Tomo meu sorvete e fico conversando com Elisabeth. Estávamos sentadas na escadaria dos fundos e o observando Paolo brincar com Brutus. Após uns minutos, resolvemos ir dormir, por conta do horário e todo trabalho do dia seguinte. Paolo, se certifica que esta tudo certo na casa tendo como seu segurança particular Brutus. Elisabeth me dá um abraço maternal, pega o resto de seu sorvete e vai para a casa dos funcionários nos fundos, minutos depois, Paolo passa por mim me dando uns tapinhas nas costas e seguindo para o seu quarto. Fecho a porta e ao me virar vejo Brutus, sentado me observando atentamente.
— Vai dormir comigo Brutus? — Falo fazendo carinho no topo da sua cabeça e recebo um latido de volta. — Vou aceitar isso como um sim.
Subo as escadas, levando comigo uma garrafa de água e biscoitos. Jogo tudo que estava em cima da cama no chão, com preguiça de arrumar e organizar tudo. Olho para as horas no meu celular e era 01:20 da madrugada. Pulo na cama, me ajeito entre os lenções percebendo o quanto a cama era grande. Me viro para o lado, vendo Brutus na caminha dele, levanto um pouco meu corpo e o chamo batendo na cama.
— Vem menino, sobe aqui comigo.
Com uma velocidade quase sobrenatural, Brutus dá um pulo para cima da cama, me acertando com seu corpo pesado no meio do processo. Ele gira, pula, fica fazendo bagunça por alguns minutos até se ajeitar finalmente e se deitar ao meu lado como uma conchinha menor. Logo ele dorme, dando leves roncos, ele parecia tão a vontade ali comigo que parecia ser meu há anos.
Não sei quanto tempo passou, eu ainda não havia conseguido dormir, me estico para fora da cama, resolvo descer as escadas e ir fazer algo para comer na cozinha. Ando no escuro, iluminando o caminho com a luz do celular, ainda não havia me adaptado com arquitetura da casa. Chego na cozinha, vou tateando a parece procurando o interruptor sem sucesso algum. Começo a xingar baixinho, quando do nada, as luzes se acendem, revelando uma figura toda de preto perto de mim, que me faz jogar meu celular novo nele por reflexo.
Por sorte Calab é rápido e pega meu celular evitando que caia e quebre como aconteceu com o anterior. Ele olha para o celular e para mim, o coloca na bancada e se senta com o seu pote de sorvete rindo.
— O que você tem contra aparelhos celulares?
— Foi por reflexo, idiota. — me recomponho do susto e passo a questionar. — O que faz aqui a essa hora?
Calab não responde, apenas levanta seu pote com a colher na boca, fazendo parecer obvio o que estava fazendo ali aquela hora. Dou um tapa em seu ombro, o fazendo rir e se ajeitar de forma descontraindo no banco. Ele tira a jaqueta de couro e joga na bancada, dá um tapinha no banco ao seu lado, fazendo sinal para que eu sente. Pego um copo, me servi de leite e misturo achocolatado e vou para o seu lado sentar.
— Desculpa pelo clima chato. - Fala evitando meu olhar. — Eu e Olivia temos uma história não muito legal.
— Dormiu com ela e sumiu?
— Não.
— Dormiu com a mãe dela?— Pergunto surpresa, deixando minha voz um pouco aguda.
— Quê? Não, o que pensa que eu sou?-Calab se vira indignado, quando eu iria responder ele me corta.-Não responda!
Dou risada, tomo meu leite e brinco com o copo na bancada. Ele me observa atentamente, cada movimento que faço com as minhas mãos, como se ele gravasse cada detalhe do que eu estava fazendo. Me viro para ele que estava encarando seu pote de sorvete novamente, vejo que os seus olhos estavam novamente amarelos. Como se perdesse parte da minha inteligência, solto a pergunta querendo me socar.
— Por que seus olhos ficam amarelos?
— Meus olhos estão amarelos?-Ele me questiona como se o que falasse fosse algo doido.
— Sim, estão amarelos agora, como na primeira vez que te vi.
Ele franze o rosto, como se não entendesse o que estava o falando. Aguardo uma resposta, qualquer coisa, mas ele resolve dar de ombros, ignorando e eu fico na vontade de querer entender como aquilo acontecia. Tento voltar para o assunto da Olivia, sem sucesso, o mesmo resolve me ignorar e ignorar o assunto e focar em seu sorvete. Na tentativa de chamar sua atenção, tomo o resto do conteúdo em meu copo e solto:
— Quero fazer sexo com você em cima dessa bancada.
Calab congela por alguns segundos, como se seu cérebro tentasse descodificar o que acabei de dizer. Ele começa a se virar lentamente para mim, com uma expressão chocada e incrédula. O vejo abrir e fechar a boca várias vezes, procurando por palavras sem sucesso. Logo surge aquele sorriso de canto, seguido de um olhar intenso que fez meu corpo acender como a árvore-de-natal de Nova York. Calab se levanta lentamente, chegando bem perto de mim, permitindo sentir o ar quente de sua boca perto do meu ouvido. Ele passa a mão pelo meu cabelo o jogando para trás deixando meu pescoço amostra. Minha mente flutuava entre o desejo e a luxúria de ter aquele homem.
— Você está com bigode de leite, minha deusa.— Fala sussurrando no pé do meu ouvido.
Incrédula, me viro para ele, que segurava o riso, passou por mim pegando sua jaqueta e começou a andar em direção a saiu. Ele fez de toda a situação um jogo e eu estava perdendo. Giro no banco ficando de frente para sua bunda indo embora e tomo a coragem de uma mulher pistola.
— Parado aí. — Falo limpando a boca.
Ele para e não se mexe mais.
— Vira para mim agora.- falo firme
Calab se vira me olhando profundamente em meus olhos. Os amarelos deram lugar aos olhos negros e ele parecia ver minha alma.
— Vem aqui. — Aponto para perto de mim.
Ele dá passos lentos, como meio que contra sua vontade e para na minha frente encostando em minhas pernas. O silêncio reina, o vejo respirar de forma acelerada e logo o volume indiscreto em sua calça começa a dar sinal. Olho de seu volume aos seus olhos e sorrindo digo.
— Pode ir dormir, só queria ver isso.
Me levanto com um sorriso estampado, ando majestosamente para fora da cozinha e subo as escadas. Chegando no segundo andar, corro para o meu quarto e tranco a porta.
— Anne, você está ficando loucona?
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Atualizado até capítulo 61
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