Capítulo 20

Após a agradável conversa entre as irmãs, tudo o que Nicole queria agora era um banho e uma deliciosa refeição. Helena, separou uma peça de roupas do seu armário já que ambas tem o mesmo corpo e estatura.

Helena sabia bem do que Nicole se referia ao demorar no banho, quando se está num lugar como o presídio, tudo o que mais quer no primeiro momento de liberdade, não é só ver o que há de novo na rua, mas sim de pequenas coisas que se possam fazer para que sejam valorizadas ao extremo.

A liberdade é o refúgio, mas ao mesmo tempo alento. Se antes não era valorizado as pequenas coisas que a liberdade pode proporcionar, hoje para aquelas duas que mesmo não tendo feito nada errado a não ser confiar nas pessoas erradas, que era um dias maiores afincos para amarem cada momento livres.

Após o tempo que passou -se naquele imenso banheiro da sua irmã, Nicole sai pronta e as duas seguem de braços dados até o andar de baixo para que Helena possa apresenta-la para a sua adorada filha.

Chegaram de encontro aos homens sentados no imenso sofá daquela sala fumando charutos, para desagrado de ambas, mas precisamente de Helena que não suportava o cheiro é não queria que a sua filha se tornasse uma fumante passiva por conta das baforadas em que cuspia as fumaças parecendo chaminés.

Leonardo, foi o primeiro a notar a presença das mulheres e com isso, os seus olhos percorreram para o rosto da sua filha mais nova que olhava tudo aquilo com olhos de desgosto e reprimenda. Helena não deixava de manifestar a sua repulsa por aquele mau cheiro e por ser algo não só prejudicial para quem fuma, mas para quem aspira aquela fumaça.

Sem graça, ele apaga o seu charuto e os demais, vendo a sua reação e olhando em direção às meninas que estavam com os braços cruzados e um semblante nada agradável, trataram de fazer o mesmo.

Quando Helena pensou em perguntar onde estava a sua filha e Josefa, chegou a abrir a boca, mas logo foi silenciada por um mini furacão que adentrava pelo cômodo correndo e Josefa logo atrás ofega.

Ao ver a sua mãe, a menina se joga nos seus braços. Pegando-a no seu colo, os olhos curiosos daquela menina se direcionam a Nicole que está ao lado da sua mãe a olhando atentamente com os olhos turvos pelas lágrimas.

- Acordou minha princesa. Aposto que estava aprontando lá fora! – O sorriso e a voz doce da sua mãe, atrai a sua atenção.

- Não estava aprontando mamãe. Estava brincando...

Fazendo beicinho, arrancou risos de todos que escutavam a conversa daquela garotinha que parecia uma adulta ao responder a sua mãe se justificando.

- Mamãe, quem é ela? – O seu dedinho é apontado na direção de Nicole que engole em seco por não esperar tamanha reação daquela menina.

Na verdade, Nicole esperava que ela fosse curiosa e quisesse saber quem era ela, mas o fato, que ela não estava preparada para aquilo.

- Ela é a Nicole, a sua tia. – Helena responde a sua filha olhando em direção a irmã que está com os olhos marejados de emoção.

- Olá tia Nic. Eu sou a Júlia. – Um sorriso angelical é direcionado aquela mulher.

Imediatamente, ela se aproxima da sua sobrinha e a menina se joga no colo da tia e se abraçam ternamente.

Gesticulando para o seu pai, Helena se afasta da sua irmã e filha as deixando naquele abraço para que se conheçam e se deem bem. Enquanto isso, ela caminha até o escritório que não demora muito, o seu pai já estava logo atrás.

- Filha, o que foi? – Ele demonstra estar preocupado.

- Quero que a Nicole também faça parte dos meus planos e que ela também treine comigo para que estejamos preparadas para dentro de 30 dias, tudo começar a ser executado.

Antes que ele possa responder, a poeta se abre revelando Danilo com um olhar enigmático e sua aura dominadora exalando a cada passo que dá na direção deles.

- Lena, preciso avisar que a sua vingança já começará logo. Consegui que dentro de uma semana, vamos ao for um e lá, a audiência do divórcio será feita. (Pausa e olhar para o seu relógio dourado). – E, nesses exatos minutos, o seu até então marido está recebendo a intimação.

Ao olhar na sua direção para ver a sua reação, sentiu -se feliz por ver a indiferença no seu olhar e voz.

- Ótimo. Pelo menos a primeira notícia. Mas, quero pedir a vocês que me ajudem começando a partir de agora, quem está por trás disso tudo para me incriminar. Sei que não foi o Ravi e posso garantir que não seja ele, mas antes que pensem que estou o defendendo por questões de sentimentos, mas não. Estou sendo justa. Ele é burro demais para tal feito.

...~~~~~

...

No aeroporto de Ontário, na parte reservada aos jatinhos, uma aeronave acaba de pousar revelando quem tanto está querendo se vingar de Helena Mitchel. Aquele que fora responsável por tudo de ruim que lhe aconteceu até agora.

Tirado dos seus pensamentos, o seu lacaio lhe avisa.

- Senhor, o motorista já o aguarda. – Ao falar, abaixa a cabeça o reverenciando.

Fechando os botões do seu terno azul marinho, o homem coloca o seus óculos escuro e caminha elegantemente até a escada da sua aeronave preta com aquele símbolo do tridente em chamas dourado impresso na lataria.

A porta detrás do carro que o aguardava é aberta pelo motorista que estava o esperando. Um aceno de cabeça é dado por ambos.

Olhando pela janela, ele murmura em pensamentos todo o seu desejo latente.

“Ah Helena Mitchel, maldita a hora que cruzou o meu caminho. Agora pagará por tudo o que me fez".

Um sorriso de escárnio brota nos lábios daquele que jurou fazer com que Helena tivesse o pior momento da sua vida.

O seu assistente sentado do lado do motorista, olhava de relance pelo espelho lateral do carro em direção ao seu chefe percebendo o quanto aquela mágoa e vingança sem sentido para aquela mulher que não tem culpa de nada, lhe traria algo que ele não esperava estar a sentir, mas que o seu assistente já percebeu, ele estava se apaixonando por ela e com isso, criando uma obsessão.

^^^Continua...^^^

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