8

Vi Maurício fechar a porta, e subi rapidamente até o quarto, peguei a minha mala que deixei encima da cama.

Eu realmente não estava acostumado a passar pela situação em que me meti com Elisa.

Eu posso dizer que nunca havia me apaixonado antes, e nunca havia sofrido por isso, pensei que nunca ia passar, que Elisa seria a única garota pela qual eu seria apaixonado a vida toda e eu ainda me sinto assim, eu precisava tê-la de volta.

Maurício tem razão, eu não ia chegar a lugar algum se continuasse sentado esperando, eu precisava seguir em frente.

Tomei um banho gelado, vesti uma roupa casual e calcei meus chinelos e tentei arrumar meu cabelo, que estava grande demais pra que eu tivesse sucesso nisso.

— Hey Dani, tá pronto?

Miguel quis saber com a cabeça pra dentro do quarto, enquanto eu enrolava as mangas da camiseta até o meu ombro.

— Tô.

Respondi pegando minha carteira sobre a cama.

— Por um acaso você não tem um creme desses que alivia queimadura aí não, né?

Miguel começou a rir e assentiu.

— Tenho, depois do jantar eu te empresto, Dani. Vamos, já estamos atrasados.

Fizemos o caminho até o quiosque, ao que percebi todos os alunos já estavam lá, pois quando chegamos o professor fez a sua melhor cara de repressão e começou a chamar nossa atenção, pedindo silêncio e proximidade.

— Vou começar a explicar, está bem?

Concordei com a cabeça, como se ele realmente precisasse da minha permissão, cruzei os meus braços e deitei a cabeça pra trás, esperando uma corrente de ar aliviar o meu calor, mas quando voltei a baixar os meus olhos, eles se cruzaram com aqueles dos quais eu sentia tanta falta.

Meu coração disparou e eu senti como se não pudesse respirar, o seu rosto estava delicadamente maquiado, uma das laterais do seu cabelo estava presa por uma flor branca, e o seu corpo semicoberto por um vestido solto.

— Como eu já havia informado, vamos formar quatro grupos, e antes que vocês comecem a se movimentar, eu vou escolher os membros de cada um deles.

— Aaaah, isso é injusto!

Alguém gritou, e em seguida começou o alvoroço.

— Silêncio, vocês não são mais crianças!

Exclamou o nosso professor batendo palmas.

— Eu decido os grupos, portanto façam silêncio.

Ainda houve suspiros inconformados, ri baixo e neguei com a cabeça.

— Primeiro grupo é o Vermelho.

Dito isso ergueu um punhado de lenços da cor citada e os agitou no ar.

— Rafaela, Alex, Daniel, Victor, Elisa...

Ergui os meus olhos, até então fixos na tatuagem que havia no pé de uma garota a minha frente, e traguei em seco.

Eu quis pedir que alguém o fizesse parar e repetir os nomes do grupo, só pra eu ter a certeza de que ele havia realmente cumprido a sua promessa.

Não quis olhar pra Elisa para não dar na cara que eu estava entusiasmado com o ocorrido, mas meus olhos a flagraram imediatamente, Paloma falava com ela, mas seu rosto estava virado na minha direção, Lisa parecia ter perdido um pouco a cor.

Ela teria de conviver comigo, e Paloma não podia fazer nada quanto a isso, nem qualquer outra pessoa.

— Grupo Azul!

Gritou o professor, só então ouvi a sua voz novamente.

— James, Miguel, Sandra, Paloma, Kelly...

— PROFESSOR!

James gritou com o braço erguido.

— Não é justo! 

Sussurrou pra Elisa ao seu lado, ela fechou os olhos e abaixou o rosto.

— Elisa não pode vir para o meu grupo, nós trocamos alguém!

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