JEONGHAN
Ok, talvez Hayun tivesse razão, aquele pub realmente era problemático. Em minha defesa eu realmente não fazia ideia de que íamos acabar daquela forma.
Hayun parecia brava comigo e eu entendia perfeitamente, com meu jeito sedutor e idiota de ser tinha conseguido fazer ela entrar comigo naquele lugar de merda.
Agora estávamos chegando na minha casa, Hayun dirigia o meu carro calmamente. Se eu estava um pouco nervoso por ela conhecer a casa exageradamente enorme que eu morava? Um pouco.
O que aconteceu no pub foi que um homem simplesmente começou a mexer com a Hayun, primeiro nos chamou de casal e eu pouco me importei, mas quando percebeu que não éramos um, começou a agir como um babaca, deixando Hayun completamente irritada. E eu também, mas ao contrário dela, eu apenas a puxei e disse para deixar isso para lá.
O problema real aconteceu mesmo quando Hayun disse que ou ele pedia desculpas por chamá-la de gostosa deliberadamente ou saía do estabelecimento. E foi aí que o cara realmente mostrou quem era ao direcionar vários xingamentos, um pouco incompreensíveis devido ao álcool em seu corpo, na Hayun que por sua vez partiu pra cima do homem. Então eu fiz a coisa mais sensata: quebrei a cara dele.
Confesso que eu tenho um temperamento... Explosivo de vez em quando, mas Hayun era um demônio quando se tratava de brigar, a mulher literalmente pegou o primeiro copo que viu e jogou no cara. Fui obrigado a me meter pois, logicamente, não era muito justo um homem contra uma mulher. E aquele cara já tinha me tirado do sério há muito tempo.
Então o que eu consegui com a ideia estúpida de entrar naquele pub? Uma ameaça de chamar a polícia para mim e zero atendimento médico... Por minha escolha, claro.
— Eu viro aqui? — Hayun perguntou. Assenti ainda com o rosto doendo. — Dói muito?
— O que você acha? — Resmunguei.
É, eu ainda me sentia no direito de ser grosseiro. Sinceramente, às vezes eu queria me dar uns socos. Hayun também tinha sido atingida, porém no braço, eu queria ver se ela estava machucada, mas ela me afastou garantindo que estava bem.
Finalmente chegamos na minha casa que era um pouco afastada do resto da vizinhança que também era rica. Olhei Hayun discretamente, ela parecia surpresa.
— É uma bela mansão.
— Casa grande, eu prefiro chamar assim.
— Casa grande, pode ser — Ela riu pela primeira vez desde todo o ocorrido. — Você quer ajudar para sair do carro?
Nem percebi que ela tinha destravado as portas, estava perdido na sua risada... Porque ela era engraçada, não que eu achasse atraente ou algo assim. Não estava nesse nível de atração sexual.
Não disse nada apenas saí e escutei os passos da Hayun atrás de mim. Era estranho receber alguém em casa que não fosse o meu chefe.
Abri a porta e deixei ela entrar primeiro. Hayun era bonita de costas, ver seu cabelo me fazia ter vontade de dormir com o rosto nele.
— Sinta-se em casa — Fechei a porta.
— Um pouco difícil... É tudo muito...
— Grande?
— Parado, você vive mesmo aqui ou é casa de férias?
— Geralmente venho para cá no fim do ano, mas resido na Califórnia.
— Eu também!
— Eu sei.
— Claro que sabe — Hayun se virou para mim e sorriu. Fui sorrir e acabei sentindo uma dor aguda na bochecha. — Precisamos tratar você... Onde tem curativos?
— Na cozinha, seguindo aquela porta, você pode ir lá e procurar nos armários?
— Posso, claro.
Agradeci com um aceno de cabeça e fui para o sofá. Sentei e fiquei esperando Hayun voltar. Eu estava abusando da sua boa vontade, mas esperava que ela não se incomodasse com isso, eu só era lesado demais para cuidar disso sozinho.
Senti ela sentar ao meu lado e abri os olhos, nem percebi que os tinha fechado.
— Está muito ruim? — Perguntei ao perceber que ela me analisava.
— O que?
Fiz um esforço para não sorrir. Hayun tinha esses momentos em que me encarava sem pensar coisa alguma, eu já tinha notado diversas vezes somente em uma noite.
