Capítulo 17

Na manhã seguinte, Helena despertou nas primeiras horas da manhã como fazia sempre que iria preparar tudo para começar o seu dia corriqueiro. Parece que tudo era novo para ela, mas ainda assim, ela sentia-se em paz para um novo recomeço e agora determinada a seguir em frente na sua vingança contra todos e principalmente, descobrir quem fora de fato o responsável por sua prisão.

Vestida em um conjunto de moletom preto, ela estava focada em iniciar os seus exercícios para fortalecer o seu corpo já que, Leonardo na noite anterior, lhe contou algumas coisas antes que ela pudesse descansar no seu quarto após a conversa com Danilo.

Ao se aproximar da mesa de jantar, Helena se surpreende por encontrar todos a mesa com exceção dela e da sua filha, todos estavam tomando os seus cafés da manhã.

O olhar ardente de Danilo pairou sobre ela, que lhe deixou com o seu corpo em chamas. O desvio do seu olhar, só fora perceptível por ele que leva a sua xicara aos seus lábios como se nada tivesse acontecido, mas feliz por saber que arranca daquela mulher sensações das quais ele também sente. Servindo-se de um café com um fio de leite e uma torrada com geleia de morango, os cumprimenta.

- Bom dia a todos!

- Bom dia filha, está bem cedo de pé. – Leonardo estava atento a sua filha e suas expressões. Não esperava que ela levasse mesmo a sério o que pretendia.

Sentia -se orgulhoso por ela estar empenhada, sabia que ela queria treinar e não iria se opor. Ela precisava ser mais forte e destemida do que já mostrou ser.

- Sim pai, hoje irei começar os treinos e em um mês, quero uma festa para apresentação oficial da sua filha para a cúpula.

Não percebeu que o chamou de pai, foi natural aquelas palavras proferidas, mas que para ele teve um forte significado e contentamento. Os seus olhos marejaram. Era muito emocionante para ele esse momento que esperou por tanto tempo.

Por mais que Danilo quisesse participar dos treinos daquela que seria a sua esposa em breve, ele não podia, o dever o chamava. Levantando-se e ajeitando o seu terno alinhado e sob medida, ele se despede de todos à mesa, mas com um olhar penetrante lançado sob Helena.

- Bem, adoraria acompanha-la até o seu treino, mas preciso ir resolver algo importante.

Um sorriso de canto de boca, anunciava que seriam novos tempos naquela casa. Mesmo intrigada e curiosa para saber o que se trata, pois, aquele homem pareceu um tanto misterioso, continuou a degustar o seu café em paz.

- Vá meu filho, eu ajudarei a Helena enquanto o meu compadre o acompanha.

Alonso se mostrou solícito, mas na verdade, ele não só queria ajudar a sua futura nora, mas para que ele pudesse desfrutar da companhia de Josefa que aguardava ansiosamente para que a mesma logo chegasse.

Helena sabia bem aquela boa vontade súbita, para ela, era algo muito bom e empolgante. Ela torcia muito por aquela que nesse um ano longe da sua filha, foi o seu apoio e ponte para manter o contato que pôde na prisão.

Leonardo, ainda emocionado, segue em direção a sua filha e deposita um beijo tenro na sua testa. Ambos, seguem para o carro e de lá, partem para o presídio.

Após o término do seu café, Helena segue até o local de treinamento dentro da própria propriedade. Ela encontra com Cleris, um dos braços direitos do seu pai e que comanda os soldados da máfia e que já foi apresentada pelo mesmo na noite anterior.

- Bom dia senhora. Preparada para mais uma etapa da sua vida?

- Sim Cleris. Peço que não pegue leve, já que teremos que me deixar pronta em um mês.

Um balançar de cabeça somente, foi o aval de que concordava com o que ela pedia. Os dois, iniciaram o treinamento no tatame.

...~~~~...

Durante o percurso em que estavam a caminho do presidio, Danilo e Leonardo conversavam a respeito da decisão de Helena, ambos pareciam bem preocupados com o que estivesse por vir, já que não sabem ao certo quem quer de fato prejudica-la assim.

Eles nem percebem o tempo passar e logo já estavam no estacionamento. Ambos se dirigem passando por todos os trâmites para se encontrarem com o diretor. Hoje, eles levariam Nicole para fora daquele lugar.

Mais uma vez, Danilo Ritchele, conseguiu ganhar mais um caso.

- Doutor Ritchele, vejo que está muito familiarizado no meu presidio. Ao que devo a honra? – O sorriso é estampado nas suas bochechas rechonchudas. Ele estende a sua mão em cumprimento.

A cordialidade, imperava entre eles e o mesmo, aproveitou para apresentar quem o diretor queria muito conhecer. Para ele foi como ganhar um prêmio na loteria.

Depois das apresentações, Danilo apresentou-lhe o que ele veio fazer ali, para a sua surpresa, Nicole foi considerada inocente das acusações feitas pelo seu cafetão e implantação das drogas para incriminá-la.

- Pelo que vejo aqui, ela realmente é inocente. Vou pedir a Rebeca para chama-la.

Enquanto o diretor ligava para o lote em que Rebeca estava fazendo a sua ronda, Leonardo e Danilo se entreolham e sorriem. Finalmente, a sua menina sairia logo dali assim, como a sua doce Helena.

Ao receber aquela ligação, Rebeca já tinha uma leve impressão do que se tratava e estava imensamente feliz por mais uma das mulheres que estavam ali comprovarem a sua inocência.

Imediatamente, ela vai até a cela de Nicole a encontrando cabisbaixa e pensativa.

- Nicole, o diretor quer te ver. - Abrindo a cela, ela lhe fala as palavras que fazem dela erguer o seu olhar.

A esperança se acendeu no seu coração e o brilho no olhar voltara a surgir nos seus olhos castanhos. Num pulo, ela já estava de pé caminhando em direção a grade que já estava aberta.

Com um sorriso largo, ela segue Rebeca até o pavilhão em que a sala do diretor se encontra. Após duas batidas na porta, uma voz grossa lhe manda entrar. Rebeca abre espaço e a mesma segue nervosa, sentindo as suas mãos suando, a garganta seca, mas a alegria no coração acelerado de poder sair daquele inferno.

- Nicole, se aproxime. Temos novidades muito boas para você.

Olhando em direção a cadeira vaga, ela caminha sentindo as pernas trêmulas. Ao sentar-se, o seu olhar segue até os dois homens importantes por sua inocência comprovada sorrindo para ela. O ar que parecia preso nos seus pulmões, são soltos de uma só vez pelo alívio que ela sentira naquele momento.

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