Capítulo 15

Após conversar com os seus pais, Diana fica mais leve. Ela come todo o lanche trazido por Bettany. Depois recebe umas roupas e aproveita para tomar um banho relaxante. Enche a banheira, põe sais como ela costumava assistir na televisão, e agora finalmente ela vai realizar esse sonho. Diana se sente uma garotinha descobrindo coisas interessantes. Apesar das circunstâncias, nesse momento ela só quer aproveitar.

Diana entra sorridente na banheira, em seu pensamento veio a ideia de que só faltava uma taça de vinho para completar a fantasia. Deixa sua cabeça na borda e suspira desfrutando do momento. Porém, sua alegria foi interrompida, pois Mary aparece na entrada do banheiro e fala em tom rude:

— Você está bem servida, não está?

Diana leva um susto e fica acanhada. Naquele instante ela só queria afundar naquela banheira para não ter que encarar a senhora O’Coner. Então, Diana tentando se justificar, afinal, ninguém disse a ela que não podia tomar banho na banheira, questiona à senhora:

— Como ele está? Digo, como o seu filho está?

— Ele está bem. Já acordou. — Mary responde indiferente.

— Isso é muito bom! Espero que ele melhore logo. — Diana diz com sinceridade.

— E vai! Só passei aqui para deixar claro umas coisas. — Mary declara olhando fixamente para Diana.

Em seu íntimo, a sua intenção era ouvir a moça exigir o pagamento que foi prometido, mas que ela não o havia feito. Diana, porém, mesmo com uma pontada de insatisfação, pois acabara de entrar na banheira e nem teve tempo de usufruir do seu banho quente, olha para a senhora e consente:

— Sim, senhora. Eu já estou saindo do banho.

Mary fica observando Diana enquanto ela sai toda tímida da banheira e pegando uma toalha cobre o seu corpo rapidamente. Diana encara a senhora esperando ela falar e Mary então começa a passar as suas instruções:

— Em breve o meu filho voltará para casa e tudo o que ele pedir para você fazer, faça! Ele não gosta de ser dependente, mas nesses primeiros momentos ele precisará de ajuda. Eu só espero que seja uma fase passageira!

— Eu também torço para que ele fique bem logo, senhora. — Diana comenta e Mary acha esse comportamento dela estranho, no entanto, continua a sua explicação:

— Bom, eu ainda não conversei com ele sobre o casamento. Dessa forma, eu não sei como ele vai reagir sobre eu ter feito um casamento sem o consentimento dele... Mas... Até ele se acostumar, terá que permanecer aqui. Então, não apareça enquanto ele não solicitar a sua presença.

— Sim, senhora. — Diana consente obedientemente.

As palavras da senhora deixou Diana um pouco desconfiada. Qual seria o real propósito desse casamento forçado para ambas as partes? Seria realmente a questão dos bens familiares que estão em jogo? Apesar dessa desconfiança, Diana não quis questionar, afinal, seus tios ainda estão em poder de machucar os seus entes queridos. Mesmo assim, Diana espera a senhora terminar de fazer suas observações.

— Mantenha distância dos tios de Kevin! Você deve conhecê-los. — Mary diz e Diana assente com a cabeça que sim.

Mary se lembra da cláusula e diz de maneira clara e direta:

— Se o meu filho gostar de você... Até que você é bonita, tenho que admitir. Mas se ele realmente precisar, você terá que dar um filho a ele.

Diana arregala os olhos, surpresa.

— Senhora? Bom... Eu... Eu realmente preciso engravidar dele? — Diana indaga receosa.

— Por quê? Qualquer mulher iria querer estar no seu lugar! Estar ao lado do meu filho e ainda ter um herdeiro dele! — Mary replica com ironia e Diana não contesta.

— Como viu lá no hospital, pelo estado do meu filho... Tentaram matá-lo, temos suspeitos, mas não temos provas que os incriminem. Por isso, deve se manter longe dos tios de Kevin! — Mary alerta.

— Sim, senhora. — Diana concorda.

— Peter me informou que não trouxe malas... — Mary comenta e Diana admite um pouco sem graça:

— Não senhora.

— Por que não trouxe os seus pertences? — Mary pergunta.

— Eu não tive tempo para isso, mas se me permitir... — Diana responde, porém, Mary a interrompe dizendo:

— Já providenciaram roupas para você e em breve escolherei outras, então não terá que se preocupar com isso. Eu estou indo agora. — Mary diz e sai das proximidades do banheiro, dando as costas para Diana, porém antes de sair da biblioteca a alerta: — Não mexa nas coisas do Kevin, principalmente no escritório dele! Peter me informou de uma ligação que você fez da mesa do Kevin, eu não quero repetir novamente... Jamais toque no computador ou telefone da biblioteca novamente.

— Sim, senhora. Desculpa. Eu só queria conversar com os meus pais. — Diana assente, mas fica triste, pois não poderia ligar diariamente para conversar com eles.

— Eu posso conhecer o seu jardim? — Diana pergunta animada.

— Poderá, mas não agora. — Mary responde indiferente.

— A senhora disse que eu preciso ficar aqui nessa biblioteca... Posso pelo menos ler os livros? — Diana indaga esperançosa.

— Contanto que deixe da mesma forma que achou antes, não vejo problemas. Só não mexa nos livros daquela mesa. — Mary aprova, e vê um brilho nos olhos de Diana.

— Obrigada senhora. — Diana agradece com um sorriso singelo.

Mary se vira e sai da biblioteca. Passa no seu quarto para descer e almoçar com as filhas. Diana retorna ao banheiro e toma um banho rápido. Depois volta para a biblioteca e seleciona a sua primeira coleção de leitura. Apesar do jeito estranho como ela chegou até ali, sua maior paixão seria saciada: ler bons livros literários dispostos em seu mais novo quarto.

Assim que Mary sai do seu quarto, ela encontra e relata para as filhas os detalhes do acidente envolvendo o irmão. As duas contam que pela manhã, assim que souberam das notícias, algumas até meio exageradas, elas seguiram para o hospital mencionado na reportagem, mas Kevin não estava lá. Porém, Mary as acalma com a notícia da melhora do filho. As três seguem para sala para almoçar enquanto Peter leva o almoço de Diana que logo após receber a bandeja, agradece gentilmente.

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