Capítulo 14

Kevin fica ansioso só de pensar no local em que a mulher, quer dizer, a sua esposa de fachada estaria. O olhar zombeteiro do amigo apontava para o lugar onde ele nunca gostou que invadissem. Até mesmo as suas irmãs, raramente entrava no seu espaço pessoal.

— Sei que está matutando onde ela poderia estar... E de fato ela está onde você pensa: em sua biblioteca particular. E olha... Não fui eu quem a colocou lá. Foram as ordens da sua mãe! Acredito que ela quer monitorar os passos da sua esposa. — Blake esclarece e Kevin respira profundamente para tentar se acalmar.

Blake recebe uma ligação e o seu aspecto não é tão agradável ao ouvir do que se trata.

— Seus tios e avô começaram a agir. — Blake informa assim que encerra a ligação.

— Agora estou de mãos atadas. Sua mãe acabou de sair... E eu não posso te deixar aqui sozinho... Talvez eu devesse chamar a sua esposa para vir ficar com você... — Blake expõe, mas recebe uma negativa de Kevin:

— Eu não quero ver essa mulher na minha frente!

— E como vai conviver com ela ao seu lado todo o dia? — Blake questiona.

— Eu... Assim que eu sair daqui eu vou mandar ela para nossa casa de campo. Se a minha mãe colocou ela na minha biblioteca, apenas para vigiá-la, posso fazer isso com ela bem longe de mim! — Kevin responde.

— Bom... Só acho que você deve dar uma chance para ela, afinal, ela poderá te ajudar na sua recuperação. — Blake pondera e Kevin se cala.

Enquanto isso em frente à mansão de Kevin, um carro estaciona em frente ao portão e o motorista do carro sai apressado.

— Olá, sou Bernard! Estou aqui para ver a minha filha Diana!

— Um momento, senhor. — O segurança responde e liga para a mansão para avisar sobre o visitante.

— Pois não! — Tayla responde à ligação no interfone.

— Tayla, um senhor aqui diz querer ver a sua filha Diana. — O segurança avisa.

Tayla se enche de satisfação pela oportunidade que acaba de cair em sua mão e diz para o segurança:

— Como está vestido esse senhor?

— Roupas simples, e seu carro não parece ser novo. — O segurança responde.

— Não me diga!? — Tayla exclama boquiaberta. Saber que Diana não é rica, fez ela ter uma ideia mirabolante e ordena ao segurança:

— Avisa a esse senhor que a senhora dessa casa se chama Mary, não Diana! E se ele está falando da empregada que estava aqui, ela fugiu com um velho, provavelmente, para viver a vida que nunca teve!

Tayla sorri satisfeita. Corre para o escritório para observar no monitor a reação do homem após receber a notícia. O segurança fala tudo o que Tayla mandou e Tayla se acaba de rir ao ver o homem sentar no chão desesperado. Uma mulher e um adolescente se aproximam dele e o leva de volta para o carro. Em seguida indo embora.

Bernard, assim que Diana desligou a chamada, correu até um café e lá pediu para um rapaz localizar o endereço do telefone de onde a sua filha havia ligado. O rapaz ficou relutante, porém Bernard ofereceu a ele os quatro ingressos que comprou com tamanha dificuldade e o rapaz aceitou. Ele escreveu o endereço da casa da família O’Coner e Bernard dirigiu até lá. No entanto, ao descobrir que a sua filha não estava naquele lugar seu mundo desabou. Ele entrou em seu carro com a ajuda da esposa e do filho. Bernard dirige sem rumo até que Elliot se lembra do seu amuleto que esqueceu no banheiro da casa da tia e pede para irem buscar.

Mesmo sem vontade, Bernard e sua família retornam para o local onde teve os últimos momentos com a sua filha. Já passava das duas horas da tarde quando finalmente chegaram na casa de Sandy. Ao entrar pela porta da casa da irmã, Sandy corre na direção do irmão.

— Que bom que voltaram! — Sandy exclama chorosa demonstrando uma preocupação falsa, abraçando fortemente o seu irmão.

— O que houve, Sandy? — Bernard a questiona preocupado.

— Eu sinto muito te contar isso... Mas encontraram o corpo de uma jovem carbonizado e pela descrição é a Diana. — Ela comunica ainda chorosa.

— É mentira! Isso não pode ser verdade! Minha filha, não! — Kate brada desesperada.

Bernard e o filho a abraçam. Todos choram desconsoladamente. O policial que havia estado mais cedo, olhando para a família se manifesta:

— Sei que a dor é intensa, mas precisamos colher o seu material para identificar o corpo, senhores. Porém, como relatei antes para o casal, é provável que o corpo encontrado seja o da sua filha e já está no necrotério sendo examinado por médicos.

— Então vamos para lá, imediatamente! Preciso constatar se é mesmo o corpo de minha filha! — Bernard assente e segue o policial.

Kate sente o seu corpo fraco. Por causa das acontecimentos, nenhum dos três haviam comido algo durante toda a manhã e até aquele momento. A procura angustiante por sua filha por toda a cidade foi em vão. As suas últimas palavras amorosas ainda estão cravadas na memória dela. Elliot busca o seu amuleto no banheiro e segue com a sua família até o necrotério. Assim que a família chega no prédio, são conduzidos até onde se encontra o corpo.

Kate desmaia ao entrar na sala e é levada para fora. Um médico entra e explica que devido a urgência com que os policiais pediram ele identificou por meio da necropapiloscopia que o corpo pertence à Diana Foster. Bernard se ajoelhou chorando desesperado. O médico saiu para falar ao telefone e pouco tempo depois retornou. Kate entra para ver o corpo, porém, devido ao estado em que estava, Bernard preferiu levá-la para longe daquela sala. Kate solicitou que o corpo fosse cremado para que eles pudessem levar consigo.

Na casa de Sandy, após ela receber a ligação do médico do necrotério, abriram um champanhe para comemorar.

— Eu disse que esse plano daria certo amor! — Ela diz comemorando.

— Tem razão, querida! Agora só falta o milhão nas nossas mãos! — Robert brada eufórico beijando a sua esposa repetidas vezes.

— Eu sabia que a mulher idiota do meu digníssimo irmão iria pedir para cremar o corpo e levar para a casa, assim como ela já tem daquela velha rabugenta! Para mim, não importa para onde levaram a Diana, contanto que o nosso dinheiro caia na conta... E falando nisso, por que o Holmes ainda não ligou para você, Robert? Não vai me dizer que ele nos enganou!? — Sandy externa a sua preocupação e Robert responde:

— Acho que não! Mas por precaução, ligarei para ele.

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