Capítulo 2

Estávamos no hospital a meses e já era novembro, minha mãe estava lutando mas não conseguia ter uma melhora, ela falava pouco agora pois não conseguia ficar muito tempo de olhos abertos, devido às fortes dores, ela tomava medicamentos demais, que a deixava com muito sono.

De repente a porta se abre e uma mulher um pouco alta, de cabelos ruivos e olhos verdes entra, ela é uma mulher mais velha, parecia ter a idade da minha mãe, mas é muito bonita.

Beatriz: Olá querida, você deve ser a Safira. Muito prazer sou a Beatriz amiga de longa data da sua mãe, por falar nela eu sinto muito. Nunca pensei em ver minha amiga nesse estado.

Safira: Olá senhora Beatriz, sou eu sim. Obrigada, eu também nunca imaginei, ela tem se mostrado forte, mesmo tomando tantos remédios e tendo fortes reações, ela tem se esforçado para não transparecer a dor que sente.

Beatriz: Eu compreendo sua mãe, é uma mulher incrivelmente forte. Você pode contar comigo querida, para o que precisar. Estou com minha filha aqui nesse hospital, então nessas circunstâncias, virei visitá-la todos os dias. Você se alimentou bem?

Safira: Obrigada. Eu tenho tentado comer mas não desce, nem sei quando foi a última vez que comi.

Beatriz: Oh querida isso é errado, eu já volto está bem?

Safira: Está bem.

Ela sai e depois de minutos volta com um sanduíche, suco e frutas. Eu como e ela me acompanha mais um pouco, já que sua filha foi levada para fazer raio-x, ela teve uma fratura e poderá ter que fazer cirurgia, mas Deus queira que não precise. Depois de um tempo ela se despede e vai de encontro sua filha, minha mãe permanece dormindo, como eu havia dito, os remédios a deixam com muito sono, então no momento em que a senhora Beatriz veio e até o momento presente, minha mãe não havia acordado.

Passou uns dias, a Beatriz me contou que sua filha teve alta e não precisou de cirurgia, ficou apenas internada para que pudesse se recuperar da fratura melhor. Dona Beatriz todos os dias vinha nos ver e saber notícias, poucas vezes ela conseguia ver minha mãe acordada. Mas pude ver que a amizade delas é sensacional, são como irmãs.

Em uma tarde, como de costume o Felipe nos visita e me convida para um café. Eu desço já que ele disse que qualquer coisa viriam me avisar e que eu precisava comer.

Felipe: Pequena, está se saindo muito bem. Quantos anos possui? Você está bem madura nesses últimos meses.

Safira: Muito obrigada, faço de tudo pela minha mãe. Tenho 22 anos Felipe. E você em? Posso saber quantos anos já tem?

Felipe: Eu não posso dizer, sigilo de médico.

Safira: Qual é Felipe, nos conhecemos a tempos e nunca me disse.

Felipe: Ta bom pequena, tenho 31 anos.

Safira: Sério? Nem parece.

Felipe: Obrigado pelo elogio, só para saber eu ainda sou muito jovem tá, não ouse me chamar de senhor agora que sabe da minha idade.

Safira: Jamais dr Felipe. Mas falando da minha mãe ela teve alguma melhora?

Vi que o semblante do Felipe não foi muito agradável, e quando ia me responder o chamam com urgência para o quarto onde minha mãe está internada, me bateu uma fisgada no peito, como se fosse perdê-la. Por favor Deus, que não seja nada sério. Felipe sai correndo e eu vou atrás, mas quando chego lá, ele estava dando ordens para que chamassem uma equipe médica, e que precisavam ir rapidamente a cirurgia, minha mãe estava tendo uma parada cardíaca. Ele direciona as enfermeiras, e consegue fazer o coração da minha mãe voltar. Então as enfermeiras levam ela para a sala de cirurgia. Felipe me olha nesse momento, e me ver em choque, ele me abraça e disse que fará de tudo, que precisaríamos ter fé, e que mandaria alguém ficar comigo.

Alguns minutos depois, uma enfermeira chamada Vera entra, e traz uma água para mim, eu estava sem reação, e não conseguia corresponder a nenhuma das palavras que ela dizia. Só me vinha a cena que presenciei e por alguns segundos, o aparelho da minha mãe apitando, indicando que o coração dela havia parado.

Dona Beatriz também entra e me abraça, o Felipe percebeu nossa aproximação então mandou chama-la.

Eu sentia meu corpo dormente, como se algo fosse acontecer e não seria nada bom. Fiz uma retrospectiva enquanto minha mãe estava na cirurgia, de como de repente nossas vidas mudaram. Um câncer em estágio três, impossibilitando a brilhante médica dona Júlia de viver, e ter que ficar presa por meses numa cama, se sujeitando a remédios fortes e reações.

Passam horas e nada de notícias, quando Felipe volta, mas está sozinho. Ele está com um semblante triste e abatido.

Felipe: Safira, eu-eu sinto muito, fiz tudo que pude, sua mãe ela foi forte até o fim, mas não pude salvá-la, eu-eu sinto muito.

As palavras dele soaram como um soco no estômago, meu mundo se foi, minha mãe havia morrido.

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Comments

leitora por amor

leitora por amor

Estou quase chorando aqui...🤧🤧🤧

2024-05-14

0

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