Capítulo 9

(Safira)

Acordo e decido por em prática meu plano, eu simplesmente descobri um áudio do homem que morreu no acidente de carro, destinado ao seu filho. O homem cujo o nome era Denner Bianchi, e que ainda não descobri de quem era pai, morreu devido a um atentado, e tudo aponta para o suspeito Henrique Va’zques, mas o mesmo por algum motivo não foi considerado culpado pelo crime, e ainda pior que ele teve um comparsa, e aí que meu plano entra, preciso descobrir de quem se trata.

Decido ligar para meu chefe é avisar que irei me atrasar, o mesmo permite, mas com a condição de que eu vá com o seu motorista Xavier, que por sinal é um bom homem. Então eu vou até a delegacia falar com um amigo, Bernardo Rodrigues, prometi que ajudaria com a Helena, nem sei como, e inventei uma história que é claro que um delegado não acreditaria, mas ele não questionou e permitiu, já que não era lá nada demais.

Conseguindo o vídeo nas câmeras, e conseguindo o áudio me permitiria pelo menos ajudar de alguma forma o tal filho a redimir pela morte do seu pai, já que o mesmo morreu para protegê-lo. Mas não vem ao caso, de qualquer forma pais de verdade sempre protegem seus filhos.

Depois de ter dado tudo certo, fui de encontro a empresa e sou apresentada pela Sofia ao senhor Ricardo, e o mesmo permite que eu entre. Explico tudo sobre o que descobri, e sobre as câmeras e de quem se tratava, um tal de Érico Rossini era o comparsa de Henrique no dia do atentado. O senhor Ricardo ouve tudo atentamente, e me agradece pelo trabalho feito.

Então acontece algo inesperado, ele vem ao meu encontro e fala o quanto estou bonita e o quanto o atraio, isso é novo pra mim, e de repente ele me beija, pensa numa explosão de desejos aflorados em nós que surgiu, eu perdi totalmente os sentidos e quando me dei por si, o peguei abrindo o zíper do meu vestido vermelho, aliás estava toda de vermelho, batom, vestido, e sola do salto alto, já que o salto era a única coisa preta no look.

Tento correr de lá, por me sentir envergonhada e quase que saio com o zíper aberto, mas ele não permitiu, fechou e ainda beijou minha nuca, eu mereço mesmo, esse homem tão lindo e tão arrogante, dono de si mas sensual e atraente, me dizendo que eu sou linda e que ele está cometendo uma loucura, de fato temos algo que concordamos, é loucura.

Não consigo me concentrar após aquele episódio, sua pega, suas carícias e principalmente seu beijo, não sai da minha mente. Soube que ele saiu depois que fui lá, e que cancelou todos os seus compromissos, fico me perguntando o por que, mas decidi voltar a minha rotina de trabalho, antes que ele se arrependa de ter me dado um voto de confiança, e fique me desprezando de novo.

Tendo acabado o turno, decido por ir embora, encontro na saída o Xavier e ele estava lá justamente para me levar embora, achei que o Ricardo não fosse assim, mas estou aos poucos mudando meu pensamento sobre ele.

Xavier me leva e eu consigo chegar a tempo para a faculdade, tomo meu banho e corro para duas horas de palestra.

Demorou um pouco mais de duas horas e eu e meus amigos já estávamos exaustos, então não demorou muito para eu decidir ir embora. A casa da dona Beatriz estava toda arrumada, não entendi o por que até olhar para um homem forte que estava distraído sorrindo, conversando com a dona Beatriz, esse homem na qual eu pensei que nunca poderia ficar mais bonito, hoje ele está um deus grego, com sua roupa mais casual toda alinhada aquele corpo musculoso, além de que eu só conhecia o seu sorriso malicioso, mas esse sorriso estava diferente.

Resolvo não chamar atenção então me disfarço por entre os empregados e quando estava prestes a subir as escadas ouço uma voz.

Beatriz: Minha querida, você chegou!

Safira: Ah, sim senhora.

Beatriz: Não suba, venha vamos servir o jantar.

Safira: Eu prefiro subir senhora Beatriz, preciso relaxar um pouco o dia foi longo, além do mais estou sem fome, bom jantar para vocês.

Ricardo: Vai fazer desfeita com o convidado?

Safira: Você é da família não é mais um convidado.

Ricardo: Sou mesmo, mas esse jantar não deixou-nos ser um convite da minha tia, portanto mocinha é falta de respeito não participar do jantar.

Safira: Mesmo assim, eu prefiro me retirar, não me sinto bem pra isso.

