A cidade de Lounerse - Parte 12

Parte 12: 

Ao atravessar a porta, seu corpo, por si só, voltou a assumir uma postura de um cachorro acuado. Andando pela cidade, ele percebeu uma coisa; aquilo que ele havia imaginado que estava resolvido, parecia ter piorado. Em vez de uma pequena multidão, agora toda a cidade de Lounerse estava os observando. Millya ainda o puxava pelo cotovelo e não parava de tagarelar, enquanto Amai começava a se sentir apavorado.

“Como alguém muda de personalidade tão rápido?”

Apesar do desconforto que as pessoas da cidade causavam nele devido aos olhares, Amai sentia um outro tipo de incômodo sempre que pensava em repreender Millya por aquela atitude. Ela estava radiante de felicidade e ele estava adorando vê-la assim.

"Você quer fazer algo antes de irmos para a guilda?" Millya perguntou, quebrando o silêncio que já estava incomodando a ambos. Amai agradeceu mentalmente por ela fazer isso.

"Eu preciso comprar roupas novas. Especialmente uma capa." Ele respondeu.

Millya olhou para ele com um sorriso irônico no rosto.

"Eu não entendo por que você quer tanto se esconder, mas tudo bem... Conheço uma ótima loja. Foi lá que pedi para consertar minha capa rasgada. As roupas são usadas, mas todas estão em ótimas condições e são baratas".

"Está bom para mim. Depois disso, podemos procurar uma missão." Millya deu dois pulinhos animados e puxou Amai mais rapidamente pelo braço em direção à fonte no centro da cidade. Se ela fosse mais forte fisicamente, ele estaria sendo arrastado pelo chão.

...☫...

"Você é bem famosa aqui, né? Ninguém consegue passar por nós sem dar uma olhadinha." Amai disse, quebrando o silêncio que piorava a sensação dele com todos os olhares. Algumas crianças estavam se divertindo na fonte que estava próxima. Millya suspirou.

 "É complicado não ser reconhecida quando fiquei presa na cidade por 280 dias seguidos, ajudando todos com qualquer tipo de problema."

Ao ouvir a resposta, Amai parou abruptamente.

"Mas você não disse que ficou presa por mais de 1 ano?"

Millya parou também e olhou para ele, com o rosto um pouco curvado.

"Sim, 1 ano e 2 meses, especificamente."

"Espera, espera! Quantos dias tem um ano aqui?"

Ela riu, mas notando que ele estava sério, respondeu: "240... Não me diga que no seu mundo era diferente."

Amai caminhou apressado, e Millya o acompanhou, segurando seu braço, enquanto sentavam juntos na fonte.

"Bem, sim. Espera, preciso fazer uma conta... Se eu tenho 17 anos e na Terra um ano tem 365 dias... Droga, é muito complicado. Map, você poderia fazer para mim?"  A voz de MAP foi ouvida por ambos quando ela respondeu afirmativamente, e começou a ditar os cálculos.

『 No seu antigo mundo os anos são compostos por 365 dias e você viveu lá por 17 anos. Convertendo sua idade para o mundo de Oires… 365 dias vezes 17 anos \= 6.205 dias. 6.205 dias da terra dividido por 240 dias que é um ano em Oires… Sua idade atual é cerca de 25 anos. 』

Amai riu, e seu riso ecoou pela praça da fonte. Como a atenção já estava voltada para os dois, ele não teve mais trabalho.

"Com uma única frase sua, acabei de envelhecer 8 anos", ele, que pensava ter 2 anos a menos que Millya, acabou de perceber que já poderia ser preso. Se bem que ser preso era algo banal nesse mundo onde tartarugas cuspiam bolas de água capazes de destruir arvores.

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...Conquista desbloqueada — Velho...

...Pontos extras — Inteligência +1...

...↭...

"E ainda ganho essa merda de conquista?"

Amai deixou escapar um suspiro desanimado.

“Nossa!” Millya abriu um sorriso surpresa "Se é assim, quantos anos teria se fosse enviada para o seu mundo? Map, pode me dizer.”

『 Bem, basta você considerar —』

“Não! Não! Nem pense em dizer MAP! Finja que deu pane é suma daqui, pelo meu bem mental.”

Amai percebeu que a conta era simples agora que já sabia a diferença e, por isso, decidiu pelo seu bem que algo assim não fosse dito. Então ordenou mentalmente para que a Map não respondesse aquela pergunta.

“Se em Roma devemos fazer como os romanos. Em Oires devemos fazer como os Oireanos, e aqui eu tenho 25 e Millya 19 e só isso que importa.”

Map, com a desculpa de dados acumulados, escapou da pergunta de Millya e não se manifestou mais. Millya logo esqueceu daquilo, Só o fato de Amai ser mais velho que ela já era uma boa descoberta.

Levantaram-se da fonte a contragosto, pois o dia estava quente e, diferente do restante da cidade, ali era bastante fresco.

"Quando uma pessoa fica responsável por si mesma nesse mundo, Lya?” Perguntou amai enquanto voltavam a caminhar

Ao ouvir Amai a chamando por seu apelido, os olhos de Millya brilharam e as bochechas ficaram coradas. Mas ela não o deixou perceber, virando o rosto para o lado oposto ao dele.

“B… Bem. Quando precisa, a pessoa deve vira-se sozinha." as palavras de Millya titubearam "Mas algo mais 'oficial' seria quando ela puder se registrar em uma guilda, ou seja, aos 14 anos. Eu mesmo me registrei na guilda assim que completei 14 anos.”

"E quando você pode comprar bebida. Por exemplo." A voz de amai soava monótona e seu olhar estava indiferente olhando o caminho que pegaram, a Sétima Rua.

"A partir do momento que você souber segurar o copo e tiver dinheiro, ninguém vai se queixar.”

Amai ficou incomodado e decidiu ficar em silêncio. Caminharam por alguns minutos até chegarem a uma loja que não se destacava das outras, exceto pelo símbolo esculpido na placa de madeira pendurada na porta: uma tesoura e uma régua.

A rua estava relativamente movimentada. Um homem alto, com cerca de 1,80 m de altura e pele bronzeada, estava apoiado na porta. Seu corpo bem definido era exibido por uma camiseta peculiar sem mangas e com um corte entre o peito e a barriga. Ele usava shorts de couro semelhantes aos de Millya, mas o que mais chamou a atenção foram as manchas pretas em seus braços. As manchas eram assimétricas e pareciam se mover.

O homem girava uma tesoura nos dedos e parou quando viu Millya e Amai, afastando-se da porta e ficando na entrada. Millya soltou Amai e estranhamente deu um passo para o lado. Amai encarou o homem, que colocou uma mão na cintura e outra na boca.

"AÍ, MINHA DEUSA CYRELA! QUEM É ESSE GATO!?!?!” Disse o homem em um quase grito.

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Comments

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Ela tira a pad de Amai.

2023-02-27

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boa, kkk

2023-02-27

0

komiLover

komiLover

Aaaaa, eu entendi a referência '-'

2023-02-27

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