Capítulo 11

Chega por fim a hora do almoço, e a velha senhora então acorda e vai para a mesa onde todos estão e abre um largo sorriso ao ver Carmela.

— Quer dizer que você é a minha nova neta? — Ela caminha até Carmela, que se levanta.

— Sim, senhora! Sou eu mesma. — Carmela sorri e a mulher a abraça.

— É um enorme prazer, querida! Mau pude acreditar quando a minha filha me contou á novidade. Seja muito bem-vinda á família, querida! E qualquer coisa que a Beatrice fizer, pode falar diretamente com a vovó, que eu puxo as orelhas dela. — A velha sombra diz, olhando seriamente para Beatrice, que engole em seco enquanto os outros dão risada.

— Por que todo mundo tenta queimar o meu filme diante da minha mulher? — Beatrice cruza os braços.

— Filha, o seu filme você mesma queimou logo no dia do casamento de vocês! — Betina diz e dá uma boa mordida no pão.

— Como é a história? — Mauro olha para a esposa.

— Está tudo bem agora. Aquela fase já passou e isso é o que importa! — Carmela tenta contornar a situação e a velha senhora olha de forma ameaçadora para a neta.

— Espero que a Beatrice agora tome jeito, que se comporte. Ou, apresento uma neta de uma amiga á Carmela.

— Vovó! Com uma vó dessas, quem precisa de inimiga?

— Estou falando muito sério, Beatrice. Ou anda na linha, ou perde a mulher.

Todos dão risada de Beatrice e de suas caras e bocas.

O almoço corre tranquilo, e o clima é de harmonia. Assim que terminam de almoçar, Beatrice decide levar Carmela para conhecer um pouco da fazenda, e mostra para ela cada cantinho, que faz com que ela dê um sorriso largo a cada instante e com um brilho no olhar.

— Aqui é de fato muito lindo . — Carmela olha para os bezerros no pasto.

— Sim, amor. De fato é o lugar perfeito para a nossa lua de mel.

— Sim, amor. E eu estou amando cada detalhe. Obrigada por isso.

Beatrice abre um largo sorriso e começa um beijo lento, passando a mão em volta da cintura da sua esposa, que sorri durante o beijo após sentir um serzinho pedindo por carinho.

— Olha só, que coisinha mais linda! — ela se abaixa e passa a mão no gato, que logo é reconhecido por Beatrice.

— Moranguinho, sua sapeca! O que faz aqui, hein? Onde está a sua dona? — Ela pega a gatinha no colo e logo se ouve uma voz feminina.

— Moranguinho, sua fujona! Volta aqui! — A moça se aproxima e ao reconhecer Beatrice, se joga nos braços dela, e Beatrice á abraça.

— Beatrice, que saudade! Há quanto tempo não lhe vejo? Você sumiu. — A ruiva se insinua para Beatrice, estando com uma saia bem curta, e um croped marrado até os seios, e botas.

— Oi, Jennifer. É a correria, sabe? Me falta tempo. Mas, vou ficar por aqui um bom tempo!

— Que ótimo. E o que vai fazer por aqui?

— Passar um tempo com a minha vó.

Nesse momento, Carmela se afasta de Beatrice sem olhar para trás. Ela anda apressadamente, entrando em casa e fechando a porta.

Assim que Beatrice percebe a burrada que fez, tenta correr atrás dela, mas é segurada pela ruiva que á impede.

— O que acha de darmos uma volta? O pessoal lá em casa vai gostar de lhe ver. A tia Ruth está aqui também.

Beatrice força um sorriso e aceita ir até a propriedade de Jennifer, e as horas vão passando, até que ela volta no cair da noite.

Assim que ela entra em casa, ela logo vê a sua mãe na sala, de braços cruzados e batendo o pé.

— EU POSSO SABER ONDE É QUE VOCÊ EM ESTAVA?

— Eu...

— Você está cheirando a álcool e a putå barata! COMO OUSA FAZER ISSO?

— Mãe, me escuta... Eu não trai a Carmela, se é isso que está pensando. Eu sai sim para a casa da Jennifer, mas não fiquei com ela, nem com ninguém. Fiquei conversando com a família dela, que está quase toda por aqui e perdi a hora. Foi somente isso. Sobre o perfume, deve ter sido na hora em que a Jennifer me abraçou.

— Não, ela não lhe abraçou. Ela se jogou quase nua em cima de você, sem se importar com quem estava do seu lado. Você nem sequer olhou para a Carmela. Você não tem vergonha não? Depois de tudo que você fez a Carmela passar. Depois, de ela ter que aguentar a Alexandra, agora ela terá que aguentar a Jennifer? Palhaça, irresponsável! — Beatrice abaixa a cabeça.

— O-onde ela está?

— No quarto. A Zefa preparou um quarto para ela e já levaram todas as coisas.

— Outro quarto?

— Sim!

— E qual é?

— Nem pense nisso. Você não vai bater no quarto dela. Deixa ela quietinha, ela precisa ficar sozinha na dela. O seu pai já está preparando os papéis.

— Quais papéis?

— Do divórcio! — Betina fuzila a filha com os olhos e sai andando.

Beatrice entra em desespero, e começa a procurar por todos os quartos da casa, até que encontra um que está trancado.

Ela bate insistentemente, mas acaba desistindo. Ela volta para o quarto, toma um banho e volta novamente para o quarto, e bate na porta, e então, Carmela abre.

— O que você quer?

— Quero... falar com você.

— Pode dizer. — Carmela se apoia na porta.

— Eu... posso entrar, por favor?

— Entra. — Carmela dá passagem.

Beatrice se senta na cama de frente para Carmela e a olha nos olhos...

— Carmela, eu...

— Beatrice, eu entendo que a sua vida é cercada de mulheres, que são loucas por você, que sempre terá alguma a cada passo que você der. O nosso casamento não foi escolha nossa, e eu entendo que tenha a sua vida. Por isso, deixo o caminho livre e o seu status de solteira. O caminho está livre para que faça sua escolha. O advogado logo falará com você.

— Como assim? — Beatrice sente um nó na garganta.

— Beatrice, eu era obrigada a assistir seus momentos pré sexo com a Alexandra, e eu perdoe isso. Eu quis tentar um relacionamento real. Viemos para essa fazenda para curtimos a nossa lua de mel, e quando aquela mulher lhe perguntou o que você fazia aqui, você não citou a mim, nem nosso casamento,nem nada. E, ainda permitiu que ela se jogasse nos teus braços com tanta intimidade, e passou o dia inteiro fora. Queria que eu lhe recebesse como? Com um sorriso no rosto? Não quero que passe como mentirosa. Por isso, assine os papéis do divórcio. Veio somente para cuidar da sua vó. Então, cuide dela. Boa noite! — Ela abre a porta e enxuga as lágrimas.

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