Capítulo 17

“Evelyn Amaris”

Após adentrar o local, dona Valéria me mostrou alguns locais necessários como a recepção onde os hospedes devem fazer o seu cadastro, cozinha que por sinal é enorme e cheia de utensílios, porém sem funcionários, sala de jantar maior ainda e linda com uma mesa grande ao centro, sala de estar com vários sofás porém a televisão esta quebrada, a área de lazer nos fundos do hotel com piscina na qual está suja com lodo e algumas folhas, porém tem uma mesa de sinuca empoeirada abaixo de uma cobertura e um campo de futebol mas a frente...

— Como você pode ver Evelyn este lugar já foi bem badalado por lobos de varias matilhas! — Sua expressão se entristece — Mas hoje raramente recebemos alguém.

— Ainda sim o lugar e bem localizado dona Valéria — Lhe afirmei sorrindo, enquanto subimos os degraus, onde vou conhecer a parte de cima.

— Bem localizado sim, porém quase caindo aos pedaços... Não consegui sozinha colocá-lo a funcionamento novamente— A mesma sorri ao continuar — Bom nesta parte de cima fica os quartos, como você pode ver do lado direito da escada, fazemos o contorno dos quartos de casais e do lado direito se vê os de solteiros.

— Nossa é bem organizado! Eu achei perfeito — Sorri ao segurar meu filho em meus braços.

O mesmo fez um barulhinho de choro e quando voltei a minha atenção a ele seus olhinhos reluzirem novamente a linhagem do seu pai... Não pude deixar de lembrar das palavras dele e do seu olhar de desprezo.

Eu não queria que o Varun cuidasse de mim, apenas queria que ele soubesse que tem um filho, não queria criá-lo sem pai.

— Tudo bem querida? — Fui tirada dos meus devaneios com a dona Valéria falando comigo, apenas assenti e no mesmo momento senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

— A Evelyn não se entristeça, você está sendo muito mais forte do que você mesma imagina! — Seu olhar e o seu sorriso são de apenas ternura.

Pude sentir uma mãe na minha frente, as lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos, enquanto eu suspirei, tendo terríveis lembranças das palavras do Varun, nem mesma eu sabia que havia ficado tão magoada desta maneira.

Senti o abraço da dona Valéria e ainda com meu filho em meus braços descansei minha cabeça em seu peito em lágrimas ao suspirar

— Calma vai passar! O sofrimento não é durável — Senti suas mão passar por minhas costas e a mesma me direcionou para olhar em seus olhos — Veja bem, eu não posso lhe pagar muito, mas de vês em quando recebemos um ou outro hóspede, você quer trabalhar para mim? Seria uma ajudante, já que sou apenas eu.

Meu coração se encheu de alegria, minhas lágrimas cessaram e um sorriso se formou em meu rosto

— A senhora está falando sério? —Indaguei limpando minhas lágrimas

— Claro, você tem um bebê para cuidar minha querida... Lhe pago um salário e um lugar para se viver!

— Minha nossa dona Valéria a senhora é um anjo... Meu Deus! Só a alegria de não ter que ficar na rua com o meu filho é imensa!

Lhe abracei em gratidão, e a mesma sorriu ao me dizer

— Tudo bem, me entregue esse anjinho e vamos buscar suas coisas, você deve ter roupas para lavar, e deseja guardar suas coisas e descansar por hoje certo?

Apenas assenti e juntas descemos os degraus, peguei minhas coisas do carro e o coloquei na garagem no fundo do hotel, dona Valéria me direcionou a um dos quartos de casal com a vista para a entrada do hotel, já que somos dois... Tem até banheiro dentro dos quatros e é enorme! Ambos os locais.

Abri a janela e ela quase caiu, a segure já que ela ficou presa em apenas um parafuso... Alimentei o meu filho e a dona Valéria disse que eu poderia ficar tranquila por estes dias, já que foram bem difíceis para mim, porém eu vou ajudá-la! Miguel acabou dormindo e eu o coloquei na cama e deitei próxima dele.

Acabei dormindo e no horário do almoço a dona Valéria acabou a trazer uma bandeja repleta de coisas maravilhosas... Me alimentei até ficar satisfeita, lhe agradeci eu ia ajudá-la com a louça, porém a mesma pediu que eu fiquei tranquila quanto a isso.

Por hoje ficarei, me deitei novamente lado do meu bebê, nossa como eu estou feliz... A manhã se passou e eu estava pouco mas disposta e menos preocupada! O dia estava tranquilo, eu e a dona Valéria até nos sentamos na grama, a frente do hotel e ficamos a conversar, a nos conhecer melhor...

Ela me parece uma senhora bem amável, Miguel está fazendo alguns barulhinhos no meu braço e parecendo feliz... Nos três ficamos até o entardecer observando o por do sol, entre as árvores que tem um volta do local, um lugar silencioso e calmo...

Rimos ao ouvir o Miguel soltar um pum, porém em seguida ele fez cocô, e pelo jeito é dos moles, dona Valéria conseguiu me arrumar até uma banheira, na qual ela disse que eu poderia usar com o meu filho, ela é um amor... Após dar banho no meu pequeno, dona Valéria bateu a porta e adentrou.

— O Jantar está pronto, vai me fazer companhia? — Indagou a mesma me olhando curiosa

— Sim, será uma honra! — Referi a mesma sorrindo, em seguida terminei de vestir uma roupinha mais quentinha no meu anjinho, porque parece que a noite vai ser fria.

Ao pegar ele nos meus braços seus olhos reluzirem a linhagem do seu pai! Me surpreendi porém sorri, quando ia passando perto da janela dois homens que estavam se aproximando chamou a minha atenção, a luz da lua consegui ver que um deles é o Marcos, senti meu corpo gelar, quando observei que o outro é o Varun o mesmo olhou para trás e quando ia voltar a sua Atenção a direção das janelas.

Me afastei para longe, meu coração palpitava, será que ele me viu? Minhas pernas ficaram bambas, o mesmo estava usando uma calça jeans e uma camiseta azul, ele é lindo de todos os jeito.

— Tudo bem Evelyn? — Indagou a dona Valéria se aproximando preocupada!

— É o pai do meu filho, ele está lá em baixo... Por favor não diga que eu estou aqui! — Sinto meu corpo tremer, ele pode querer mais confusão— Por favor dona Valéria! Eu não quero que ele me maltrate mais...

— Tudo bem calma, fiquei aqui que eu vou resolver — Seu sorriso e tranquilizador — Vai ficar tudo bem eu já volto...

Dona Valéria se retirou do quarto e eu pude trancar a porta e em seguida respirei fundo e retornei me sentando sobre a cama, pedindo que o meu filho não chore, porque ele poderá ouvir com a sua audição aguçada...

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