Quando Guilherme chega em casa, ao estacionar o seu carro, vê o de Clarissa na vaga, o seu coração logo dispara. Será que ela voltou para casa, ou veio buscar as suas coisas? Ele se perguntam, já que ela não atendeu nenhuma das ligações dele, mas mesmo assim, ele a ligava todos os dias. Queria ouvir a sua voz, mas todo esse tempo que esteve afastada, não pode ouvir ela se dirigindo a ele, as mensagens que enviava sempre era direcionada ao pai, o Sr. Armando. Ele não conseguia esquecer o que aconteceu naquela noite, como ele pode ter sido tão imprudente. Ele se arrependia até mesmo de ter ido aquele bar, nada teria acontecido se ele estivesse com ela. Mas ele também sabe, que o maior erro foi ter casado sem ter conversado com ela sobre o assunto da imposição do seu pai, ela tinha o direito de saber, e se ele tivesse sido honesto, talvez eles tivessem casado mesmo assim, pois teria dito a ela sobre os seus sentimentos. Mesmo que na época não fosse capaz de dizer "Eu te amo", havia nele uma necessidade de estar com ela, pelo que estava sentindo.
O olhar de decepção dela, naquela noite, as lágrimas por seu rosto, a tristeza que havia nos seus olhos o destruiu, na verdade, ficou sem ação, foi como estivesse em câmara lenta, se sentiu travado, amarrado. Como ele queria ter lhe explicado e pedido perdão por tudo, mas ela não lhe deu oportunidade, ela foi embora, e não quis mais falar com ele. Já tinha se passado um mês, e todos os dias ele vinha para casa na esperança de encontrá-la. Como ela deve ter sofrido esses dias, sozinha em algum lugar, como um animal ferido, escondido para tentar sarar as feridas, feridas que ele causou. Como ele sentia a falta da sua esposa, do seu sorriso ao recebê-lo quando ele chegava do trabalho, das suas brincadeiras, dos jantares divertidos, das provocações picantes dela. Desde que ela se foi que ele não mais jantava, o máximo que fazia era comer um lanche, ele tinha a esperança que ela voltasse, tinha a esperança de se explicar, confessando que havia cometido um erro ao não ter contado para ela sobre a condição do pai. Queria dizer a ela que esse não foi o motivo que o levou a querer se casar com ela, pois a verdade era que ele gostava dela, e gostava muito, a ponto de não conseguir ter uma boa noite de sono por sentir a sua falta na cama, que parecia ser tão espaçosa sem a presença dela. O mês se passou e a única coisa que ele sabia é que ela estava bem, mas precisava ficar sozinha, soube disso ao procurar o seu sogro o Sr. Armando, para lhe contar toda a verdade, e contou toda a confusão que houve no restaurante. Ele confessou a sua culpa, mas que não pensou em usá-la, mas que ele entendia que tudo levava a crer que sim. O seu sogro o aconselhou a dar esse tempo a ela, pois ele conhecia a sua filha, e garantiu que ela lhe perdoaria, mas no tempo dela, enquanto ela se sentisse ferida, não conseguiria perdoar.
Eduarda também o procurou, mostrando arrependimento por não ter contado a irmã sobre o bendito casamento por conveniência. Ela o questionou sobre os seus sentimentos em relação a sua irmã, e confessou ter acreditado que ele gostasse de Clarissa, por isso a sua decisão em ocultar o que ouvia na empresa pelos quatro cantos. Ele não imaginou que esse fosse o comentário dos funcionários na empresa, talvez se ele soubesse pensasse mais um pouco antes de se casar com ela, não pela falta de sentimentos, mas por estar escondendo algo dela.
Agora, depois de um mês, ela vai estar a sua frente, a oportunidade que ele queria em pedir perdão ele teria, a oportunidade que ele queria em se explicar ele teria, mas pela primeira vez na vida ele sentia medo de ficar diante de uma mulher, pois ele sabia que Clarissa não era qualquer mulher, ela era diferente de todas com quem ele já havia se relacionado, que eram mulheres vazias e ambiciosas. Clarissa era doçura e também valentia, era paz, mas também guerra, era calmaria mas também tempestade, por tudo isso que ele se viu encantado por ela, que lhe sorria com o seu melhor sorriso, que dizia que o amava sempre que faziam amor, que lhe beijava sempre que sentia vontade. Mas naquela noite ela lhe lançou o mais frio dos olhares, que transmitia ódio e decepção, lhe disse com todas as letras o quanto o achava um monstro por isso o odiava. Ele estava com medo, medo dela não o ouvir, dela não o entender, medo dela não o perdoar, medo dela ir embora de vez.
Ele respira fundo, decidido a conseguir o perdão daquela que ele queria para a sua vida. Ele desce do carro e segue para elevador, ansioso para vê-la outra vez, só nela estar a sua frente, já era capaz de se sentir melhor depois de dias de angústias sem saber como ela realmente estava.
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Atualizado até capítulo 57
Comments
Ely Ana Canto
ele podia ter defendido ela da cobra 🐍 mas ele não fez nada só queria sair dali
2025-04-05
0
Maria Isabel Souza
ainda bem que não ficou grávida
2024-11-30
2
Ju Lopes de Almeida
não tá com cara de que será difícil não, pois até veio pra ficar.
2024-07-07
15