Vitório não mentiu, no outro dia trouxe Olívia até o quarto que estava emburrada por acreditar que seria trocada, mas ao me conhecer como irmã de Vitório me abraçou e ficou comigo o tempo todo.
Charles, ou melhor, Platen declarou que a sua noiva, vulgo eu, estaria morta e apresentou Hanah como a sua nova noiva dando um grande banquete no mês seguinte. Por ser da máfia inimiga, ficamos sabendo apenas o que os infiltrados nos informam.
O comportamento dos Gunner’s chamou atenção de Moira, que estavam muito interessados no novo noivado repentino de Platen. E o súbito silêncio do seu Consigliere, alegando não estar muito bem e por isso seu pai foi na reunião, o fez procurar a residência dos Gunner’s no dia seguinte.
— Merda — Vitório entra no seu quarto onde eu ainda estava, a pedido dele mesmo.
— Se me contar posso tentar ajudar — digo me levantando, não estava completamente curada, mas conseguia me locomover pela casa sem problemas.
— Moira está lá embaixo e…
— Ele sabe que vocês estão escondendo algo, eu disse que não poderia ficar aqui, estou invadindo seu território — falo indo até à porta, mas Vitório me segura assim que passo por ele.
— O que pensa que vai fazer? — Vitório estava realmente preocupado.
— Contar a verdade, não se preocupe, se alguém tem que ser punido serei eu — falo abrindo a porta e quando vou saindo me deparo com uma parede humana de olhos mais azuis que o céu.
— Lamento decepcionar, mas não planejo punir ninguém — ele olha para Vitório e depois para mim — Não ainda.
— Ótimo, pois tem… — ele ergue o dedo e olha mortalmente para Vitório.
— Poderia me explicar o motivo dela estar aqui e não a sua NOIVA no SEU quarto? — ele deu ênfase no “noiva” e “seu”.
— Você é igual a todos — penso alto e ele me olha imediatamente.
— O que disse?
— Agora resolveu me ouvir? — ele apenas ergue a sobrancelha para mim enquanto Vitório nega com a cabeça sentando na cama — Estou aqui a pedido de Vitório que acredita que vou fugir na calada da noite.
— Não foi isso, Trid, já te expliquei.
— E eu não acredito, Vitório já disse que não irei fugir — me aproximo de Vitório que estava sentando na cama e ele me abraça deixando algumas lágrimas escorrerem.
— Vejo que achou o que procurava — Albert fala assim que se aproxima da porta — Vitório, larga ela agora, precisamos conversar com o Don.
— Ela vem junto — Osmond fala saindo do quarto e seguindo Albert pela casa, eu aproveito que Vitório está distraído e saio do quarto fechando a porta com ele lá dentro.
Ao entrar no escritório logo atrás deles, Albert percebe que Vitório não chegou ainda e ao olhar para mim percebe que estou segurando o riso e acaba rindo nasalado negando com a cabeça. O que ninguém percebeu foi que Osmond estava analisando o comportamento peculiar dos Gunner’s.
— Obrigada por me esperarem, alguém me fechou dentro do meu próprio quarto — Vitório disse segurando o riso enquanto olhava para mim.
— Podem começar — o olhar de Osmond era superior e sem querer acabo fazendo uma careta — Algo a incomoda?
— Na verdade, sim — Albert segura o riso, por conhecerem e incentivaram a minha personalidade ousada a retornar — Você me olha superior como se fosse melhor que os outros, não espera explicações e já tiram conclusões precipitadas — Osmond abre a boca, mas ergo o dedo — Ainda não terminei.
— Astrid — Albert me repreende, afinal estou falando com o Don deles, mas para mim isso não tinha valor nenhum.
— Espera Astrid Geer? Você foi dada como morta — Osmond me olhava preocupado e veio andando até mim e me rodando no meu eixo, como se estivesse conferindo se estou na sua frente mesmo.
— Muito conveniente me declarar como morta, verme imprestável — falo baixo, mas pela distância Osmond escuta e me olha atentamente — Se me deixar explicar verá que tenho razão.
— Por favor — ele se afasta encostando na mesa de Albert com os braços cruzados.
— Astrid Geer, mas agora sou — olho para Albert que confirma com a cabeça sorrindo — Astrid Geer Gunner.
— Isso explica os sorrisos desses dois, sabia que estavam aprontando alguma coisa… — Osmond segura o riso fazendo os dois se entreolharem preocupados — Antes me contar o motivo de considerar o seu “noivo” um verme, me responda — o olho atentamente, algo naquele olhar me confirmava que ele era confiável — Não se lembra mesmo de mim?
— Não vou negar que o seu olhar me parece familiar, mas… — a minha voz some e acabo dando alguns passos para trás, impedindo de memórias retornar agora.
— O que foi Volpe? — a voz de Osmond e como ele me chamou, fez as minhas memórias voltarem de uma vez.
“— Ei! Volpe — aquele garoto alto vem até aos fundos da minha casa, eu sempre contava os segundos para sua visita.
— Por que me chama de Volpe? Não sou uma raposa? — eu tinha nove anos e estava emburrada, mas ao avistar os dois diários na sua mão corro lhe abraçar.
— Tem razão devo mudar o seu apelido, está mais para interesseira — dou um tapa no seu braço o fazendo rir — Também senti saudades Volpe”
Olho nos olhos daquele homem e vejo o seu olhar brilhar, era ele… Aquele que deixou a minha infância mais divertida. Lembro que depois disso ele começou a espaçar as visitas e na maioria das vezes estava machucado, até que ele não voltou mais.
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Atualizado até capítulo 107
Comments
Lili Monteiro
ele achou a Volpe dele 🤭🤭🤭
2023-03-28
3
Lili Monteiro
🤭🤭🤭 então senta que lá vem história 😏🤭🤭🤭🤭🤭
2023-03-28
1
Lili Monteiro
calado 🤭🤭🤭
boa ele tem que entender que quando a mulher fala o homem baixa a orelha 🤭🤭🤭🤭
2023-03-28
3