JEONGHAN
Ela foi embora antes que eu criasse coragem para chamá-la para sair, assim, na amizade mesmo. Mas eu era um estúpido tímido... E mentiroso. Quem eu estava tentando enganar? A mulher era completamente gata do jeitinho que eu gostava.
Fechei os olhos tentando lembrar da sua imagem e lamentando não ter pelo menos uma foto ou suas redes sociais para admirá-la. Hayun tinha cabelo castanho que, apesar de estar preso em um rabo de cavalo, com certeza chegava até o meio de suas costas, sua pele era levemente bronzeada, diferente da minha que era sempre pálida, sinal de que ela pegava muito sol californiano. Seus olhos eram castanhos, cílios medianos, bonitos. Seu nariz era arrebitado lhe deixando com um jeito de superioridade, o que contrariava sua personalidade que eu sabia que era doce... Bom, pelo menos era o que meu julgamento pensava. Seus lábios tinham um formato fofo e seu sorriso só me deixava com mais vontade de beijá-los... Sem falar seu corpo que eu não estava em um bom ambiente para pensar no momento. Mas ela era gostosa, completamente. É, eu tinha mesmo prestado muita atenção nela.
Eu estava parcialmente feliz por ter recuperado minha mala, mas estava triste por saber que nunca mais falaria com ela.
Pela primeira vez alguém tinha sido legal comigo sem interesse algum. Eu estava realmente gostando da Hayun (como amigo, claro... E uma leve atração sexual, nada muito diferente), isso era uma droga pois não nos conhecíamos de fato.
— O que é isso? — Senhor Sang chamou minha atenção.
O show tinha acabado fazia alguns minutos, eu estava descansando no camarim que também era a sala dele. Ele segurava uma chave... Na verdade um chaveiro com um... Gato.
Na hora pensei em Hayun, era a única alternativa de qualquer forma. Também além do gato havia uma letra "H", definitivamente era dela.
— É meu — Tratei de pegar logo antes que começasse as perguntas.
— Mesmo? Nunca vi isso.
— Você não repara muito em mim — Desconversei e peguei o chaveiro.
— E esse chaveiro? Pensei que gostasse de cachorros.
— Esse gatinho foi uma fã que deu, não quis ofendê-la então estou usando por uns dias.
Ele assentiu agora já desinteressado no assunto. Agradeci mentalmente meu professor de teatro quando meu chefe iniciou um novo assunto.
Assim que cheguei em casa corri para o notebook e abri o Skype. Esperava que Hayun estivesse online, mas fazia um tempo desde que ela tinha entrado.
Mandei uma mensagem e fui tomar banho. Quase caí dentro do banheiro ao escutar o som de notificação. Terminei de me vestir e voltei para a cama. Ela ainda estava online.
Profa.Choi: Oi JJ.
JJ: Oi, aconteceu uma situação meio maluca... Novamente
Profa.Choi: O que?
Profa.Choi: Hoje não é meu dia, puta que pariu.
JJ: O que houve?
Achei que ela fosse ficar quieta e desconversar, mas quando ela demorou para digitar percebi que tinha me enganado.
Profa.Choi: Perdi minha chave, na verdade não é minha, é da minha tia... Da casa dela. Então eu e minha prima estamos trancadas do lado de fora até ela chegar.
Profa.Choi: Detalhe: Ela tem turnos flexíveis e justo hoje ela está no turno da noite.
JJ: Está brincando? Sério que está na rua esse tempo todo???
Profa.Choi: Na rua não, no carro kkkkkkk
Profa.Choi: Rindo de desespero.
Profa.Choi: Mas tudo bem, você disse oi, quer falar alguma coisa?
Eu queria falar muitas coisas, como "quer sair pra beber?" mas a timidez e a falta de tempo não me permitiam isso.
JJ: Estou com a sua chave, acho que seu bolso rasgou, não sei, mas ela estava no chão do meu camarim.
JJ: Escritório*
Profa.Choi: SÉRIO?
Profa.Choi: Eu sou tão desatenta, que raiva.
Profa.Choi: Tem como eu ir buscar? Ainda está trabalhando?
JJ: Não.
JJ: Posso levar para você, se quiser.
Profa.Choi: Ah
Talvez eu tivesse ido longe demais, pois ela ficou alguns minutos em silêncio.
Para minha surpresa e alegria, ela me mandou um endereço e disse que eu poderia ir agora mesmo (se eu pudesse).
E claro que eu não podia, estava exausto e precisava dormir, mas coloquei mais roupas de frio e fui para o carro, que finalmente tinha chegado senão eu precisaria contatar meu motorista, o que seria um problema.
Mesmo que eu tivesse certo interesse sexual, a parte da solidão falava mais alto, essa era minha segunda chance de fazer um amigo de verdade e eu não iria desperdiçá-la.
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Atualizado até capítulo 86
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