Quem são vocês?

— Senhor — um dos seguranças entra no quarto após um tempo que silenciei do choro — Seu pai está subindo.

— Não o segure — o segurança deixa a porta aberta e logo Albert entra no quarto furioso e ao ver o seu filho Vitório me deitar na cama, pois havia adormecido pela exaustão do choro, ele paralisa.

— Quer me explicar, porque infernos a Astrid está dormindo na sua cama? — a voz de Albert era baixa, para não me acordar.

— Astrid? Noiva do Platen?

— Você não sabe quem é ela? — Albert dá um tapa na nuca de Vitório, o fazendo resmungar por não saber quem ele trouxe para sua cama — Sim, esta é a Astrid, filha de Henry, morto por Charles.

— Isso nunca foi provado — Vitório o responde olhando meu rosto cheio de hematomas — O que aquele cretino fez com você?

— Algo aconteceu durante a celebração, como a encontrou? Afinal ela nunca aparece quando tem pessoas de fora.

— Estava voltando da reunião com o Don e resolvi para buscar Olivia, quando a encontrei correndo na estrada, ela sangrava muito e segundo o médico ela abortou devido os traumas, não faço a menor ideia de como ela conseguiu chegar até aqui.

— Traumas? — Albert pergunta curioso e assim que Vitório abre a camisa deixando o meu corpo cheio de hematomas completamente a mostra — Santo Deus o que ele fez com ela? Ela tem sangue dos ancestrais correndo nas veias.

— Pai, isso é lenda…

— Não interessa isso não se faz, mas se ela estava grávida e toda machucada…

— Contei hoje — falo me cobrindo com o cobertor e me virando para o lado, eu não estava nua a frente dos dois, mas mesmo assim eu não queria ficar tão exposta assim.

— Minha garotinha — Albert fala tão carinhosamente que me viro para ele imediatamente — Está segura agora.

— Quem são vocês?

— Não é de se admirar que não conheça ninguém, o seu pai tentou te proteger, mas acabou deixando você cair nas garras do diabo — Albert se senta na cama segurando as minhas mãos delicadamente, os dois eram enormes tanto em altura como em força — Sou Albert Gunner.

— Meu Deus… — retiro as minhas mãos das suas bruscamente fazendo os dois se olharem, eu estou no território inimigo e muito longe de onde realmente morri — Como me acharam? Não, a pergunta correta é por que me ajudaram? — me levanto rápido pronta para fugir ou pelo menos tentar, mas acabo sentindo uma ponta muito forte da minha barriga e Vitório me segura para não cair no chão.

— Não sei o que imbecil do Platen te falou, mas eu te prometo que não vamos te machucar agora volta para cama, pois ainda não pode ficar em pé — o seu tom era preocupado e eu o olho diretamente nos olhos e consigo ver verdade neles — Ordens médicas, por favor.

— Ele tem razão Astrid — Albert fala sorrindo doce e me permito voltar para a cama com ajuda.

— Podem me explicar por que me ajudaram e como sabem sobre o meu pai?

— Seu pai foi Henry Geer, ele me salvou uma vez e devo a minha vida a ele — Albert novamente pega a minha mão a massageando e sinto a dor diminuir — Me afastei quando ele descobriu a gravidez da sua mãe, ele queria proteger as duas, então se isolou de todos.

— Charles o matou, pois, estava me procurando — os dois se entreolham — Por favor, não escondam nada de mim, eu sei que são os inimigos declarados de Charles, mesmo não havendo uma disputa, descobri hoje que ele foi o responsável pela morte do meu pai.

— Sua mãe tinha sangue ancestral nas suas veias, isso quer dizer que você também tem.

— Não sei nada sobre isso…

— Está mentindo — sinto o meu corpo gelar e ele apenas sorri carinhosamente novamente — Os seus cabelos e olhos estão na cor de fogo, esse era o maior medo do seu pai.

— Por isso, sofreu na mão daquele… — Vitório acaba pensando alto enquanto se levanta bruscamente olhando para a janela para controlar a sua raiva.

— Vitório que te encontrou na estrada, não ligue para ele — Albert fala sorrindo olhando para Vitório — Ele é sentimental.

— Espera, até onde ouvi Vitório é comprometido e eu estou… Onde estou? — Albert começa a rir enquanto Vitório se coça a sua cabeça.

— Sim, sou comprometido e você está no meu quarto… Bem na minha cama — levo as minhas mãos a minha boca para não escapar nenhuma palavra — Por isso o meu pai veio aqui, eu estava indo buscar a minha noiva para… Você entendeu, enfim, te encontrei no meio da estrada correndo…

— Eu lhe causei problemas — falo abaixando a cabeça e sinto os dedos de Vitório erguer o meu rosto, o seu sorriso era carinhoso e acabo sorrindo junto.

— Você não causa problemas Trid.

— Trid… Faz tempo que não me chama assim.

— Bom, então se acostume, pretendo te chamar assim daqui para frente.

— Não posso ficar aqui…

— Deve ficar aqui, é o mínimo que posso fazer pela memória do seu pai.

— Mas…

— Trid, não pense besteira, por favor — Vitório coça a cabeça novamente e percebi que essa era mania a sua quando estava incomodado — Astrid, por favor, fique comigo.

— Não posso — abaixo a minha cabeça respirando fundo.

— Vou te apresentar ao mundo como a minha irmã Trid — Vitório fala sorridente já entendendo o meu receio — Prometo lhe pentelhar sempre que tiver oportunidade.

— Esse menino só tem tamanho — Albert nega com a cabeça sorrindo — Porém, será uma honra ser considerado o seu pai.

— Isso lhe daria a proteção que precisa, terá uma vida digna — eu abaixo a cabeça novamente e Vitório a ergue com os dedos me olhando nos olhos — De hoje em diante você é Astrid Geer Gunner e nunca mais vai abaixar a cabeça para ninguém.

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