Um mês se passou desde o ocorrido, e Beatrice está num estado ainda pior. Ela não sai mais para nada do quarto, e sempre fica na janela, na esperança de que a sua esposa apareça por lá viva, e com saúde, dando aquele seu sorriso de criança, que enchia o coração de Beatrice de felicidade.
Betina bate na porta do quarto da filha, na tentativa de conversar com a moça, que ignora as batidas na porta e a voz da sua mãe chamando por ela. Ela sai da janela e se deita na cama, se lembrando da última vez que esteve com a sua mulher. As memórias mais uma vez estão vindo á tona. Memórias de cada momento vivido com Carmela, desde o primeiro dia em que a viu.
Betina volta triste para a sala, onde todos estão reunidos em silêncio...
— Ela não quis sair de novo? — Antony segue a mãe com o olhar.
— Não, filho. Na verdade, ela nem sequer me respondeu, como sempre — ela enxuga as lágrimas.
— É de partir o coração vê-la desse jeito. As duas se amavam muito. A Carmela foi um ser de luz, é não merecia esse fim trágico. Seria maravilhoso de tudo isso fosse um terrível pesadelo — Laysa diz de cabeça baixa.
Nesse momento, Thayssa entre em casa chorando, com o celular na mão, sem conseguir falar. O sorriso no rosto dela acabou confundindo a todos, até que ela começa a falar...
— A CARMELA ESTÁ VIVA!
— Viva? Não brinca com isso, Thayssa — o marido a repreende.
— Antony, eu não estou brincando! A CARMELA ESTÁ VIVA! ELA ESTÁ VIVA!
— Como? Onde?!
— L... ligaram para cá. A Elaine atendeu, e era uma senhora, afirmando que a Carmela está viva, que havia a ajudado, que a encontrou numa cidade próxima daqui. Eu duvidei, achei que era um trote, uma brincadeira de muito mau gosto de alguém, e pensei até em xingar a mulher, mas ela disse que poderia me provar que ela estava viva, foi quando ela me fez uma chamada de vídeo e me mostrou a Carmela. Ela está desacordada, num pequeno hospital, mas está bem, está viva, é ela sim! — ela abre o print da chamada — vejam!
Todos olham a foto sem acreditar. Laysa abraça o filho e cai de joelhos chorando, e assim, todos começam a chorar e a agradecer a Deus por Carmela estar viva. Eles retornam a chamada para a mulher que logo atende e passa o endereço com calma de onde estão. Todos pensam em falar com Beatrice, mas decidem fazer uma surpresa para ela. Mauro e Antony vão até a cidade indicada, que fica há poucas horas dali, e logo encontram a senhora franzina, e magra, de cabelos brancos já aparentes, que assim que os vêem indo na sua direção, deduzem ser as pessoas que lhe disseram que iriam a seu encontro.
— A senhora deve ser a Judith, não é?
— Sim, senhor. Sou eu mesma!
— Muito prazer, Judith. Sou o Mauro, e esse, o meu filho Antony. Como foi que a senhora encontrou a Carmela?
Flashback on...
Um casal estava andando na beira da estrada ainda de madrugada. Eles estavam indo em direção a um cafezal onde trabalham por temporadas, para mais um longo dia de trabalho, até que um carro preto passa desgovernado por eles, fazendo o homem puxar de vez a sua esposa para o acostamento, impedindo que ela fosse atingida. Pelos vidros traseiros do carro, foi possível ver duas pessoas brigando pelo controle do veículo, o que fez com que ele capotasse barreira abaixo.
— Valha, minha Nossa Senhora! — a mulher grita, colocando as mãos na cabeça.
— Vamos lá ajudar, Judith. Talvez dá para salvar o pessoal...
O homem chama a esposa, e os dois descem para tentar ajudar. Assim que eles se aproximam do carro, notam que somente uma pessoa estava dentro dela, e tentam tirar a mulher que estava no banco do condutor, mas além de desacordada, ela estava presa entre as ferragens do veículo.
— Homem, sai daí! Corre, esse carro vai explodir — a mulher grita correndo, puxando o homem pelo braço, que junto com ela, tentavam tirar a mulher do veículo.
Assim que eles alcançam uma distância considerável, eles ouvem uma grande explosão e logo se abaixam. Assim que passa, o carro começa a pegar fogo, e eles saem a procura da segunda pessoa que eles tinham certeza que estavam no carro, até que por fim, encontram a mulher a alguns metros de distância. Ela estava de barriga para baixo e desacordada.
— Ela está morta? — a senhora pergunta, enquanto o marido vira a moça que estava bastante machucada pelo acidente e ferimentos antigos.
— Não, ela está viva. Rápido, temos que leva-lá a um hospital!
Não demora muito, e eles conseguem parar alguém na rodovia e pedir ajuda. A moça é encaminhada para o hospital, mas como estava sem documentos e bem machucada, a sua identificação ficou impossível, até que Estrela, afilhada do casal entra no pequeno hospital, e mostra para eles uma matéria onde relatava o desaparecimento de uma mulher que era identifica a que eles encontraram...
— Madrinha, essa mulher da matéria se chama Carmélia Botelho Beltrán. Ela está desaparecida há um mês, e já foi dada como morta — a moça, que aparenta ter no minino quinze anos olha para a madrinha.
— É o que dizem, mas ela está vivinha. Essa mulher da foto é a mesma que salvamos! Precisamos avisar a família.
— Aqui tem um número pra contato!
Flashback off...
— Moça, muito obrigado por tudo que fez pela minha nora. Todos nós estávamos angustiados, numa dor sem fim, acreditando que ela estava realmente morta— Mauro agradece a moça, e logo vão conversar com o médico, responsável pelo atendimento da moça.
— São parentes da moça que deu entrada sem identificação? — o médico de meia idade aparece com uma prancheta em mãos.
— Somos sim. Como ela está, doutor?
— A paciente está desacordada ainda devido ao nível de desistratação e uma anemia muito forte. Ela já foi medicada e está descansando. Ela não teve nenhum trauma na cabeça. Felizmente, o problema mais grade é uma fratura na perna esquerda e em duas costelas, que com o repouso adequado, se recuperará rapidinho. Essa moça teve muita sorte. Ela estava muito machucada, e os ferimentos não eram somente causados pelo acidente.
— Realmente, doutor. Ela estava desaparecida há algum tempo. Não sabíamos nada, até descobrirmos que possívelmente o corpo boiando num rio seria o dela, até que recebemos a notícia de que ela estaria aqui.
Eles conversam um pouco mais com o médico, até que ele os autorizam a ver Carmela. Ela ainda está desacordada e com muitos machucados. Mauro liga para casa, e confirma para a família que sim, Carmela está viva, e está bem, e todos logo festejam.
Agora, a pergunta que não quer calar, é: se Carmela está viva, de quem é o corpo que estava boiando? Por que usava a pulseira dela? E quem é a mulher que estava no carro juntamente com ela?
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Atualizado até capítulo 24
Comments
Maria Daguia
MUITO BOA A PERGUNTA...🤔🤔🤔
2024-08-17
2
Maria Daguia
GRAÇAS A DEUS, GENTE!!! QUE SUSTO DA PORRA!!!!!!🙌🙌🙌🙌🙌
2024-08-17
0
Ray Silva
ISSOOOO AÍÍÍÍÍ CARALHOOOOOO😃😃😃😃
2023-08-02
5