Leio aquele relatório pela décima vez e em todas essas vezes o nome dela aparece com a condição “noiva”, porém ninguém nunca mais a viu ou os meus homens conseguiram identificar quem é seu noivo.
— Don, temo que se não se apressar irá se atrasar — escuto um dos meus homens me chamar novamente.
— Vitório já chegou?
— Não senhor.
— Então tenho mais alguns minutos — volto a minha atenção novamente para aquele relatório.
Somente com a chegada de Vitório que consigo largar aquele relatório incompleto. Faz anos que estou à procura dela, as palavras do meu pai nunca saiu da minha mente e a culpa por perder o contato me amargurava a cada dia.
Dou ordem para ir até o túmulo do meu pai, ninguém contestava as minhas ordens, nem mesmo quando meu pai estava vivo, mas essa lealdade cega veio apenas quando assumi o poder.
Nunca consegui me relacionar emocionalmente com alguém, tanto que as brigas com o meu pai sobre o meu casamento eram muito frequentes enquanto ele estava vivo. Para assumir precisei matar muitos e provar a minha força, não admito e nunca vou admitir que alguém ocupe o lugar da minha Volpe.
— Seu velho cretino, se não tivesse me impedindo agora eu estaria casado e cheio de filhos, mas não você tinha que acreditar nessa lenda tosca e me fez perder a única pessoa que amei.
“ — Você não ir ao encontro dela.
— Por que pai? Eu gosto dela… — não consigo terminar a frase, pois ele me acerta com um soco, eu era novo naquela época tinha apenas quinze anos, não poderia desafiar o meu pai…
— Nunca mais repita uma barbaridade dessa, você vai crescer e se casar com uma mulher normal.
— A Volpe não tem nada de anormal — novamente outro soco que me fez cuspir sangue desta vez.
— Ela é uma aberração, tem o sangue amaldiçoado.
— A lenda não é uma maldição e sim uma benção.
— Você nunca vai saber se realmente ama ela ou se… — vejo o meu pai vacilar na voz e acaba se afastando de mim.
— Termina, me conta o motivo de nunca saber se a amo ou não.
— Ela já te enfeitiçou — o seu olhar era vago — Eu condenei você, quando te levei comigo até aquela aberração.
Com essas palavras ele saiu da sala me deixando sozinho, deste dia nunca mais vi a minha Volpe, no começo eu me senti tão mal que chegaram chamar médicos, mas era emocional.
Eu já a amava e ele a tirou de mim, após anos, ou melhor, quando completei dezoito anos ele acabou me contado sobre a raposa, era a maldição, a raposa iria me manipular, por isso ele me proibiu de ficar perto.”
O que ele não sabe era que eu amo aquele ser pequeno de cabelos morenos, a minha Volp nunca irá me abandonar, mas eu a abandonei… Essa culpa já doía desde daquela época e por isso quando completei os meus vinte e um anos, matei o meu pai e vários outros que entraram no meu caminho.
Assim me tornei o Don mais cruel vivo, ninguém ousa me desafiar com medo das consequências. A minha fama me precede e isso já chamou atenção de vários oportunistas que tentavam empurrar as suas filhas e até mesmo filhos para se casarem comigo.
Mas se não posso ter a minha Volp ao meu lado eu não aceito mais ninguém, por isso ainda mantenho essa equipe tentar encontrar ela, ninguém sabe disso nem mesmo o meu Consigliere.
— Don, precisamos ir — a voz de Vitório me traz de volta das minhas memórias e pensamentos.
— Velho imbecil, se não tivesse me proibido ainda estaria vivo… Ou não.
Me viro de volta para o carro e finalmente indo com Vitório até aquela festa de merda de Platen, nunca gostei dele e mantenho as aparências apenas por um acordo de cavalheiros feito assim que assumi com o Don de Platen.
O infeliz queria ocupar o local que mantenho a minha equipe segura, ele pensa que não sei das suas ambições, mas para conseguir ocupar o meu lugar ele terá que me matar primeiro.
Para ser mais rápido fomos com um pequeno jato que utilizo apenas para curtas distâncias aqui no Brasil, quando preciso realmente ir conferir alguma encomenda ou até mesmo negociar com algum cliente no exterior ele já não me serve por chamar atenção.
Ao chegar no seu complexo é sempre a mesma coisa, ele enche a casa de mulheres para nos divertir, muito realmente aproveitam, mas Vitório permanece firme ao meu lado não direcionando o seu olhar para nenhuma outra mulher.
Platen não estava com a sua noiva e sim com aquela v@dia que já tentou se vender para mim pelo menos umas dez vezes, mas não tenho interesse em lixo, fiz uma promessa a Volp que a única no meu coração será sempre ela.
Claro que sempre me alivio com alguma mulher, mas nunca me envolvo ou permito que toque no meu corpo, nem beijos são permitidos e mesmo assim várias se jogam aos meus pés.
— Don… — a voz de Vitório me lembra que já fiquei o necessário para não arrumar encrenca e sem nem me importar em me despedir ou não me retiro finalmente daquele complexo e voltar rápido para casa.
— Cuidado — é a única coisa eu falo com Vitório assim que ele me deixa em casa e sai correndo as pressas, cretino está correndo para os braços da noiva, posso não demonstrar, mas me sinto muito feliz por saber que pelo menos ele pode ficar com quem ama.
— Ainda vou lhe encontrar Volpe e fazer de você a minha esposa, não importa quem eu tenha que matar.
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Atualizado até capítulo 107
Comments
Ingrid Lopes Forchheim
Já apareceu sua safada...
2023-12-02
1
Ingrid Lopes Forchheim
🤔🤔
2023-12-02
1