HAYUN
Alguns dias tinham se passado desde que eu passei a madrugada com o senhor JJ, ele era de longe uma das pessoas mais legais que eu já tinha conhecido... E só fazia algumas semana que eu o "conhecia".
Falei com Hana sobre eu me encontrar com JJ no Sábado, no caso hoje, ela concordou em ir comigo então agora estávamos indo para o tal show.
— Não acha estranho? — Minha prima começou as teorias conspiratórias.
— Eu já sou paranóica o suficiente sozinha, por favor, pare.
— Mas é estranho, ele dizer para se encontrarem em um show.
— Acho que ele trabalha lá, ele disse que fica perto do cantor.
— Talvez ele seja segurança do cara, tipo aqueles monstros de dois metros.
Não queria pensar nele assim. Não que fôssemos sair ou algo assim, na verdade eu não fazia ideia do que ia acontecer após trocarmos as malas. Só que escutar a Hana falando assim dele me deixava ansiosa, JJ era mais que uma boa aparência e eu não precisava de nenhuma prova para saber disso.
— Não ligo se ele tiver dois metros.
— Claro que não — Hana me olhou sugestiva.
— Você é nojenta — Eu a olhei feio. — O que quero dizer é que somos apenas amigos.
— Você nem o conhece.
— Eu falei com ele esses dias, lembra?
— Sim, mas para falar da mala... Ou não? — Ela me olhou rapidamente já que estava dirigindo. — Meu Deus, você falou com ele normalmente? Como se fossem amigos?
— Ele me chamou, o que tem de mais?
— Vocês são estranhos.
Talvez fôssemos, quer dizer, qualquer pessoa "normal" devolveria a mala imediatamente ou pelo menos não a abriria. Mas parando para pensar, talvez ele nunca devolvesse minha mala se eu não tivesse entrado em contato.
Eu não tinha certeza disso, mas se ele não podia ir ao aeroporto depois de todas essas semanas, então não iria tão cedo... Provavelmente ele esqueceria essa mala depois de um tempo.
— Não somos, não tem nada de errado conversamos.
— Ele leu seu diário e você o dele, isso é estranho.
— Eu não... —. Hana revirou os olhos. — Ok, eu tenho um diário, mas se ele falar sobre alguma coisa, pelo menos eu posso falar do dele.
— Isso torna tudo melhor.
...***...
Chegamos no estádio depois de quase meia hora de trânsito, JJ disse que deveríamos chegar um pouco mais cedo que o show... Mas acho que deveria ter sido muito mais cedo.
— Como vamos passar essa gente toda? Meu Deus aquele ali não é nem o meio da fila.
— Temos que falar com um segurança.
— Onde tem um? — Hana olhou em volta.
Pedimos licença, mas ninguém ligou. Eu já podia falar com toda certeza que JJ não tinha ideias boas...
— Vamos tentar pelos fundos?
— Tem os fundos?
— Sempre tem, o pessoal que trabalha aí deve entrar por lá.
Fizemos toda a volta e eu estava certa, tinha "os fundos". Felizmente só tinha algumas meninas tentando apelar para entrar.
— Com licença — Hana se meteu no meio e tentou chamar a atenção de um dos seguranças. — Gostaríamos de falar com o senhor JJ.
— E eu quero um aumento — O segurança riu.
— Somos do figurino — Retruquei. — Apenas nos deixe passar.
— Só existe uma pessoa do figurino — Ele me olhou desconfiado. — Me avisaram que uma moça chegaria, qual o seu nome?
— Choi Hayun.
— Pode entrar, mas ela fica.
— Mas ela...
— Escuta, eu não sei o que o senhor Jung está aprontando, mas não posso deixar essa garota entrar — Ele disse seriamente. — Ou você entra sozinha ou não entra ninguém.
— Não gosto disso — Hana me puxou pelo braço.
— Preciso buscar minha mala.
Nós nos afastamos para que o segurança não nos escutasse.
— Foda-se, diga para ele deixar no aeroporto, você não precisa entrar nesse lugar desconhecido.
— Eu preciso.
— Precisa mesmo?
Não, não precisava, eu queria ver o JJ. Não queria admitir isso nem em pensamento, mas era a verdade, eu precisava saber quem era o autor do diário.
— Eu volto rápido, prometo e também eu estou com o meu celular.
— Não confio, você nem sabe que cantor é esse.
— Não vou falar com o cantor.
— Pior ainda.
— Para, JJ não é uma má pessoa, eu sei disso — Eu a confortei. — Não se preocupe comigo, vou buscar a mala e já volto.
— Qualquer coisa...
— Eu ligo.
— Sim — Ela me olhou preocupada. — Não demore.
— Ok, amor, eu volto logo.
Isso a fez rir. Sorri e peguei a mala da sua mão. Me enfiei no meio daquelas garotas novamente.
— Você de novo — O segurança parecia cansado de tanta gente. — Vai facilitar meu dia?
— Vou.
Ele pôs o braço na frente das meninas e me fez passar. Ficou uma gritaria lá fora, ele dizendo que era gente da empresa e as meninas dizendo que eu não tinha crachá. No que eu tinha me metido...
Provavelmente ia ser espancada por uma multidão de adolescentes quando saísse, injustamente porque não fazia ideia de quem era o cantor... Não até entrar.
Não tinha foto dele nem nada disso, mas sua música estava tocando alto... E era boa. O JJ tinha um bom chefe, quer dizer, pelo menos cantava bem.
Eu estava meio perdida, JJ disse para eu procurar o escritório do senhor Sang, seja lá quem fosse, mas eu não conseguia encontrar.
— Ei você! — Uma mulher me parou.
— Sim? — Perguntei confusa.
Tinha sido pega. Eu nem sabia o motivo de estar com medo, mas estava, parecia que eu estava fazendo algo errado. A mulher estava descabelada e usava o uniforme da produção do cantor parecia uma louca que tinha fugido do manicômio... Será que todos os funcionários desse cantor eram explorados?
— O que está fazendo com essa mala? — Ela se aproximou e eu pude ver sua testa levemente descascada de base, sinal que estava sempre a franzindo. Tentei responder, mas ela me parou com um estalar de dedos. Meu Deus, que maluca. — Não importa, o senhor Jung está esperando, sabia? Sala seis, vamos logo, ele precisa comer.
— Onde fica a sala...
— Será que eu tenho que explicar tudo! — Ela quase gritou. — Não sou paga para isso, inferno, vou pedir um aumento.
Eu estava com medo dela surtar do nada e eu precisar chamar um médico ou pior, fazer alguma coisa.
A surtada me levou até a maldita sala seis, estava escrito "Escritório". Ah, então esse é o escritório do senhor Sang... Agora porque eu, aparentemente, deveria levar comida para JJ era um ponto de interrogação na minha cabeça.
Talvez ele estivesse com o cantor, fazia sentido, até porque um cantor famoso não ligaria para um restaurante e simplesmente pediria uma comida em seu nome. Ridículo.
— Obri —. Ela saiu correndo. Literalmente. — ... Gada.
Bati na porta uma, duas, três vezes, nada. Essa mulher estava de piada comigo, ou talvez JJ estivesse. Abri a porta e encontrei um cara de mais ou menos minha idade, sentado em um sofá... Jogando.
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Atualizado até capítulo 86
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