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Maurício me advertiu, gargalhei e continuei segurando a cabeça de Miguel com uma das mãos enquanto o Carlos gargalhava e quem estava por perto também, comecei a rir e livrei de Miguel que se ergueu e rapidamente pulou nas minhas costas, tentando me afogar também.

Meu olhar cruzou com o de Elisa que ria discretamente, depois deixei Miguel me empurrar, assim eu me livraria dele mais rápido.

— SAÍ DA FRENTE! 

Ouvi a voz de James gritar antes de sentir os seus pés das minhas costas com tanta força que eu bati os meus joelhos no fundo da piscina, me levantei assim que pude e o encarei.

— QUAL É A TUA, IMBECIL?

James riu chacoalhando o seu cabelo.

— Tá nervosinho, Olivares? Parece até que perdeu a sua garota para mim...

Rosnei me aproximando ainda mais, James levou a mão na boca com os olhos arregalados.

— Tinha esquecido você perdeu.

— Se você é tão homem de me tirar a Elisa de mim, vem aqui, idiota!

Bati no meu peito com força, mas fui impedido de continuar andando.

— Dani, calma, deixa pra lá.

Sentia Maurício me puxar pra trás com facilidade enquanto Miguel se metia entre eu e James.

— Se cuida, James!

Exclamei apontando pra ele, que se afastava entre risos irônicos.

— Dani, você não pode ligar pra tudo que ele faz, tá na cara que é por causa dela.

Maurício me advertiu.

— Que se foda, ele tá pensando que pode cantar de galo só porque tá com a minha garota, otário!

— Otário é você que a chama de minha, ela não é sua, Dani, tente superar isso!

— Eu tô tentando, Maurício!

Exclamei com a voz embargada, ouvir aquilo de outra pessoa era muito mais difícil.

— Não é o que parece!

Ele argumentou.

— Você fica aí o tempo todo com essa cara deprimente, e nós aqui fazendo de tudo pra ver se te anima, mas você não coopera!

— Você não percebe que não vai adiantar ficar bufando e chorando por todo canto? Ela não vai voltar por isso, se um dia ela voltar, não vai ser porque você tá tristinho, vai ser porque você foi homem e superou, a hora que ela se der conta que você tá seguindo em frente, ela vem igual uma cachorrinha...

— CALA A PORRA DA SUA BOCA!

Vociferei, empurrando-o para longe, eu sei que ele queria descontar, mas não o fez.

— JÁ CHEGA, JÁ DEU!

O silêncio se instalou por toda parte, dei as costas à eles e tomei impulso na borda, saíndo da piscina e caminhando até a mesa.

— Dani, hey, calma aí.

Miguel tentava amenizar, como sempre.

— Calma o caralho!

Exclamei pegando minha camisa e calçando os chinelos.

— Vocês não têm ideia do que eu tenho passado, então tenta não foder com a minha cabeça!

Continuei a falar alto, pra que eles pudessem escutar, e quem mais quisesse assistir ao show que eu tinha dado.

Saí dali andando apressado, essa era uma sensação nova pra mim, eu nunca fui nervoso, ou o tipo de pessoa que não sabe escutar a verdade, que deixa se levar por provocações, os rapazes até diziam que eu era tranquilo demais, mas desde que Elisa se foi, eu me sentia como uma bomba relógio, pronta pra explodir a qualquer momento.

Sem saber onde realmente eu estava, me sentei sob o primeiro coqueiro que vi, apoiando os meus braços sobre os meus joelhos e levando o meu cabelo pra trás.

Fechei os meus olhos sentindo o sol queimar os meus ombros e a minha cabeça, a qual deitei sobre os meus antebraços, sentindo latejar lenta e dolorosamente.

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