ao seu corpo, e um sapato tão preto que chegava refletir na luz, impecável. Dona Beatriz, estava com azul celeste, um vestido longo e muito bem estruturado, com pedras. Senhor Emanuel estava quase igual o filho, exceto pela gravata, que era azul celeste da cor do vestido da dona Beatriz, todos estavam perfeitos.

Não demora muito, o Mason aparece, ele é o motorista da família a anos. Ele anuncia que está pronto para partirmos. Moramos em Burton, uma cidade que por um lado é bem desenvolvida e por outro é bem conectada com a natureza, temos muitas estradas entre árvores, além de casas estilos fazendas, mas também temos estradas com construções enormes e finas, além de mansões.

Chegamos à festa, era um jantar em uma mansão que dava o dobro da onde atualmente morava com a família da Dona Beatriz. Não era de se admirar pois a família mais rica eram eles, os Bianchi, mas em especial soube que esta casa pertence a um empresário muito famoso da família e o mais rico. Dona Beatriz disse que ele voltou da Inglaterra e que esta festa foi para comemorar seu retorno, mas não vejo esse homem em lugar nenhum, apenas os convidados.

Safira: Dona Beatriz, tem certeza que o tal empresário voltou?

Beatriz: Claro que sim meu amor, mas ele não disse a ninguém do seu retorno, apenas a nós.

Safira: Entendo, que estranho.

Beatriz: Ele é assim, sempre pensando nos negócios e não confia em muitas pessoas, pois cá entre nós, boa parte dos que estão aqui, querem seu lugar. Mesmo que ele tenha construído sua empresa e reputação sozinhos, sem parceiros da família.

Depois que a dona Beatriz me disse aquilo, eu sinceramente senti um clima desagradável no lugar, uma disputa por poder, dentro da própria família, isso me bate uma tristeza. Me fez lembrar dos meus pais, eram tão amorosos e de repente quando meu pai faleceu, deixou de ser nos três, mas minha mãe deu continuidade ao amor e carinho comigo, então cresci amando o meu lar, mesmo sendo só eu e ela, até alguns meses atrás.

Decidi sair daquele local e ir procurar um jardim, lugar para respirar melhor, então aviso que irei e saio a procura, encontro nos fundos da casa um lindo jardim, bem cuidado e cheio de flores, me trouxe uma paz estar aqui.

Estava distraída com as flores, quando escuto passos e vozes de dois homens, me assusto e a minha reação foi me esconder, mas acabei caindo na parte dos arbustos e fez um barulho, um deles dispensou o outro e esse homem veio em minha direção, estava mais escuro mas pude ver um homem alto e forte. O mesmo me estendeu a mão e me levantou.

Ricardo: O que faz sozinha aqui fora, além de por que se escondeu? É uma intrusa?

Safira: Não senhor, eu fui convidada. Estava dando uma volta no jardim, me assustei com as vozes.

Ricardo: Não sei se acredito, quem garante que não estava tentando ouvir nossas conversas, quem te convidou?

Beatriz: Fui eu meu filho, convidei a Safira pois a mesma mora em minha casa, ela é filha de uma grande amiga minha.

Nesse momento a dona Beatriz aparece e me defende desse homem grosso e frio.

Ricardo: Olá tia, quanto tempo. Essa mulher é realmente de confiança? Não sei o que ela possa ter escutado.

Safira: Essa mulher tem nome, pode ficar tranquilo senhor que não ouvi nada, nem me interessa o que estavam falando.

Ricardo: Se não interessa por que se escondeu?

Safira: Já disse que me assustei, não sabia eu o que poderia acontecer comigo sozinha aqui fora.

Ricardo: Me poupe, você nem é tão atraente pra isso. Cansei de você, tia me acompanhe por favor.

Sussurro um babaca enquanto ele sai, espero que ninguém tenha escutado.

Beatriz: Claro querido vai indo. Desculpe por ele Safira, é o meu sobrinho Ricardo o tal empresário, preciso ir, ficará bem?

Safira: Sim dona Beatriz, ficarei sim. Não se preocupe.

Ela sai e eu me viro para respirar e observar as estrelas, estava furiosa, quem aquele homem pensa que é para falar assim comigo, me deve respeito, mas já era de se esperar vir algo ruim de pessoas assim, ricas e esnobes. Mas tinha algo nele que me atraiu, não nego que é muito lindo e atraente, de cabelos castanhos e olhos verdes, mais intensos que os verdes do Bruno, ele tinha uma barba bem feita e era quase um muro de tão forte e alto.

Tomo um susto pois por estar pensando no tal Ricardo, me distrair e não percebi um certo homem se aproximando.

Manoel: Olá senhorita, desculpe pelo meu amigo, vi o fim da conversa. Sou Manoel, muito prazer. Confesso que gostei do final quando o chamou de babaca.

Safira: Olá senhor, deu para ouvir? Espero que ele não tenha escutado.

Manoel: Relaxa, ele sabe que é um babaca mesmo. Como se chama?

Safira: Me chamo Safira senhor.

Manoel: Nome perfeito para o que vejo. Seus olhos são como joias mesmo.

Safira: Meus pais pensaram nisso também. Tenho que voltar, com licença.

Manoel: Toda minha querida, espero vê-la novamente.

Sorrimos um paro o outro, e fui procurar dona Beatriz, a mesma estava agora acompanhada de uma mulher.

Beatriz: Minha querida ai está você, preciso te falar que Bruno e Emanuel foram embora a um tempo, pois fui convidada para ficar, o Ricardo precisa conversar comigo. Mas vou ver se ele disponibiliza um quarto para você está bem?

Safira: Não tem necessidade dona Beatriz, eu prefiro ir embora.

Beatriz: Vou falar com o meu sobrinho assim mesmo, com licença. Ah a propósito, meus modos, essa é Adelaide a governanta da casa, é como uma mãe para o Ricardo.

Depois disso ela sai e ficamos eu e a dona Adelaide.

Safira: Muito prazer, sou Safira.

Adelaide: O prazer é meu minha menina, tem certeza que não prefere ficar? Soube que Mason foi dispensado, a ideia era que ficasse mesmo.

Safira: Tenho sim, prefiro ir. Mas obrigada.

Ela acena com um sorriso e sai, eu não queria ficar, não depois de saber que essa casa é do arrogante, não quero dever mais favores a ninguém. Então o que faço é procurar um lugar para sentar e espero a dona Beatriz voltar.

Mais populares

Comments

leitora por amor

leitora por amor

😢🥺🥺😭😭😭

2024-05-14

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!