Ricardo: Te daremos 20min para que tome um banho e vista-se.

Todos o olham e ele fica lá com a postura de autoritário, estava com um copo de bebida na mão e ele o ergue propondo um brinde.

Ricardo: Já que todos me olham, um brinde ao novo emprego da Safira, a propósito ela tem se saído muito bem.

Todos erguem os copos e sorriem para mim, ele me olha e pisca com aquele sorriso malicioso de sempre. Bom eu achei que só eu que vi ele fazer isso, mas a Helena também me olhou só que com uma cara de ódio, ela já não gosta de mim e ver o Ricardo dar aquele sorriso e piscada pra mim deve ter piorado tudo.

Então eu só agradeço e subo correndo de lá, vou me vestir adequada, já que estava de jeans, resolvo por colocar um vestido, azul quase do tom dos meus olhos, mas antes tomo um bom e belo banho, coloco um colar fino com pingente da lua e nós pés opto por um Tenis branco, afinal não é uma festa e sim um jantar, o vestido é bem ajustado ao meu corpo, mais curto e com decote atrás.

Desço as escadas e todos me olham menos o Ricardo, ele bebe a sua bebida e quando eu estou quase chegando perto do sofá ele me olha dos pés a cabeça, seus olhos ficam mais verdes e ele me encara sério quando sento ao lado do Bruno.

Beatriz: Está linda querida.

Bruno: Está mesmo, sempre foi né.

Helena: Não acho que está isso tudo, além do mais por que ela se arrumaria assim pra um jantar.

Bruno: Falou a que está de vestido brilhante rosa e salto alto prata.

Helena: É que talvez não fique aqui.

Ela fala isso olhando para Ricardo, que não presta atenção nela então faz com que ela fique de cara fechada.

Ricardo: Tia, acho que podemos jantar. Chega de elogios para Safira, já sabemos que ela está linda.

Beatriz: Certo, então vamos. Amália, já está tudo pronto?

Amália: Sim senhora.

Amália é a governanta da casa, ela que organizou tudo. Quando estávamos nos levantando para ir, sinto uma mão me puxando, todos já estavam mais a frente e não perceberam.

Ricardo: Queria dizer isso bem perto de você, está linda.

Safira: O-Obrigada senhor...

Ricardo: Se me chamar de senhor fora da empresa mais uma vez eu juro que irá se arrepender.

Ele sorri maliciosamente e me dá um selinho, nesse momento dona Beatriz aparece nos procurando e vê a cena.

Beatriz: Aí estão vocês, sabia meu querido sobrinho, que todo esse tom autoritário com a Safira era por que estava se apaixonando.

Ricardo: Não imagine coisas tia, estávamos conversando sobre o trabalho.

Beatriz: Desde quando beijo é trabalho?

Safira: N-Não é nada disso que está pensando senhora, o Ricardo e eu não temos nada.

Ricardo: Mas você ainda é minha.

Beatriz: Como é isso meu filho?

Ricardo: Safira é minha mesmo que não tenhamos nada, ela é minha advogada.

Beatriz: Ah então é isso!? Vai mentir pra si mesmo que não sente nada por ela?

Ricardo: Acho que todos estão nos esperando né querida tia. Vamos logo então.

Beatriz: Vamos, mas depois não me escapa em.

Depois da dona Beatriz dizer isso, o Ricardo sai na frente e se senta a mesa de jantar, ao lado do Bruno, e sobrou apenas um lugar ao seu lado. Então eu me sento e começa a ser servido o jantar.

Bruno: Primo, estranho sentar ao meu lado, geralmente não faz isso.

Ricardo: Não tem nada demais isso.

Bruno: Tem razão, mas eu queria sentar ao lado da Safira.

Ricardo: Mas quem está aqui sou eu, então não tem como.

Bruno: Não tem outro jeito né, enfim, a empresa está dando bastante lucro.

Ricardo: Bom, era de se esperar, mas estou satisfeito com isso.

Beatriz: Vocês meninos, tem feito um ótimo trabalho.

Ricardo: De fato isso concordamos tia.

Helena: Quando vai me levar pra ver sua sala, primo?

Ricardo: Quando quiser aparecer a empresa será bem-vinda prima, mas na minha sala não tem nada que queira ver.

Helena: Discordo de você, para mim tem sim.

Ricardo: Lamento desapontar mas é só uma sala, e estou muito ocupado para visitas. Mas fique a vontade para olhar a empresa caso queira.

Helena: Entendo primo, não tem jeito né, fazer o que.

Ricardo: Pois é. Tio e o senhor, como tem passado?

