Capítulo 04

Diana e o seu pai Bernard, entram no carro e ele dirige para bem longe daquele motel.

— E a mamãe e o Elliot, papai? — Diana pergunta iniciando uma conversa.

— Estão bem. Deixei eles lá na casa de minha irmã. E daqui a pouco vamos encontrá-los. Foi uma angústia infinita. Quando encontramos Elliot caído e sem você... Sua mãe quase desmaiou, mas permaneceu firme, pois precisava cuidar do seu irmão. Nossa sorte foi que um senhor viu quando você foi levada e me indicou esse lugar... Agarrei essa esperança e dirigi até aqui feito louco. Acho que o destino me ajudou me fazendo parar naquele motel...— Bernard explica ainda abalado.

— Nós estávamos no porto... Aquele homem disse que lá é um lugar clandestino, e vendem de tudo... Só de pensar que eu seria uma mercadoria... Né arrepio toda!— Diana diz temerosa.

— Enfim, essa nuvem negra passou, minha filha! Estou aliviado em ter te encontrado bem. Eu prometo que ninguém mais vai te fazer mal! — Bernard a conforta.

Enquanto isso, ainda no quarto de motel, Kevin pega o kit e começa a cuidar dos seus ferimentos. Seus olhos inchados ardem a medida que ele passa uma pomada para desinchar. Ao lado da cama tem um telefone e ele testa para ver se está funcionando. O telefone dá sinal e Kevin disca o número da sua residência.

— Alô!? — O mordomo da mansão de Kevin atende.

— Peter? — Kevin responde.

— Senhor Kevin? — Peter inquire surpreso, afinal, estão aguardando a chegada de Kevin a bastante tempo.

— Sim. Onde está a minha mãe? — Kevin o interroga.

— Ainda aguardando a sua chegada, senhor. Todos aqui estão preocupados. — Peter comenta.

Kevin se recorda das palavras do sequestrador e percebe que tudo vai se encaixando. Estar na casa dele é um álibi perfeito para o mandante. Desse modo, ele precisa proteger a sua mãe e as suas irmãs da pessoa, ou pessoas que querem destruí-lo. Então sua única alternativa é mentir.

— Avisa que houve um pequeno contratempo e meu voo atrasou um pouco. Precisei ficar em... Bom, agora estou num hotel e pela manhã retornarei. — Kevin informa.

— Tudo bem, senhor. — Peter concorda.

— Estou cansado. Até amanhã, Peter! — Kevin se despede.

— Até amanhã, senhor. — Peter saúda.

Kevin encerra a ligação e se deita. Enquanto isso na mansão, o mordomo entrega o recado e a mãe de Kevin pressente algo muito estranho. Tanto Harry como Jonathan, seus cunhados parecem nervosos com algo. Ela então diz a todos:

— Como o Kevin não virá hoje, lamento por terem esperado até agora, mas estou cansada. Se quiserem ficar, o Peter servirá vocês. Estou me retirando. Boa noite!

— Espere, Mary! — Harry pede solicito.

— Desculpe, Harry. Hoje foi um dia muito cansativo para mim. — Mary se justifica, e caminha em direção à escada para subir para o seu quarto.

— Deveríamos ter ido para um restaurante, amor! — Wendy, esposa de Michael, avô de Kevin, reclama.

— Ainda tem restaurantes abertos, e a noite é longa! — Mary replica.

— Descortês! Deveria ser mais grata! — Wendy acusa zangada pela alfinetada de Mary.

— Só aturo vocês, por causa dos meus filhos! E nem mesmo eles parecem querer ficar na companhia de vocês. Com licença! — Mary declara e dá as costas para a família.

— Petulante! Isso que ela é! Onde já se viu ela me tratar com tanto desrespeito!? — Michael diz ofendido.

— Vamos para um bom restaurante, papai! O clima aqui não está bom para comemorarmos o seu aniversário. — Jonathan diz irônico e Mary não dá bola, apenas sobe as escadas tranquilamente.

— Vamos, filho! Aquelas duas garotas fúteis, mesmo sabendo que hoje era o aniversário do avô, resolveram fazer festa de pijama na casa das amigas. Quanta falta de respeito! — Wendy diz indignada concordado com o filho e caminha para a saída da mansão.

Michael e Harry também saem a contragosto. Harry por querer ficar mais tempo com Mary, enquanto Michael por causa do vinho importado que ele tanto aprecia. Mary espera todos saírem, retorna apressada para a sala de jantar onde Peter e as outras empregadas estão retirando a mesa.

— Peter, o que está acontecendo? — Ela pergunta apreensiva.

