Capítulo 18

— Como assim? — Kevin questiona incrédulo e Mary esclarece que foi Blake quem arranjou tudo pela manhã antes de terem certeza que Kevin acordaria e também que Diana já tinha assinado o contrato de casamento.

— Isso está parecendo cena de novela... — Anastacia comenta e sorri da situação amorosa e inusitada do irmão.

— E está. Parece a história da Lolita. Só falta descobrirmos se a moça foi realmente forçada, porque os outros detalhes já acabamos de saber. — Alice complementa.

— Que absurdo! É um caso totalmente diferente! O seu irmão não ficará numa cadeira de rodas pelo resto da vida! — Mary repreende as filhas.

— Kevin, quem é a Diana que você está apaixonado? Você está mantendo o seu namoro escondido por causa da Karen? — Alice indaga curiosa.

— Absolutamente não. Não estou namorando ela e não tenho o que temer, principalmente com relação à Karen. Sabe que nosso relacionamento acabou há mais de dois anos.— Kevin responde convicto.

— Mas ela ainda corre atrás de você. — Anastacia comenta.

— Ela não é a mulher ideal para o meu filho! — Mary assegura e Kevin a questiona com desdém:

— E uma mulher que se vende por dinheiro é, mamãe?

— Desculpe, filho. Com o tempo eu creio que você se acostumará com ela, afinal, ela parece gostar muito de livros como você. Peter me informou como ela ficou admirada quando os seus olhos viram a sua biblioteca perfeita. — Mary relata e parece demonstrar simpatia por Diana.

Kevin, porém, ao ver uma pequena empolgação da mãe com relação à mulher que ele crê que seja uma impostora começa a narrar como, onde e em quais circunstâncias encontrou com a Diana por quem ele ficou fascinado.

Mary, Anastacia e Alice choram bastante à medida em que Kevin vai detalhando cada momento que sofreu nas mãos dos sequestradores e a aparição da sua salvadora naquele armazém industrial. Aos olhos deles, ela veio como uma luz no fim do túnel. Mary começa a se sentir culpada por ter agido compulsivamente e não ter esperado o filho acordar para então por sua própria decisão agir contra os Harrison. E mais ainda, ela sentiu um forte desejo de conhecer a moça que ajudou o seu filho a escapar da morte. Aquele breve lampejo de fascinação pela sua nora se esvaiu, porém agora já era tarde demais. Por mais que fosse o desejo do filho anular o casamento, estava fora de cogitação proceder de tal forma, porque além de prejudicar o seu amigo juiz, que atendeu ao pedido desesperado dela, tal ação prejudicaria eles também.

Elas enxugam as lágrimas e Mary pede desculpas ao filho. Porém, como um filho compreensivo, Kevin apenas pediu para que mantivesse a moça longe dele e Mary garantiu que faria isso. A tarde chegou ao fim e Blake retorna ao hospital para assistir à encenação do médico Moringan, também trouxe consigo equipamentos de espionagem para entregar para ele registrar os encontros com os tios de Kevin. Tudo transcorreu bem. O médico Moringan autorizou a clonagem do seu número telefônico por Blake. E como esperado, eles filmaram a ligação de Moringan conversando com Jonathan. Uma pequena prova, mas que com mais outras, Jonathan seria desmascarado.

Diana acorda já de noite e vê que tudo está escuro. Se levanta e acende as luzes, porém se assusta com a presença de dois seres idênticos analisando ela de forma intimidadora. Diana por conhecê-las pelas redes sociais, cumprimenta as duas ainda gaguejando:

— Bo... Boa noite! Co... Como estão? Estão aí há muito tempo?

— Não. Estamos bem. Acabamos de chegar do hospital e soubemos que você é a esposa do nosso irmão... Isso é verdade? Por que se vendeu? — Alice interroga de forma intimidadora e Diana fica sem jeito, então responde ainda acanhada:

— Bom... Eu não tive escolha, senhorita!

— Quer mesmo que nós acreditemos que você é como a Lolita? Nos poupe! — Alice debate de maneira sarcástica.

— O Kevin odiou a ideia, então é melhor não aborrecê-lo. — Anastacia diz e Diana assente com a cabeça um sim, porém não contesta.

Desde que chegou naquele hospital ela percebeu que não deveria contrariar à família do agora marido e nem fugir por causa dos familiares do seu pai. As irmãs dão uma última olhada no ambiente e nota os livros e folhas com as anotações de Diana sobre a cama, e Alice dispara:

— Pelo menos não é nenhuma burra, ou talvez esteja fazendo isso para parecer mais inteligente... Vamos Anastacia! Amanhã teremos aula.

As duas saem da biblioteca e Diana pôde finalmente respirar aliviada. Se as suas cunhadas agirem como os cunhados de Lolita, ela estaria em maus lençóis. Bettany traz o jantar de Diana e por ter encontrado as garotas saindo do recinto, fala para Diana não julgá-las, pois são jovens muito compreensivas e seria só questão de tempo para elas se darem bem. Diana fica feliz com o que a Bettany diz, porém, a quantidade de lanches e comidas deixou ela apreensiva. Então na sua mente formulou um cronograma que logo mais transporia para o papel e executaria diariamente. Precisa manter a sua saúde.

No dia seguinte, Diana levantou cedo, abriu as cortinas do seu quarto e deixou os primeiros raios solares entrarem no quarto. Exercitou-se e depois tomou um banho. Bettany trouxe o café da manhã e Diana pediu para ela trazer os itens de limpeza, pois ela mesma iria cuidar do lugar onde estava hospedada. Mesmo achando inconveniente, Bettany deixou Diana fazer como ela queria. O único local onde ela recusou limpar, foi a mesa de Kevin, porém foi o Peter que veio fazer a limpeza. Diana tentou puxar conversa com Peter, mas ele se esquivou das perguntas e Diana entendeu o recado. Diana depois retornou aos seus estudos.

Passaram-se cinco dias, Diana passou a pesquisar sobre as Universidades e traçou o seu futuro brilhante anotando cada detalhe. Bettany sempre trazia as refeições de Diana, entregava a bandeja e logo saía, depois retornava para pegar a bandeja, mas não conversava mais como antes e isso deixou Diana um pouco tristonha.

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