No reflexo do susto jogo nele a primeiro coisa que estava perto de mim, meu celular. O mesmo desvia com velocidade e olhando em choque como se o que eu tivesse acabado de fazer fosse a coisa mais caótica que ele tivesse visto na vida.
— Você é louca?
— Você não sabe bater na porta?
— Eu estou com uma bandeja nas mãos, sua cega.
— Então como abriu a porta se eu tranquei antes de entrar no banho?
Ele abre e fecha a boca como um peixe procurando as palavras certas. Desistindo de tentar se justificar, Calab coloca a bandeja na mesinha, pega meu celular do chão, dá uma olha e o joga na cama. Ele cruza os braços, deixando mais visível o tamanho de seus bracos e as tatuagens de uma escrita não inglesa ou portuguesa. Ao perceber que eu o observava, ele sorri de canto novamente e dá uns passos para frente, em minha direção.
— Gosta do que vê, deusa?
— Logico que não, meu celular quebrou e eu tô nua com um desconhecido em meu quarto.
Me agarro mais em minha toalha sentindo um fogo tomar conta do meu corpo, seu sorriso fica mais visível, mas seus olhos amarelos de mais cedo, agora eram negros como a noite. Levo alguns segundos para voltar a mim e como um lobo atrás de sua presa, Calab já estava do meu lado.
— NÃO - falo quase como um grito, ele para, mas não sai do lugar.
— Você quer também, eu sei que quer, eu consigo sent…
— Cala a boca. - Ele se cala e fica me observando sem perder o sorriso de canto.
Fico um tempo olhando ele parado, apenas uns centímetros de mim. O olho de cima a baixo e era visível o que ele queria de mim pelo seu volume marcando a calça jeans desbotada. Volto meu olhar para sua cara, fazendo ele ampliar o sorriso com minha cara de panico.
— Para fora, AGORA!
Calab pega um cigarro do bolso, passa a mão pelos cabelos e começa a caminhar em direção a porta. Passa pelo batente e acende o cigarro, ajeitando a roupa e jogando a fumaça para cima. Desacreditada de mim, só consigo sussurrar para mim mesma, “fecha a porta, porra”, como se me ouvisse, Calab dá um passo para trás de volta à porta e a fecha sem nem olhar para dentro do quarto novamente.
Já havia se passado algumas horas desde minha quase transa com um desconhecido motoqueiro. Fico me revirando na cama por um bom tempo pensando naquele cara. Quando finalmente o sono chega, sou tomada pelo sonho mais vivido que tive em tempos…
“Eu estou em meio a uma clareira na floresta, era possível ver o céu noturno estrelado e a lua crescente entre as árvores enormes. O cheiro de grama, musgo e pinho se fazia presente de alguma forma.
— Minha deusa, esperei tanto por você.
Me viro e vejo Calab, com aqueles jeans desbotado, sem camisa, deixando visível suas tatuagens e descalço andando em minha direção.
— Você demorou para vir para mim.
Os olhos azuis me fitavam, esperando alguma resposta minha, uma palavra.
— Onde estou?
— Em casa, finalmente!
— Essa não é minha casa.
— Costumava ser minha deusa. - Os olhos azuis perdem lugar para os amarelos.
Ele anda em volta de mim, me observando, avaliando, como se esperasse a oportunidade para me atacar. Com certeza ele parecia um lobo preste a me devorar.
— O que você quer?
— Você
— Eu não sou nada sua
— Não, eu sou seu, de lua a lua, de corpo e alma.”
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Vivi
Será que são companheiros
2023-09-07
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