— O corte, está feio?
— Não, você não está feio... Digo, o corte, eu vou limpar, posso?
— Por favor — Fechei os olhos novamente.
Ninguém nunca tinha me tocado assim, não sem segundas intenções. Sentir sua mão segurar gentilmente o outro lado do meu rosto e cuidar do machucado, me fez sentir algo estranho, uma sensação inquietante.
Desejei abraçá-la e logo tratei de afastar esses pensamentos... Se bem que não era errado, quer dizer, amigos se abraçam o tempo todo, isso estava dentro dos limites da amizade.
— Eu não sei qual é o nosso nível de amizade, mas preciso dizer uma coisa, Jeonghan.
— Hum? — Resmunguei.
— Você é muito idiota —. Acabei sorrindo e fazendo uma careta. — Pare de sorrir, está com dor.
— Então pare de me fazer sorrir, Yun.
— Yun — Hayun repetiu, sua voz denunciava que estava sorrindo. — Acabei, não está tão mal agora.
— E quanto a você? — Abri os olhos.
Hayun estava malditamente perto, acabei prendendo a respiração devido o constrangimento. Acho que ela sentiu vergonha assim como eu, pois tratou de se afastar e se ocupar em guardar os curativos.
— O que tem eu?
— Seu braço, eu sei que machucou.
— Besteira.
— Tire o casaco, eu quero ver.
— Não precisa.
— Claro que precisa, vamos, Yun.
Ela sorriu e balançou a cabeça. Hayun tirou seu casaco com um pouco de dificuldade. Aparentemente estava doendo mesmo.
Delicadamente subi a manga da sua blusa ao ver que ela não conseguia fazer isso sozinha. Ela estava com um hematoma no braço que provavelmente ficaria roxo mais tarde.
— Eu disse que não era nada.
— Está ficando roxo — Segurei seu braço e passei o polegar por cima do machucado. — Sinto muito, eu deveria ter escutado você.
— Está tudo bem, Jeonghan, eu quis entrar, você não me obrigou apenas pediu... E também você está bem pior que eu.
— Mesmo assim, não gosto de te ver machucada. Eu deveria ter cuidado de você como prometi.
Não me dei conta do quanto eu estava sendo sincero. Não até ouvir Hayun suspirar como se estivesse triste com alguma coisa.
— Não estou — Ela afastou seu braço. — Obrigada por me defender, foi legal.
— Ninguém te defende? Seus amigos?
— Sim, mas eu não gosto muito, sinto que fazem por achar que sou incapaz.
— Mas gostou que eu te defendesse.
— Gostei, agora cala a boca, Jeonghan — Hayun me empurrou brincalhona. — Você já falou merda demais por hoje.
Sorri. Era a primeira vez que eu me sentia realmente ligada com alguém, era apenas eu e Yun, minha nova amiga e talvez até melhor amiga. Eu podia me imaginar jogando conversa fora o dia todo com ela.
Hayun levantou e pegou seu casaco. Eu a olhei confuso, era quase uma hora da madrugada e ela nem tinha vindo de carro. Eu poderia levá-la, mas nem tínhamos aproveitado a noite como queríamos. Eu a tinha buscado às dez da noite, era cedo para encerrar assim.
— Onde você vai?
— Para casa? — Ela sorriu divertida enquanto vestia seu casaco novamente.
— Você não pode ir, mal nos divertimos, preciso recompensá-la — Falei. — Quer comer alguma coisa?
Ainda bem que eu tinha pedido para o mercado entregar alguma comida, caso contrário estaria sem nada para oferecer.
— Está tudo bem, conversamos bastante, foi legal.
Pensei um pouco mais, não queria que ela fosse embora, mas não conseguia pensar em nada que a fizesse ficar.
— Eu te deixo em casa antes das três, vamos ver um filme — Falei de repente.
Ela pareceu pensar, ficou me encarando por uma eternidade... Ou foi o que pareceu para mim.
— Ok, um filme... Divertido — Ela voltou a sentar ao meu lado.
Sorri tentando conter minha alegria por ter mais algumas horas da sua companhia.
— Não faça nada, voltarei com cobertores e pipoca.
Hayun assentiu sorrindo e eu corri para a cozinha para colocar o milho na panela.
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Atualizado até capítulo 86
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