Beth levou Cíntia e Amélia até o quarto. Quando Cíntia entrou, ficou analisando o cômodo cada detalhe.
Ela arrasta a calda do vestido com dificuldade pelo quarto.
- Esse aqui é o seu quarto minha senhora. (fala Beth)
- Você tem falar de frente e e ter a certeza que ela está vendo seu rosto. (fala Amélia)
Amélia toca no braço dela fazendo Cíntia olhar para ela. Amélia aponta para Beth.
- Esse aqui é o seu quarto minha senhora. Se quiser mudar alguma coisa, pode me falar que o seu marido deu carta branca caso queira redecorar. (fala Beth)
"Marido" Pensou ela. Agora Cíntia era uma mulher casada.
Ela deslizou a ponta dos dedos na parede gostou da decoração florida do papel de parede, ela sorri para Beth.
- Esse sorriso quer dizer que ela gostou, não vai mudar nada. (fala Amélia)
Cíntia continua andando pelo quarto. Amélia e Beth conversam entre si.
- Como ela ficou assim? (pergunta Beth)
- Cíntia nasceu saudável, a mãe dela morreu no parto foi muito triste. O senhor Bernardo se dedicou inteiramente a cuidar de Cíntia, não casou de novo e nem lembro a última vez que o vi acompanhado. Quando Cíntia completou seis anos ela começou a se queixar com frequência de dores no ouvido, a partir daí começou a luta. Nenhum dos médicos conseguia dizer a causa da doença, a cada dia Cíntia perdia um pouco da audição e tínhamos que gritar para que ela nos ouvisse, aos oito anos ela teve a completa perda da audição.
- Que triste. Tão jovem.
- Sim, Cíntia que teve que se adaptar a nova realidade. Infelizmente teve pessoas que riram dela, a maltratava, gente da própria família dela que a fez se sentir indesejada. Vou te confessar que a tia dela não presta.
- Eu vi o senhor Bernardo comentando que Cíntia era sua maior alegria. Que infelizmente teve que enviá-la a um colégio especial fora do país.
- Isso. Foi depois do episódio da festa de treze anos. Cíntia chorou e chorou e não falava nada, desconfio que aconteceu alguma coisa grave que ela não quis revelar. O senhor Bernardo ficou preocupado com o estado emocional dela, olhando-a chorando compulsivamente parecia que ela estava entrando em depressão, então a enviou para estudar fora.
- Triste saber que ele não ficou tanto tempo com a filha.
- É! Ele ia vê-la nos feriados de Natal, ano novo e férias. Era muito pouco tempo juntos, enfim ela terminou os estudos e iria voltar para começar a faculdade, infelizmente aconteceu esse acidente e o senhor Bernardo faleceu. Peço que cuide dela Beth, eu não vou estar tão presente na vida dela como antes, quero fique de olho nela.
- Pode deixar. Já gostei dela logo de cara.
As duas funcionarias olham para Cíntia, que ainda rondava o quarto analisando tudo. Ela colocou a mão na cômoda e espalmou o móvel. Sorrindo para Amélia.
- Ali que vai ficar o Tigre.
- Tigre?
- O peixe dela. Amanhã eu trago o aquário.
- Ok
DO LADO DE FORA
- Meu filho sua esposa é belíssima, seu pai iria querer muito ver que agora sim é oficialmente um homem sério e de família. (fala a mãe)
- Eu sempre fui muito sério nos negócios.
- Mas a imagem de um homem casado dá uma pitada a mais. A maioria dos homens de negócios que não tem família demonstra descomprometido, e passa uma imagem errada. Eu amei a sua esposa, parece uma boneca de porcelana. A propósito a doença dela não tem cura?
- Não me aprofundei no assunto, mas o pouco que ouvi de Bernardo quando falou da doença dela, acho que não tem cura.
- Uma pena...Uma moça tão jovem. (fala a mãe)
Antes que ele pudesse comentar mais alguma coisa o telefone dele toca. Evandro olha o visor e vê o nome de Suzi.
- Com licença mãe e importante.
Ele se afasta.
- Alô.
- Oi querido. Pensei em te convidar para sair hoje... topa?
Ele suspira. Evandro ainda não tinha dito a ela sobre sua nova situação, claro que na cabeça dele ela não iria implicar dificultando tudo, ele iria explicar os motivos que o levaram a casar, mas mesmo assim bateu o receio dela ficar brava.
O relacionamentos deles era sem rótulos, mas Evandro não era cego e sabia que Suzi tinha esperanças que um dia ele assumisse seu relacionamento com ela em público.
- Podemos nos ver amanhã? Hoje minha mãe está aqui, amanhã nos vemos, tenho que conversar algo importante com você.
- Claro querido. Te espero.
- Então até amanhã.
- Até.
Ele desliga.
Quando ele volta sua atenção para frente vê sua esposa saindo da casa.
- Aqui. (diz a mãe)
Ele estava distraído olhando para Cíntia e depois vê a mãe dele estendendo a chave na frente de seu rosto.
- O que isso? (pergunta Evandro)
- A chave da casa de campo, sua lua de mel precisa ser em um lugar calmo e sem tumulto, sua esposa vai adorar o campo, ar fresco e a calmaria do lugar. (fala a mãe)
- Mãe eu e ela não...
- Você vai fazer sua mãe implorar? A mulher que te deu a vida? Que sofreu horas dentro do centro cirúrgico para te dar luz. Que gritava por misericórdia para os médicos salvarem o seu bebê, que ela já amava com todo o coração e...
Ele já conhecia o drama e pegou as chaves da mão dela.
- Pronto eu vou tá feliz?
- Muito feliz querido filho, a alegria de uma mãe e ver seu filho feliz.
Ele olha para as chaves em sua mão e depois olha para Cíntia que estava com Beth e Amélia sentada na mesa do jardim.
"Droga isso não vai prestar." Pensou ele.
Evandro olha para Diogo que esta no canto e seu amigo ergue a taça e dá um sorriso de triunfo. Tinha que ter o dedo dele nessa história de lua de mel.
E tinha.
Diogo aliou-se a mãe de Evandro para empurrar o filho em uma lua de mel forçada, Diogo queria o carro e iria usar todas as armas para conseguir ganhar a aposta.
Evandro vê o sorriso de cinismo de Diogo e em pensamentos o xinga: "Filho da..."
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Marcilia Sidney
se cuida Evandro a sua amante vai torna a sua vida no inferno
2024-07-24
3
Regiane Custodio Santos
não pode xingar ele não Evandro depois vc vai é agradecer ele depois
2024-05-16
2
Regiane Custodio Santos
bom aliado Diogo são 3 contra um Evandro vamos ver se vc ganha kkkk
2024-05-16
1