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Evandro beija a testa de Cíntia antes de sair do quarto, lidando privacidade para que se vista.

Ele vai até a sala fica andando de uma lado a outro.

"Como pude ser tão imprudente com a Cíntia, a beijei. Eu a beijei e por pouco quase fizemos... droga! Não! O que Bernardo pensaria de mim se quase fiz sua filha ingênua ser minha mulher."

"Preciso saber como isso tudo funcionará daqui em diante. O que eu sinto pela Cíntia? Pena, empatia, afeto, instinto protetor?"

Os pensamentos dele são interrompidos.

Cíntia aparece na sala.

Ela está muito tímida mau olhava para ele.

Evandro vai até ela a avisando que ambos precisam conversar, mas antes ele foi tomar banho. Esfriar um pouco a cabeça nas águas geladas.

Cíntia fica na sala sentada no sofá, pega uma manta e cobre as pernas, a noite estava um pouco fria.

Ela pensa: "Será que ele quer falar sobre o beijo? Que agora vamos ser um casal de verdade?"

Ele volta a sala e senta ao lado de Cíntia.

Evandro fica olhando para frente, tentando raciocinar em como começar sua fala.

Cíntia estava sentada no mesmo sofá vira de lado para olhá-lo esperando que ele fale alguma coisa. Ela já tinha o caderno e a caneta nas mãos.

Cíntia pensa: " O que deu nele? Não fala nada, está parado ali olhando pra frente como se estivesse perdido."

Cíntia olha para a boca dele, ela tem esse hábito de olhar para a boca das pessoas e fazer a leitura labial, mas neste caso ela olhou e pensou.

"Agora estou com aquela vontade de ser beijada novamente."

Ela corre o olhar pelo rosto dele, a barba sua mandíbula fica admirada em como ele é bonito."

Evandro se vira, vê Cíntia o olhando. Os olhos dela eram muito inocentes e para ele isso cortou seu coração.

Ele respira fundo antes de começar a falar.

- Quero que preste atenção nas minhas palavras.

Cíntia balança a cabeça afirmando, fica atenta para ler cada frase.

- Cíntia, o que aconteceu lá dentro foi culpa minha, eu não deveria ter te beijado daquela forma. Combinamos de sermos amigos e na primeira oportunidade eu quebrei minha palavra, só quero que saiba que te acho muito bonita e a convivência será bem tranquila se continuarmos na amizade. Eu... eu tenho alguém na minha vida a muito tempo, tenho uma vida muito complicada pra te oferecer algo mais sólido.

Ela toca os lábios inferior com os dedos. Cíntia pensa no beijo, que para ela significou muito, ela segura o choro.

Escreve: - Tudo bem, não é preciso se desculpar, aconteceu no momento. Esqueça.

Cíntia se levanta.

Ele segura seu pulso.

- Eu não sei como pude quebrar minha palavra dada a você. Prometi te proteger e acabei esquecendo que eu também poderia acabar te magoando.

Ela se solta e pega o caderno que tinha deixado de lado, escrevendo:

- Somos adultos Evandro, o clima amistoso fez tudo se confundir, não se preocupe. Estou bem continuaremos amigos.

- Obrigado. (diz ele)

Ela saiu.

Ele ficou na sala.

No quarto assim que fecha a porta, Cíntia deixa as lágrimas rolarem.

"Ele tem uma namorada, como não pensei nesta possibilidade antes. Evandro apenas me propôs casamento para me ajudar com Luiza, quando a ameaça passar ele voltará a sua vida normal."

Ela vai até a janela do quarto.

"Não tenho condições de competir contra uma mulher normal, quem iria querer ter uma surda como namorada?! Estou condenada a esse silêncio para sempre, ele teria que conviver com minhas limitações, casos como o de hoje se repetindo na rua."

Ela passa o dedo nos lábios.

"Pelo menos vou carregar a lembrança desse beijo para sempre."

NA SALA

Evandro pensou que ficaria mais tranquilo, mas não aconteceu.

Sua vontade era correr atrás dela, entrar naquele quarto e unir seus lábios no dela. Evandro aperta os dedos nas têmporas, tentando conter a dor de cabeça.

Ele se levanta rapidamente, tira a camisa e deita no sofá.

- Evandro não tente nada com ela. (ele fala para si)

Naquela noite ele não consegue dormir.

No dia seguinte.

Ele iria embora no outro dia, mas como o clima ficou estranho entre eles Evandro decidiu voltar para a cidade imediatamente.

Eles tomam café juntos, Cíntia evita olhar em sua direção. Arrumam as malas e verificando se não esqueceram nada.

- Vamos? (fala ele)

Cíntia concorda.

Os dois voltam a cidade.

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