— Sobre o quê, senhora? — O mordomo pergunta confuso.

— O que meu filho falou ao telefone? Meu instinto materno não falha! — Mary argumenta.

— Pela voz do patrão, ele não parecia bem. — Peter responde.

— Senhora!? Desculpe, mas o senhor Kevin foi para os Estados unidos para se casar...? — Tayla, uma das empregadas, vem rápido da cozinha e a questiona.

— Casar!? De onde você tirou isso, Tayla? — Mary interroga desacreditada.

— Ouvi o senhor Jonathan ao telefone, e ele parecia bravo. Estava escondida, é claro, mas depois ele falou para o senhor Harry e a mãe dele que o senhor Kevin se casou... Bom eu fiquei curiosa... Então... Ele se casou mesmo? — Tayla relata, porém, interessada em saber a verdade, afinal ela sempre foi caidinha pelo Kevin, apesar de sua mãe sempre a repreender.

— Se você disse que eles... — Mary observa e lhe sobrevém um mau pressentimento então pergunta a Peter:

— De onde meu filho ligou?

— De um hotel, senhora. Mas creio que o número ficou registrado. — Peter informa e vai pegar o telefone. Ele disca no último número de chamada recebida e torce para que o seu chefe não fique chateado por perturbar o seu descanso. Mary faz sinal e Peter lhe entrega o telefone.

— Alô!? Kevin!? — Mary pergunta assim que a chamada é aceita.

— Mamãe? O que houve? — Kevin pergunta apreensivo.

— Me diz você!? Onde você está? Tayla disse que os seus tios e a mulher do seu avô estavam estranhos e até ouviu... Kevin!? Kevin!? — A ligação é cortada e Mary entra em desespero.

— Senhora, se acalme. A ligação... — Peter intervém tentando acalmá-la.

— Eu sei que aconteceu algo grave... Eu sinto! — Mary desabafa e começa a chorar.

O telefone toca novamente e ela atende aflita:

— Kevin? Onde você está?

— É uma longa história. Os Harrison ainda estão em casa? — Kevin indaga.

— Já saíram. — Mary responde.

— Estou indo para casa, então. — Kevin afirma.

— Me diz onde você está que peço alguém para ir te buscar... — Mary sugere.

— Estou perto do porto onde o meu pai nos trouxe para conhecer o projeto dele... Na verdade em um motel nas remediações. — Kevin informa.

— Tudo bem. Daqui a pouco o Josh vai te buscar. — Mary avisa, desliga o telefone e pergunta o Peter: — Onde está o Josh?

— Vou chamá-lo, senhora. — Peter afirma e vai para a ala dos empregados.

Minutos depois Josh, o motorista mais velho da casa e que está com a família desde que Kevin nasceu, sai acelerado em busca do seu patrão que ele tanto estima. Enquanto isso, Kevin após desligar o telefone, veste novamente a sua camisa suja de sangue e sai do quarto do motel. Josh encontra o motel e do lado de fora vê o seu patrão o aguardando ansioso. Ele sai do carro e ao ver o seu chefe em estado lamentável diz comovido:

— Patrão Kevin... O que fizeram com você? Isso é desumano!

— Oi, Josh. Me leve para casa. Ainda sinto cheio de perigo. — Kevin diz e entra no carro.

Josh dirige na direção da mansão da família. Em certo ponto, um carro preto, parado a beira do caminho, começa a segui-los.

— Senhor... — Josh fala..

— Acelere, Josh! — Kevin ordena.

Josh obedece e acelera o carro. Um caminhão vem veloz e bate em cheio fazendo o carro capotar.

— Diana... — Kevin murmura e apaga.

Um carro se aproxima para ajudar e retiram Josh, ainda consciente e todo ferido e após, arrastam Kevin para fora do carro.

— Ele está vivo? — A mulher pergunta.

— Acho que sim. — Seu esposo responde e chamam a ambulância que não demora a chegar. Josh é atendido de imediato e entra na ambulância junto com o seu patrão em estado crítico.

— Diana... — Kevin murmura e sorri. Josh ouve a palavra do patrão e chora com remorsos.

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Comments

Euridice Neta

Euridice Neta

uau coitado do Kevin prior o que já tá ruim sofre um acidente de carro, tomara que elevreencontre Diana o mais rápido possível

2024-03-14

2

Solange Coutinho

Solange Coutinho

Caracas que sina é essa fo Kelvin?

2024-02-28

2

Erlete Rodrigues

Erlete Rodrigues

emocionante demais sua história 👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿

2024-02-14

1

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