Emanuel: Bem meu sobrinho, feliz demais por ter você conosco.

Ricardo: Obrigado tio, eu que sou feliz.

Emanuel: Agora eu que pergunto, como tem passado? Depois que tudo aconteceu não o vimos por muito tempo.

Ricardo: Já superei essa fase, e prefiro não comentar na mesa, mas estou bem tio. Não se preocupe.

Helena: De fato vemos, que está mais lindo do que nunca.

Ricardo: Obrigado.

Beatriz: Safira meu amor está tão quieta, aconteceu algo?

Safira: Só não tenho assunto mesmo dona Beatriz, está tudo bem, não se preocupe.

Ricardo: Que tal você falar o que pensa sobre seu chefe?

Safira: Como assim senhor?

Ricardo: Aqui sou somente Ricardo, isso vale para você Safira, já disse. E o que eu quero dizer é o que está pensando sobre mim, sobre a empresa.

Safira: Estou muito grata a você, pela oportunidade. E acho uma ótima empresa.

Ricardo: Não tem mais nada a declarar?

Safira: Não tenho.

Ricardo: Ótimo, então eu falo. Andei pensando, e tenho uma proposta para todos. Gostaria de viajar para o interior de Burton, onde íamos para praia e cachoeira, será uns dias de folga, e gostaria de convidar a todos nessa mesa, sem excessão.

Helena: Será perfeito, naquela casa que tínhamos?

Ricardo: Exatamente. O que me dizem?

Helena: Tô dentro.

Beatriz: Será bom relaxar, gostei meu sobrinho.

Emanuel: Se a Beatriz gostou, então está aprovado por mim.

Bruno: Já que vai todos, eu topo.

Ricardo: Sem excessão mocinha, o que me diz?

Ele fala isso olhando para mim, e todos fazem o mesmo.

Safira: Tudo bem, não adianta recusar né.

Ricardo: Ótimo, avisarei que iremos amanhã às 08:00hrs já mandei empregados para lá, e está tudo ajeitado.

Helena: Como dividiremos os quartos? Só temos três e somos em seis. Se quiser posso ficar com você primo.

Ricardo: Não se preocupe com isso, Safira ficará comigo e você com o Bruno.

Bruno: Mas não é justo eu ficar com uma mala sem alça feito Helena.

Helena: Não é justo pra mim, por que Safira fica com Ricardo?

Ricardo: Por que o quarto que escolhi tem duas camas e o de vocês uma só, como eu sei que você não se dá bem com a Safira, fico eu com ela.

Bruno: E por que eu não posso ficar com a Safira?

Ricardo: Por que eu quem mando.

Eles discutem como se eu não estivesse lá, mas eu ignoro por que qualquer coisa que eu disser não fará Ricardo Bianchi mudar de ideia. E como ele disse camas separadas, fiquei mais aliviada.

Na real é que eu não quero dormir com Helena, e Bruno só me usa para afrontar o primo, então eu não quero ser mais objeto dele. E Ricardo terá que se comportar por que eu não sou qualquer uma, então irei ficar mais distante possível.

O jantar acaba e então Amália manda servir a sobremesa, estão todos quietos com o pronunciamento do passeio, mas no fim acredito que todos tenham gostado da ideia.

Ricardo: Levem o essencial para três dias, só não esqueçam a roupa de banho.

Beatriz: Claro meu filho, Helena querida você quer passar ao shopping de lá para comprar suas roupas?

Helena: Claro mamãe, podemos passar por lá mesmo. Vou levar então roupa para apenas um dia.

Beatriz: Se quiser pode fazer o mesmo Safira, pode vir conosco querida.

Safira: Está tudo bem, não se preocupe dona Beatriz, obrigada.

Ricardo: Então eu me encarrego de vir buscar Safira, para que ela tenha uma companhia no caminho até lá.

Safira: Não precisa eu estou bem. Posso ir sozinha...

Ricardo: Sou seu chefe e não vou deixar que vá sozinha. Está resolvido.

Beatriz: Meu filho, deixe a menina escolher.

Ricardo: Não tem o que escolher tia, ela não tem outra opção.

Todos a mesa disfarçam, mas ficam sem entender do por que o Ricardo me trata assim, mas decidem apenas concordar com o fato dele ser meu chefe, e não que ele tenha segundas intenções com isso.

De fato, o que me deixa com sentimento de raiva por ele, é esse controle e essa obsessão por posse que ele tem, eu me sinto um objeto, e detesto essa sensação.

Espero que essa viagem, não me faça ter dor de cabeça no futuro, eu não estou a fim de problemas.

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