Capítulo 18

O dia corre bem, até que chega a hora da festa surpresa de Bete. Carmela decide usar um vestido preto coladinho no corpo, com uma manga única. Ela coloca um salto prata todo cravejado, dando um charme ao look. Ela prende os cabelos num rabo de cavalo, e está usando uma maquiagem leve. Beatrice por sua vez, optou por uma vestido até os joelhos também, vermelho, de alcinhas, colado no corpo, num salto baixinho, com uma maquiagem básica, voltando a usar ó seu piercing na boca.

— Você está uma delícia — Beatrice da um tapa no bumbum de Carmela, que está inclinada para frente, colocando os seus brincos.

— AMOR! — Carmela ri e se vira para ela — você também está uma delícia. Está maravilhosa!

Ela dá um beijo na esposa, e termina de colocar os brincos e as duas vão para a sala. Assim que chegam, logo se preparam para a fazer a surpresa e Bete se emociona, e agradece a cada um.

Quando Carmela está sentada no sofá, quando Thayssa senta ao seu lado.

— Eu fico feliz que a Beatrice tenha seguido o meu conselho— ela sorri, olhando para a frente.

— Como?

— Naquela noite, eu quem aconselhei a Beatrice a ir atrás de você e conversar contigo. Até ameacei me separar do meu marido e fugir com você para uma ilha — ela dá risada e estende a mão para Carmela — prazer, sou a Thayssa. Sou a esposa do Antony, irmão da Beatrice. Nós nos vimos naquele dia, mas não nos falamos direito.

— Me lembro de você — Carmela sorri e retribui o aperto de mão — fico feliz por ter aconselhado a minha esposa. Obrigada por isso!

— Imagina! Algum dos filhos da nossa sogra precisava viver um casamento de verdade — ela dá um gole na bebida, fazendo Carmela olhar confusa para ela, mas decide não perguntar nada.

Elas ficam conversando, até que Zefa vai até as. duas, entregando uma taça para cada. As duas bebem e vão conversando, até que Betina se junta as noras.

Não demora muito, e Carmela se sente um pouco tonta, e começa a passar mal e sentir como se tivesse tendo uma queda de pressão, até que ela sai para a área externa da casa, na tentativa de tomar um pouco de ar, até que sente alguém tampando a sua boca e arrastando-a. Carmela se debate, até que perde as forças e desmaia.

Passado alguns minutos, Beatrice estranha o sumiço da esposa e começa a sair a sua procura, porém, todos estavam dentro da casa, mas não viram para onde ela foi.

— Eu não a vejo faz alguns minutos. Nós estávamos aqui conversando, até que ela pediu licença e se levantou — Thaysa diz, dando um gole na bebida.

— Já procurou nos quartos, filha?

— Já sim, mãe. Mas, ela não está em lugar nenhum. Eu já procurei em todos os quartos, banheiros, cozinha, e nada dela. Nenhum sinal.

— Vamos procurar por ela lá fora então — Mauro diz num tom preocupado.

Não demora muito e todos começam a procurar por Carmela, gritando por ela, até que eles ouvem um grito, e correm na direção dele, até que encontram um homem alto, magro, com as calças abaixadas caído no chão, com os olhos arregalados e algumas perfurações pelo corpo.

— Ele está morto — Mauro afere a pulsação — ele foi morto por algum objeto pontiagudo, com toda certeza. Não está sangrando pelos locais que foi atingido. Essas pegadas — ele aponta para o chão.

— São da Carmela, sem dúvidas — Bete diz chorosa — ela está ferida! O que esse mosntro fez com ela?!

Beatrice se desespera, dando uma bicuda no corpo do homem já morto, e logo sai correndo, procurando a sua esposa pelo restante da fazenda, mas os rastros de sangue simplesmente somente. Eles viram a madrugada procurando, e nada.

— Alguma notícia? — Bete pergunta, enquanto tenta fazer a irmã acordar.

— Ainda não — Antony passa a mão pelo rosto — ela simplesmente sumiu do mapa. Ninguém viu, nem ouviu nada. Os rastros sumiram, e o dia já está amanhecendo. Vamos ter que procurar por conta própria até completar vinte e quatro horas para que consigamos fazer um boletim de ocorrência. Quanto ao corpo, ainda estamos tentando entender quem é ele, mas seguindo os boatos, pode ser um morador que estava tocando o terror por aqui, ameaçando as pessoas com uma faca, machados, etc.

— Agora vamos ter que esperar o dia clarear para continuarmos com as buscas — Thayssa se senta ao lado do marido.

...

Duas semanas se passam, e a angústia continua. Ninguém sabe nada sobre Carmela, nem a polícia dá uma resposta definitiva. Beatrice não tem outra reação a não ser ficar dentro do quarto, sentindo o cheiro de Carmela em suas roupas, sem querer se alimentar, nem ver ninguém. A angústia toma conta de todos, até mesmo de Antony, que tem se empenhado em encontrar a sua cunhada.

O clima na fazenda é de muita tensão, de muita dor, onde todos estão preocupados. A avó de Betrice e Betina, tem tido picos de pressão, devido a preocupação. O telefone toca, e a notícia que todos temem é dada: encontraram um corpo num lago. O corpo estava despido, e está em um estado avançado de decomposição, e encontraram uma pulseira no braço do cadáver, conforme eles descreveram.

Beatrice entra em desespero e sai até o local indicado. Assim que todos vêem a pulseira e a reconhecem, Beatrice vai de joelhos, e é segurada pelo pai, que também já está em lágrimas...

— A minha mulher não! A minha mulher NÁO! POR QUE, MEU DEUS?! POR QUEEEEEEEEEEÊ? — os gritos desesperados de Beatrice fazem até mesmo aqueles que estavam se segurando, desabarem no choro — por que tinha que ser a minha mulher, pai? Por que tinha que ser ela? Isso é um pesadelo, não é? Fala pra mim, por favor, que é uma brincadeira de mau gosto, que ela está esperando em casa por mim com um sorriso no rosto? Eu não vou saber viver sem ela. Por favor, meu amor, volta pra mim, Carmela! — ela chora compulsivamente, juntamente com todos que presenciam a cena.

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