Capítulo 12

Harry olha para o seu irmão mais novo e fica amedrontado com a frieza dele. E após ouvir o comentário provocativo dele, tenta se defender:

— Eu sempre amei a Mary, mas jamais quis o mal dela.

— Por isso nunca conseguiu tê-la em sua cama! — Jonathan declara impaciente e afasta do irmão indo na direção da recepção. Harry porém o acompanha.

— Bom dia, senhor Harrison! Em que posso ajudá-lo? — A recepcionista diz com um sorriso largo e um interesse visível em Jonathan.

— Bom dia! — Jonathan responde seco fazendo a moça murchar.

— Bom dia! — Harry diz em tom de voz mais simpático e faz a moça esbanjar um sorriso tímido.

— Quero saber sobre o meu sobrinho Kevin O’Coner. — Jonathan responde.

— Só um instante... — A recepcionista diz e procura a informação no computador, então diz: — Ele saiu da UTI, e já está no quarto quinhentos e sete, senhor. Quer registrar sua entrada?

— Não. Quero falar com o médico responsável por ele. — Jonathan responde.

— Sim. O médico responsável pelo senhor O’Coner é o Daniel Moringan. Ele está atendendo uma paciente, mas se o senhor quiser conversar com ele siga esse corredor esquerdo. — A recepcionista declara apontando a direção.

Jonatan sai apressado, e o seu irmão Harry agradece à moça:

— Obrigado, linda! Bom trabalho, para você!

— Obrigada. — Ela diz e sorri.

Harry corre para acompanhar o irmão. Ao chegar na sala com o nome do médico, Jonathan bate na porta.

— Não seria melhor esperar ele terminar a consulta? — Harry o questiona apreensivo.

— Tempo é dinheiro! E quanto mais cedo resolvermos isso, mas cedo teremos o controle da empresa! — Jonathan esclarece rudemente ao seu irmão, lançando um olhar matador.

— Tudo bem... Não vou mais intervir em nada... — Harry recua sem graça.

— Doutor Moringan? — Jonathan interroga ao médico, ao abrir a porta sem o consentimento dele.

— Sim. Em que posso ajudá-lo? — Moringan indaga.

— Sou Jonathan Harrison, vim saber como está o meu sobrinho e não posso esperar muito. — Jonathan responde seco.

— Entrem! Eu já estava finalizando a consulta. — Moringan diz e despede de sua paciente: — Até semana que vem Amanda!

— Até, doutor. — A moça diz e se levanta, em seguinda saindo da sala.

— Sentem-se, por favor! — Moringan diz apontando para as cadeiras e Jonathan se senta e o interroga:

— Como está o estado de saúde do Kevin O’Coner?

— Não temos uma resposta definitiva. Ele me pareceu ter sido torturado antes de sofrer o acidente... O rosto dele ficou quase irreconhecível e... — Moringan explica, mas é interrompido por Jonathan:

— Me poupe desses detalhes idiotas! — Jonathan declara rude e impaciente.

— O que realmente quer saber, senhor? — Moringan o questiona confuso.

— No noticiário especularam que ele não iria mais poder andar, isso é verdade? — Jonathan indaga interessado.

— É uma possibilidade, senhor. — Moringan responde inseguro.

— E filhos? — Jonathan inquire.

— Que filhos? Ah... Quer saber se ele poderá ter filhos? — O médico questiona.

— E o que mais seria? — Jonathan rebate sem paciência.

— Bom... Ainda não fizemos exames que comprovassem isso. Porém, quando ele acordou eu constatei sua insegurança quanto aos movimentos das suas pernas. Na minha opinião médica, no caso dele, se for tratado com um fisioterapeuta ele tem a possibilidade de andar. — Moringan esclarece. Porém percebe que era essa a resposta que o homem à sua frente queria ouvir.

— Ótimo! — Jonathan exclama satisfeito, então se levanta da cadeira e ordena ao médico:

— Mesmo que os exames de Kevin, mostre resultado benéfico à ele, declare que ele jamais poderá andar!

— Mas isso seria contra os princípios médicos... — Moringan argumenta.

— Então ficará sem emprego e sem licença para continuar seguindo os seus princípios... — Jonathan declara incisivo e arrogante, fazendo o médico ficar com medo da ameaça.

— E mais uma coisa... Leve ele para a sala cirúrgica e faça vasectomia! — Jonathan manda e o médico arregala os olhos, e antes de retrucar Harry se manifesta:

— Por que vai fazer isso?

— Simples. Aquele imbecil disse que tinha uma noiva, mulher, seja lá o que a vagabunda seja dele! Mas descobri o quanto os acionistas estão desejando um herdeiro, essa questão idiota que os velhos sempre observam na nossa vida para nos intimidar... Então, se Kevin não puder dar um, aumentará minhas chances de tomar o controle. Será só uma questão de tempo! Ele inválido, sem perspectivas... Há, há, há... Vou adorar ver aquele arrogante na sarjeta! — Jonathan explica em tom irônico.

Harry olha para o irmão e olha para o médico. Jonathan percebe o receio do irmão e diz com tom de áspero:

— Se ele não colaborar... Terá um destino pior que o meu querido sobrinho!

O médico engole seco e não replica. Aqueles dois homens estavam dispostos a tudo. Isso significa que são uma quadrilha bem preparada e estão tentando roubar os bens da própria família. São dois homens inescrupulosos, e com certeza foram os responsáveis pelo atual estado do próprio sobrinho. O médico medita nas ameaças recebidas e fica sem reação, afinal, todos nós temos pessoas queridas que não queremos ver sofrendo.

— Ainda hoje quero os resultados em mãos! Ouviu bem? E se tentar fazer algo desnecessário, que me contrarie, não só tema pela sua vida insignificante, como também daqueles que você tem apreço! — Jonathan adverte de forma prepotente, jogando seu cartão pessoal na mesa do médico.

O médico, por sua vez, sente um pavor tremendo diante dessa opressão. Ele só tinha mentalizado, o que aconteceria com os seus, caso negasse obedecer, e agora o déspota em sua frente estava exigindo isso.

— Você ainda não me respondeu!? — Jonathan observa e o médico consente:

— Sim, senhor. Assim que ele passar pelos exames, eu farei o que me pediu.

— Ótimo! — Jonathan exprime vitorioso e sai da sala.

Harry ainda olha para o médico, mas não se intromete. Sai da sala logo em seguida com um peso sobre si. Enquanto isso, o médico suspira aliviado com a saída dos dois. Em seu pensamento, ele jamais acataria com essa ordem, mas sua esposa e filhos, não podem parar nas mãos desses dois bandidos. Então se levanta e sai de sua sala indo atrás de Kevin. Precisa saber o mais rápido possível se o seu paciente tem chances ou não de reabilitação.

Ao chegar no quarto ele vê o jovem na cama, e pede para os enfermeiros:

— Vamos iniciar a retirada dos aparelhos. Preciso que me ajudem nesse processo. Caso ele tenha reação adversa teremos que inserir novamente.

Os enfermeiros assentem e o ajudam, enquanto Blake os observa de longe. Kevin consegue respirar normalmente e todos ficam felizes. No entanto, Blake, identifica certa insegurança no agir do médico. Então sai da sala, e vai até a recepção em busca de respostas.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***