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— Sabe o que eu faria no lugar dela?

Encarei a Bárbara com os antebraços apoiados nos meus próprios joelhos.

— Mandaria todos para a puta que pariu e sairia de lá com você.

— Como assim? Por que você faria isso?

Sorri sem jeito e neguei com a cabeça, ela riu da minha expressão, provavelmente confusa.

— Dani, por favor, nós mulheres sente quando uma pessoa gosta da gente, e se eu, que nem participei da história, sinto que você gosta dela, ela provavelmente sente isso muito mais, nós sabemos quando é verdade e quando é mentira...

Ela dizia tudo isso de forma maravilhada, olhando pra cima e gesticulando com exagero.

— Eu no lugar dela, teria dito a todos que poderiam dizer o que fosse, e que você poderia ter cometido todos esses erros antes de se apaixonar por ela, mas que isso não faz diferença nenhuma agora... Eu teria... Teria me preservado, e preservado o relacionamento, porque... Se a prima dela estivesse realmente preocupada com o bem estar dessa garota, ela teria se trancado num quarto com ela e contado tudo, sem escandalizar porra alguma.

Bárbara me disse e eu concordei com a cabeça.

— Eu no lugar dela estaria com você aqui agora, em algum lugar escondido, fazendo sexo, porque este lugar é maravilhoso pra deixar passar abatido.

Gargalhamos e eu assenti, coçando a bochecha com desconcerto.

— Por que você não a agarra? Já pensou nisso?

— Não...

Disse com sinceridade e depois ri.

— Ela iria se afastar.

— Quem te garante? Quando ela descobriu metade das coisas, você me disse que fez isso e ela cedeu.

Deu de ombros, semicerrei meus olhos e me recordei daquele dia, daquela cena, daquele orgasmo.

— Não é má ideia.

Murmurei, assimilando o que ela havia me dito.

— Nossa, que cabelo lindo.

Olhei para onde Bárbara estava olhando, então parei de respirar, traguei em sec.

— O quê? É ela?

— Oi, Dani, está atrasado para nosso encontro.

— Ah!?

Foi tudo o que saiu de mim, Elisa estava parada na nossa frente, na sua mão reconheci o bloco de notas que usamos na noite anterior.

— Prazer, sou Bárbara.

Observei a garota ao meu lado se levantar e estender a sua mão para Elisa.

— Elisa.

Disse simplesmente.

— Bom, vocês precisam trabalhar, né? Então eu vou indo.

Ela disse e olhou de Elisa para mim, sorri sem graça e me levantei devagar.

— Vocês querem que eu saia?

Elisa perguntou num tom irônico que eu nunca vi usar, olhei pra ela e tudo o que fiz foi dar de ombros, disfarçando a minha surpresa.

— Não precisa.

Bárbara disse entre risos, então se aproximou de mim e depositou um beijo demorado no canto da minha boca.

— Até mais Dani.

Disse ela, nos dando as costas e andando um pouco.

— Ah!

Virou-se, eu e Elisa tornamos a olhá-la.

— Se você conhecer a garota pela qual Dani é apaixonado, por favor, diga a ela que é uma sortuda.

Enriqueci todos os músculos do meu corpo, estático, apenas deixei os meus olhos se esgueirarem para o lado e encarei a reação de Elisa, ela também parecia petrificada com o pedido de Bárbara, que já desaparecia do nosso campo de visão.

— O... Professor, ele me entregou a composição.

Elisa disse agora virando-se pra mim, a examinei o seu rosto inexpressivo outra vez.

— Podemos ficar por aqui hoje?

Apontei com a cabeça para a espreguiçadeira, Lisa apenas sentou-se, fiz o mesmo ao seu lado e recebi o bloco de notas.

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